Infecção bacteriana: 7 diagnósticos que você pode prevenir
A infecção bacteriana é uma condição bastante trivial. Apesar disso, ela não deve ser tratada com menos seriedade, uma vez que, a depender da gravidade, sua progressão pode ser fatal.
É justamente isso que mostrou a Revista Lancet, em 2019, quando apontou essa enfermidade como a 2ª principal causa de mortes no mundo. Esse dado alerta sobre a necessidade de conhecimento sobre as formas de contágio, além das formas de prevenção.
Se informe mais a respeito das doenças causadas por bactérias, incluindo sintomas e maneiras de tratamento.
O que é uma infecção bacteriana?
Inicialmente, é preciso compreender o que são as bactérias. Elas são microrganismos vivos formados por uma única célula, classificadas de acordo com o seu formato: esférico (coco) e bastonete (bacilo), os mais comuns, espiralado (espirilo) e de vírgula (vibrião).
Esses microorganismos estão presentes na água, no ar, no solo e no corpo humano (a maioria no intestino e na pele).
As infecções bacterianas são, então, as patologias desencadeadas por esses agentes, que se desenvolvem e se multiplicam, produzindo toxinas e invadindo tecidos.
A gravidade varia conforme o estado geral de saúde de quem é afetado e pode ser classificadas de duas formas, a depender do tamanho de área:
- Infecção bacteriana localizada: quando apenas uma área é acometida;
- Infecção bacteriana generalizada: quando um órgão inteiro é atingido e há a disseminação para outras partes. Esse é o tipo mais preocupante, já que pode levar à septicemia, responsável por causar a falência de diversos órgãos e morte.
O tempo médio de duração depende do seu tipo e localidade. No entanto, com tratamento adequado dura, em média, entre7 e 14 dias.
Diferença entre infecções bacterianas e virais
As doenças bacterianas podem apresentar sinais muito similares às virais, já que o sistema imunológico responde de maneira parecida.
No entanto, elas são diferentes entre si, não só pelo agente causador (bactérias e vírus, respectivamente), mas também pelos tratamentos indicados em cada quadro.
Como essa infecção acontece?
Saber como as doenças causadas por bactérias se dão no organismo colabora para evitar a contaminação, que pode ser direta (de pessoa para pessoa) ou indireta.
Transmissão direta:
- contato próximo com pessoa infectada por meio de gotículas de saliva (espirros, beijo, toque no rosto, nariz ou boca logo em seguida);
- contágio por meio de relações sexuais;
- transmissão de mãe para o bebê durante a gestação ou parto.
Transmissão indireta:
- contato com superfícies contaminadas;
- consumo de alimentos ou água contaminada;
- picada de insetos.
Sabendo disso, a higienização das mãos e dos alimentos antes do consumo, utilização de preservativos durante as relações sexuais e a limpeza de superfícies de contato são ações que contribuem para a prevenção.
Principais sintomas para ter atenção
Cada infecção bacteriana pode apresentar manifestações específicas, já que se instalam em diferentes áreas do organismo humano. Porém, em linhas gerais, os sinais comuns à maioria são:
- febre alta;
- dor no corpo;
- tosse persistente;
- cansaço;
- dor local.
Lembre-se: apenas o diagnóstico correto pode auxiliar na melhora do quadro. Sendo assim, ao notar o aparecimento e persistência de algum desses sintomas, procure um clínico geral.
Após a anamnese, alguns exames poderão ser solicitados para confirmar, ou não, a suspeita, além de sua localização e gravidade. São eles:
- hemograma;
- exame de fezes;
- exame de urina;
- raio-x do tórax (se a suspeita for de origem pulmonar).
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7 infecções bacterianas mais comuns
Os diagnósticos mais frequentes incluem:
- infecção urinária;
- meningite;
- tuberculose;
- pneumonia;
- leptospirose;
- gonorreia; e
- sífilis.
Mesmo tendo como agente causador uma ou mais bactérias, essas infecções podem atingir diferentes áreas e têm sintomas característicos.
1. Infecção urinária
A infecção urinária é uma das mais frequentes e com maior incidência em mulheres, sendo sintomática ou assintomática. Ela pode afetar tanto o trato urinário baixo, sendo chamada de cistite, quanto o trato urinário superior, quando recebe o nome de pielonefrite.
Na cistite, os sintomas estão restritos à urina e envolvem:
- aumento da vontade de fazer xixi;
- dor e urgência para urinar;
- dor na parte inferior do abdômen;
- odor e mudanças de aspecto da urina.
Já na pielonefrite, que geralmente se dá pela piora de uma cistite, ocorre febre alta (superior a 38°C), calafrios e dor lombar.
2. Meningite
A meningite é uma inflamação que acontece nas meninges, membranas que cobrem o cérebro e medula espinhal, e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos e até mesmo parasitas.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a meningite bacteriana é a mais grave, tem maior ocorrência entre o outono e inverno e acomete mais o gênero masculino.
As principais manifestações são:
- dor de cabeça;
- rigidez de nuca (principal indicativo desse quadro);
- náusea;
- fotofobia;
- confusão mental.
Se não tratados, os sintomas podem evoluir para convulsões, delírio, tremores e chegar a óbito.
3. Tuberculose
A tuberculose é uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença acontece nos pulmões e, em alguns casos menos comuns, pode atingir outros órgãos ou sistemas.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse persistente (seca ou com catarro) por 3 semanas ou mais. Febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento também estão presentes.
Segundo o MS, no Brasil, são notificadas cerca de 4,5 mil mortes em decorrência dessa enfermidade anualmente. Por isso, a identificação precoce e o acompanhamento com um pneumologista é primordial para evitar complicações.
4. Pneumonia
A pneumonia, assim como a tuberculose, se instala nos pulmões e pode atingir a região dos alvéolos pulmonares ou o espaço entre um alvéolo e outro. Essa condição é originada não só por bactérias, mas também vírus, fungos e reações alérgicas.
Entre os indícios da pneumonia podemos ressaltar: tosse, dor no tórax, alterações da pressão arterial, confusão mental, mal-estar generalizado, falta de ar, secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada e fraqueza.
5. Leptospirose
A leptospirose é uma doença febril aguda causada pela bactéria Leptospira e transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos. Embora o fígado e os rins sejam os órgãos foco, os pulmões e o coração podem adoecer.
É dividida em duas fases: precoce e tardia, e os sintomas na fase inicial são:
- dor de cabeça;
- dor muscular, especialmente nas panturrilhas;
- falta de apetite e náuseas/vômitos.
Diarreia, dor nas articulações, vermelhidão, dor ou hemorragia nos olhos, fotofobia e tosse também podem ser notados em alguns casos.
Já na fase tardia (evolução da anterior e forma mais grave), ocorre a manifestação da síndrome de Weil acompanhada de icterícia (coloração amarelada ou alaranjada na pele), insuficiência renal e hemorragia.
6. Gonorreia
A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos.
É mais comum em mulheres (apesar de homens também estarem suscetíveis ao contágio) e a maioria dos casos são assintomáticos. No entanto, quando aparecem, é perceptível.
Nas mulheres:
- corrimento vaginal amarelado ou claro fora da época da menstruação;
- dor no baixo ventre;
- sangramento durante a relação sexual.
Nos homens:
- corrimento ou pus no pênis;
- ardor e esquentamento ao urinar;
- dor nos testículos.
O diagnóstico pode ser feito por ginecologistas e urologistas. Dependendo da complexidade do quadro, o médico infectologista também pode ser acionado.
7. Sífilis
A sífilis também é uma IST causada pela bactéria Treponema pallidum que atinge o pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou determinados locais da pele. Apresenta 4 estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária) e tem cura, quando bem tratada.
Os sinais e grau de transmissão mudam de acordo com o estágio.
- Sífilis primária: nota-se uma ferida única local que não dói, não coça, não arde e não tem pus. Entre 6 semanas e 6 meses da cicatrização da ferida, inicia-se a sífilis secundária;
- Sífilis secundária: nesse estágio surgem manchas no corpo, nas palmas das mãos e plantas dos pés, que geralmente não coçam. Além de febre, mal-estar e dor de cabeça.
- Sífilis latente: essa etapa é assintomática e pode ser interrompida pelo último estágio.
- Sífilis terciária: a sífilis terciária acontece entre 1 e 40 anos após o início da infecção e apresenta lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
E o tratamento?
Para o tratamento das infecções bacterianas, são utilizados antibióticos por inibirem o crescimento ou multiplicação das bactérias. A prescrição médica pode variar quanto ao tipo de antibiótico e duração.
A dor e febre são sintomas característicos nos primeiros dias de uso, mas devem ser compreendidos como uma resposta do organismo a eliminação das bactérias.
O uso do antibiótico não deve ser suspenso. Do contrário, os sintomas podem surgir novamente.
O perigo da automedicação
A automedicação é perigosa para diversos contextos mas, especialmente, quando a doença tem origem bacteriana. O uso medicamentoso sem orientação provoca o que profissionais chamam de “superbactérias”, que são aquelas de alta resistência.
Essas superbactérias colocam em risco a saúde de humanos e de animais, e é uma das maiores ameaças à saúde global atualmente.
É preciso lembrar ainda que a eficácia do tratamento dependerá do antibiótico correto, já que a prescrição considerada o agente causador.
Percebeu algo diferente? Busque ajuda médica!
O diagnóstico antecipado de qualquer infecção bacteriana pode evitar outros sintomas e complicações de saúde.
O risco maior é o da rápida evolução do quadro dado que as bactérias também se multiplicam com facilidade. Assim, uma infecção localizada pode se tornar generalizada em poucos dias, por isso mantenha cuidado redobrado com as crianças.
Cuide da sua saúde com o dr.consulta: faça consultas e exames de rotina. Previna-se e proteja quem você mais ama, antes de adoecer.
Fontes:
- Infecções bacterianas se tornam 2° principal causa de mortes no mundo | Revista Lancet veiculado pela CNN Brasil;
- Infecção urinária | Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN);
- Meningite | Ministério da Saúde (MS);
- Tuberculose | Ministério da Saúde (MS);
- Leptospirose | Ministério da Saúde (MS);
- Gonorreia e clamídia | Ministério da Saúde (MS);
- Sífilis | Ministério da Saúde (MS);
- Programa Nacional de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde 2021 a 2025 | Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Como diagnosticar infecção bacteriana grave em crianças? | Pebmed.
Estou com umas bactérias nos lábios da vagina e estou fazendo acompanhamento médico ginecologico,mais esta demorando acabar. Ha outro medicamento bom que eu posso usar?
Olá! Helena, o ideal é voltar com o profissional para que ele avalie e passe outro tratamento se necessário.
Meu marido esta com uma bactéria ele emagreceu muito rápido
Estamos com um familiar a 7 dias apresentando febre entre 37 e 39 graus e todos os sintomas de uma virose
Já fizemos exames e dengue já foi descartada.
Estamos com acompanhamento médico mas em casa com antitérmicos, protetores gástricos e nenhum outro remédio.
Estamos tratando como uma infecção viral.
Como podemos saber se não seria uma infecção bacteriana?
Neste caso a ausência de antibiótico pode ser um problema. Medimos o PCR e está perto de 12000.
Quando seria o momento correto para buscar um pronto atendimento?
Há exames específicos para determinar o tipo dê infecção seja viral ou bacteriana?
Que atitude tomar?
Obrigado
Ricardo
[…] sabia que o infectologista é o especialista no cuidado de quadros desencadeados por vírus, bactérias, fungos e outros parasitas? Além de tratar e diagnosticar essas condições, ele pode indicar as […]