Descubra o que diferencia o medo de uma fobia específica

Sentir medo é uma emoção comum frente a situações percebidas como perigosas, preparando o corpo para se defender de uma ameaça. Porém, se essa resposta é exagerada e debilitante, isso caracteriza uma fobia.
A partir disso, o indivíduo afetado pelo receio da interação com o objeto de seu pavor vê a própria rotina comprometida, uma vez que tal reação acaba o impedindo de dar conta das demandas diárias.
As principais diferenças entre medo e fobia
Na prática, todos têm condições que geram amedrontamento em maior ou menor grau. E isso é saudável, uma vez que ele é um mecanismo que cria uma espécie de proteção diante de circunstâncias danosas, gerando alterações psicológicas e fisiológicas momentâneas.
No entanto, a partir do momento em que esse medo (seja qual for ele) se torna persistente, irracional, excessivo e desproporcional, é possível dizer que há uma fobia.
Esse é um tipo de transtorno de ansiedade, um dos tipos de distúrbios mentais mais comuns, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Ela faz com que os afetados precisem alterar suas vidas substancialmente para evitar ações que a maioria das pessoas encara naturalmente.
É o caso de quem teme espaços fechados e evita andar de elevador. É esperado que muitos tenham algum receio de usar esse meio de transporte (pode faltar luz ou o equipamento eventualmente ter um defeito), mas se houver a necessidade de subir e descer andares com mais agilidade, isso acaba sendo superado.
Já os portadores da fobia específica tendem a adotar comportamentos para desviar da eventualidade de entrar no local e ficam angustiados só de pensar na hipótese, mesmo que isso signifique ter que subir dezenas ou centenas de degraus.

Os traços mais marcantes dos transtornos de medo
Atualmente, exclusivamente o transtorno de ansiedade social (aversão a interações sociais e a julgamento dos demais) e a agorafobia (que gera o temor de ficar em locais públicos onde não se pode obter ajuda ou sair de um perigo) são considerados diagnósticos separados.
Os demais motivos de aversão irracional, seja qual for a origem, são classificados como fobias específicas. Para determinar a sua presença, são considerados aspectos como:
- medo ou ansiedade por conta de um objeto ou situação (voar, locais altos, animais, ver sangue, tomar uma injeção);
- a possibilidade desagradável frequentemente provoca uma resposta imediata;
- há uma busca ativa em contornar esse tipo de contato ou ele é feito com base em uma intensa perturbação emocional;
- todo o retorno é superdimensionado em relação ao verdadeiro perigo realmente experimentado;
- o conjunto de sintomas persiste, por pelo menos, seis meses;
- há prejuízo a relações sociais, vida profissional ou acadêmica, entre outras áreas de convívio social do indivíduo.
Também se percebe durante a experiência negativa aqueles sinais característicos de uma crise ansiosa. Isso inclui suor frio, respiração acelerada, sensação de peito apertado e sensação de urgência para fugir da ameaça, frequentemente lembrando um ataque de pânico.
Uma particularidade relevante é que no público infantil, uma fobia específica geralmente se manifesta com uma birra.
A criança chora, grita, se debate, tem ataques de raiva ou fica imóvel na tentativa de fugir da interação indesejada e nem sempre é capaz de identificar o motivo do terror irracional.
As classificações das fobias
Embora existam diversas palavras para designar medos irracionais (aracnofobia para aranhas ou tanatofobia para a morte, entre outras), os profissionais de saúde mental utilizam a seguinte divisão para orientar o diagnóstico:
- animais (baratas, insetos, cães);
- ambiente (alturas, tempestades, água);
- sangue, injeção e ferimentos (agulhas, ir ao dentista);
- situacional (viajar de avião, elevador, espaços fechados);
- outros motivos que não se encaixam nos tópicos anteriores.
Uma mesma pessoa pode ainda conviver com a fobia causada por vários estímulos diferentes, não necessariamente conectados (medo de aranhas e de altura, por exemplo).
Componentes envolvidos no desenvolvimento de uma fobia
Esse transtorno atinge todas as idades, mas tende a surgir nos primeiros anos de existência, tornando-se mais raro à medida que a vida avança.
É difícil explicar por que um indivíduo desenvolve tal alteração ou tentar prevenir que isso aconteça, mas é possível considerar aspectos como:
- experiências negativas ao longo da vida (ainda que tenham sido apenas observadas);
- elementos genéticos e o histórico familiar de fobias, similar ao que acontece com outras queixas psíquicas;
- determinados traços temperamentais associados a emoções como raiva, ansiedade e estresse.
No cuidado com a saúde mental ao longo de toda a vida, o Cartão dr.consulta fornece acesso a cuidados com médicos especialistas e outros profissionais sempre com preços diferenciados – válidos também para exames necessários para o acompanhamento.
Como complemento, o programa Cuidar da Mente oferece suporte de uma equipe especializada, que tira dúvidas e passa orientação, tornando a assistência mais personalizada.

A necessidade de busca por ajuda para o diagnóstico adequado
O estágio certo de procurar apoio profissional por conta de uma fobia específica é aquele em que a pessoa se vê evitando determinadas circunstâncias por conta do medo, levando a impactos negativos na condução da sua vida.
Para ilustrar isso, basta pensar em alguém que não consegue nem imaginar o transporte público para ir ao trabalho ou deixa de fazer exames simples por conta da angústia perante as agulhadas necessárias para a coleta do material.
Como não poderia deixar de ser, psiquiatras e psicólogos são os especialistas indicados para prestar o suporte necessário.
Como não há teste laboratorial ou de imagem específico para o diagnosticar, isso é feito por meio de conversas e aplicação de questionários que tentam dimensionar a natureza do desequilíbrio.
Ao mesmo tempo, os profissionais procuram avaliar se não existe nenhuma outra explicação para os episódios (transtorno do pânico ou de estresse pós-traumático).
Por fim, deve-se investigar se há uma comorbidade psiquiátrica. Em outras palavras, é necessário analisar se quem procura atendimento não está atravessando mais de uma disfunção de saúde mental simultaneamente (outro distúrbio de ansiedade, depressão etc.).
As opções de tratamento para gerenciar a queixa
No caso da fobia específica isolada, a psicoterapia é uma opção eficiente. Medicamentos também são uma opção, com a devida prescrição do psiquiatra.
Psicoterapia
Psicólogos adeptos de várias abordagens são capazes de ajudar a regular essa reação indesejada.
As chamadas terapias de exposição e dessensibilização são uma saída comum nesses casos. Em resumo, elas envolvem o contato progressivo com o gatilho.
De modo simplificado, com a orientação do psicólogo, alguém com fobia de elevadores primeiro observa imagens e vídeos do equipamento, depois entende como ele funciona.
Na sequência, quando ela se sentir confortável, é a hora de andar com alguém entre os andares até ser confortável estar sozinho naquele espaço.
Tudo isso, claro, demora semanas ou meses e cada um responde de modo diferente ao processo. Junto da aproximação lenta, é viável ainda incluir na rotina o aprendizado de exercícios de relaxamento para aliviar a tensão.
Medicamentos
Nos casos mais complexos ou em que os sintomas custam a ir embora, o uso de remédios deve ser considerado. Eles são úteis também se há a presença de mais de um transtorno psíquico.
Antidepressivos e ansiolíticos são as opções mais pertinentes. Eles devem ser tomados conforme receituário do médico, respeitando dosagens e intervalos prescritos.
Sinais de melhora demoram algumas semanas e a manutenção do tratamento pelo tempo indicado ajuda a reduzir as chances de recaídas, seja qual for o tipo de fobia diagnosticada.
Fontes:
[…] Fobia: quando o medo é excessivo […]
[…] ainda outros distúrbios que merecem atenção, como a depressão, a fobia social, o borderline, o obsessivo-compulsivo, entre […]
[…] acesso do tipo é definido como um surto repentino de medo ou desconforto tão intenso que fica impossível pensar em outra coisa. Os especialistas consideram […]
[…] ou do processo de morrer. Apesar de ser natural ter preocupações sobre a finitude da vida, essa fobia se manifesta de forma mais severa, interferindo na rotina e no bem-estar emocional de quem a […]