Inverno eleva preocupação com a influenza em todas as idades
A chegada do inverno traz, além das baixas temperaturas, um crescimento expressivo nos diagnósticos de influenza, a conhecida gripe.
No Brasil, dados recentes do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam o tipo A como a principal causa atual de internações de jovens, adultos e idosos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A maior incidência de hospitalizações e mortes tem sido registrada na população idosa.
Atingindo todas as faixas etárias, a influenza pode evoluir para quadros severos quando não tratada de forma adequada, exigindo atenção redobrada durante os meses mais frios.
O que é a influenza
Trata-se de uma infecção viral que afeta o sistema respiratório. O vírus pertence à família Orthomyxoviridae e costuma circular com maior força durante o outono e o inverno. Existem diferentes tipos do agente causador, sendo os principais: influenza A, B e C, indica o Ministério da Saúde.
Influenza A
É responsável pelas grandes pandemias. As variantes mais comuns são A(H1N1) e A(H3N2), mas também existem outras, como A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v) e A(H1N2v). Além dos humanos, animais como suínos, aves e mamíferos marinhos também podem ser infectados.
Influenza B
Esse tipo é restrito a seres humanos, sendo classificado em dois grupos principais: B/Yamagata e B/Victoria.
Influenza C
Mais raro, costuma causar sintomas mais leves e infecta tanto humanos quanto suínos.
Principais sintomas
Os sinais da influenza geralmente aparecem de forma súbita. Entre os mais relatados estão:
- febre alta, geralmente acima de 38°C;
- dores musculares e articulares, acompanhadas de mal-estar geral;
- tosse seca e irritativa;
- dor de garganta e congestão nasal;
- cansaço extremo, conhecido como prostração;
- calafrios e dor de cabeça intensa.
Em crianças, pode haver ainda vômitos, diarreia e dificuldades respiratórias. Já entre idosos e pessoas com condições crônicas, o quadro pode evoluir para pneumonia.
Em caso de sintomas como falta de ar, dor no peito, confusão mental, febre persistente ou coloração azulada nos lábios, é fundamental procurar assistência médica imediata. O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado com exames específicos, caso o médico considere necessário.
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Complicações da gripe
Embora a maioria das pessoas se recupere em cerca de uma semana, alguns casos podem evoluir para complicações sérias, principalmente entre os grupos mais vulneráveis.
As principais complicações incluem:
- pneumonia – infecção nos pulmões que pode ser causada pelo próprio vírus da gripe ou por bactérias que aproveitam a fragilidade do organismo após a infecção viral;
- sinusite e otite – inflamações nos seios da face e nos ouvidos, respectivamente, que podem ocorrer como consequência de uma gripe mal cuidada;
- exacerbação de doenças crônicas – pessoas com condições como asma, diabetes ou insuficiência cardíaca podem apresentar piora significativa do estado de saúde após um episódio de gripe;
- Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – considerada uma das complicações mais preocupantes, a SRAG é caracterizada por grave dificuldade para respirar, necessitando de atendimento emergencial e, muitas vezes, internação.
Quem corre mais riscos
Embora qualquer pessoa possa contrair influenza, alguns grupos apresentam maior risco de agravamento. Entre eles estão:
- crianças menores de 5 anos;
- pessoas acima dos 60 anos;
- gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto);
- indivíduos com quadros crônicos, como diabetes, asma e condições cardíacas;
- pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
Nesses casos, a infecção pode causar complicações respiratórias e exigir internação hospitalar.
Como a gripe se espalha e por que o inverno é um período crítico
O inverno é a estação em que a influenza prevalece, como aponta artigo do Journal of Infection Control (ainda que a condição possa ocorrer em qualquer mês do ano).
Nesse período, é comum que as pessoas permaneçam por mais tempo em locais fechados, com pouca circulação de ar. Além disso, a baixa umidade do ar típica da estação (em algumas localidades) facilita a permanência do vírus no ambiente.
A transmissão acontece principalmente por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O contato com superfícies contaminadas também representa uma forma de contágio.
Tratamento da influenza
Os cuidados da gripe envolvem repouso, hidratação e uso de medicamentos para alívio dos sintomas, como analgésicos e antitérmicos.
Em casos selecionados, pode-se prescrever antivirais, como o oseltamivir (que ficou bastante conhecido pelo nome comercial da marca). O medicamento tem maior eficácia se iniciado nas primeiras 48 horas após o aparecimento dos sinais.
É importante reforçar que o uso de antibióticos só é indicado quando há confirmação de infecção bacteriana associada, como em casos de sinusite ou pneumonia.
Prevenção é a melhor defesa
Evitar a influenza é a forma mais eficaz de reduzir os riscos de internações e complicações. Antes das recomendações práticas, é importante destacar que a vacinação anual é a principal ferramenta de prevenção.
Além da imunização, outras medidas simples e eficazes incluem:
- lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, principalmente após contato com superfícies de uso comum;
- cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar, preferencialmente usando o braço;
- evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas gripais;
- manter os ambientes ventilados, mesmo nos dias frios;
- higienizar objetos e superfícies que tenham contato frequente com as mãos.
Adotar essas práticas no dia a dia ajuda a diminuir significativamente a circulação do vírus, especialmente no inverno.
Identificar os sintomas precocemente, buscar orientação médica quando necessário e adotar medidas de prevenção são outras atitudes essenciais que contribuem para proteger a saúde de toda a família.
Fontes: