Entenda como é a evolução da doença de Parkinson
A doença de Parkinson é uma alteração neurodegenerativa que afeta principalmente o controle dos movimentos corporais.
Embora seja mais comum em pessoas acima dos 60 anos, seus primeiros estágios podem se manifestar também em adultos mais jovens.
O quadro avança lentamente, exigindo diagnóstico clínico preciso e acompanhamento multidisciplinar para controle dos sintomas e preservação da autonomia e qualidade de vida, dentro do possível.
O que causa a doença de Parkinson
Atualmente, sabe-se que o principal mecanismo por trás da condição é a degeneração dos neurônios que produzem dopamina na substância negra, região do cérebro envolvida no controle motor.
A presença desse neurotransmissor/hormônio é fundamental para o movimento coordenado de todo o corpo. Portanto, sua deficiência leva aos sintomas típicos e comumente conhecidos.
Já o termo que trata da manifestação é uma referência ao cirurgião inglês James Parkinson, que no século 19 foi o primeiro a descrever o quadro. E, apesar de expressão “mal de Parkinson” ter sido utilizada por muito tempo, atualmente caiu em desuso.
Embora o gatilho exato desse dano neurológico seja desconhecido, a doença de Parkinson resulta da interação de diversos fatores. Entre os principais estão:
- predisposição genética, especialmente quando há histórico familiar da alteração;
- envelhecimento natural, uma vez que o risco aumenta com a idade;
- exposição a toxinas ambientais, como poluentes do ar (conforme estudo público em 2024 no periódico JAMA Network Open), agrotóxicos e determinados produtos químicos;
- histórico de traumatismos cranianos repetitivos ao longo da vida;
- presença de alterações crônicas, como sobrepeso, obesidade, diabetes tipo 2 e disfunções cardiovasculares.
Apesar dessa lista, na maioria das vezes, a doença de Parkinson surge sem uma causa identificável específica.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que 8,5 milhões de pessoas em todo mundo vivem com o diagnóstico, com uma prevalência que dobrou nos últimos 25 anos.
Na prática, isso significa que 1% de todos aqueles acima de 60 anos são afetados, como apontam dados da Biblioteca Nacional de Medicina Norte-americana, a National Library of Medicine (NIH). No Brasil, a estimativa dos órgãos federais é de que haja 200 mil indivíduos com o quadro.

Sintomas do Parkinson desde os primeiros momentos
Os prejuízos cerebrais surgem anos antes do início dos sinais característicos da alteração, permanecendo imperceptíveis por um longo período.
Ou seja, quando os primeiros sintomas se tornam nítidos, já houve uma perda significativa das células produtoras de dopamina. A partir disso, pouco a pouco vão se notando comprometimentos de natureza motora que englobam:
- tremor em repouso, geralmente de apenas um lado, especialmente nas mãos;
- rigidez muscular, que afeta a mobilidade e pode causar dores;
- lentidão para iniciar e executar movimentos;
- deficiências na postura, com inclinação para frente e passos curtos.
Além dos prejuízos na mobilidade e coordenação de músculos e articulações, sinais não motores acompanham o distúrbio. Os mais relevantes envolvem:
- diminuição do olfato (hiposmia), que pode surgir anos antes dos tremores;
- distúrbios do sono, incluindo movimentos excessivos durante o sono REM;
- constipação intestinal persistente;
- alterações no humor, como depressão ou ansiedade;
- fadiga e sensação de cansaço constante.
Por fim, o progresso do comprometimento gera ainda outros déficits significativos, causando alterações na fala e na escrita, dificuldade para mastigar e engolir (disfagia), perda de memória e redução das expressões faciais.

Como a doença de Parkinson é confirmada
O diagnóstico é sobretudo clínico, baseado na avaliação detalhada dos sintomas, sendo conduzido por neurologista. Não existe um exame laboratorial ou de imagem que ofereça uma conclusão 100% válida.
A análise do especialista considera a presença de, pelo menos, dois dos principais sintomas relativos à capacidade motora (como tremor em repouso, rigidez e instabilidade postural etc.).
Adicionalmente, é analisado se há resposta positiva à introdução de determinados medicamentos, o que é um forte indicativo da disfunção. Em paralelo, alguns recursos podem ser utilizados para descartar outras condições com sintomas semelhantes.
Algumas das principais ferramentas para isso são ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas.
Acompanhamento após o diagnóstico da doença de Parkinson
A abordagem correta depende de um suporte multidisciplinar, sempre compatível com as necessidades do indivíduo e da família.
O conjunto de medidas terapêuticas é focado no controle dos sintomas e na manutenção da qualidade de vida.
Não há cura para a doença de Parkinson, mas é possível amenizar a progressão dos comprometimentos e preservar o bem-estar.
Tratamento medicamentoso
Os remédios para Parkinson atuam nos mecanismos envolvidos na liberação e no aproveitamento da dopamina no cérebro. Existem várias opções disponíveis atualmente, como destaca documento sobre o tema do Ministério da Saúde.
Além disso, o neurologista responsável pelo acompanhamento pode prescrever medicamentos para controlar outros sintomas associados ao quadro (como os transtornos de humor ou os distúrbios do sono).
Independentemente disso, é feito sempre um ajuste das doses e combinações conforme a resposta obtida e a redução ou o avanço das queixas.
Intervenção cirúrgica
A cirurgia é uma opção para casos sem resposta apropriada às medicações. A alternativa mais comum é a estimulação cerebral profunda.
O procedimento consiste na implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro para modular os circuitos neurológicos envolvidos nos sintomas.
A opção é indicada após avaliação criteriosa por equipe especializada, considerando o perfil clínico, idade e resposta ao tratamento primário com os remédios disponíveis.
Terapias complementares
Uma série de medidas adicionais que não necessariamente dependem de medicamentos ajudam a controlar os impactos sobre o dia a dia do indivíduo. Algumas delas são:
- fisioterapia – essencial para manter a mobilidade, força muscular e equilíbrio através de exercícios específicos;
- fonoaudiologia – indispensável no tratamento dos sintomas de fala, voz e deglutição;
- terapia ocupacional – oferece estratégias para facilitar as atividades do dia a dia e manter a independência funcional;
- psicologia – ajuda a lidar com os aspectos emocionais;
- nutrição – para manter um estado nutricional adequado.
Junto de toda a atenção à pessoa afetada, toda sua rede de apoio deve receber o amparo necessário.
As orientações são relevantes para identificar sinais de complicações de modo precoce, garantir adesão ao tratamento e evitar a sobrecarga sobre amigos e parentes, especialmente à medida que há uma perda maior de autonomia.
Para facilitar o acompanhamento, o Cartão dr.consulta oferece acesso a diferentes especialidades médicas e exames necessários sempre com comodidade e preços diferenciados.
Quem assina também é incluído em programas de saúde e recebem suporte multidisciplinar, podem tirar dúvidas com profissionais de saúde e ainda têm acesso a consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Existe modo de prevenir a complicação neurodegenerativa?
Por seu caráter complexo, não existe medida de prevenção totalmente eficaz para a doença de Parkinson. No entanto, algumas orientações ajudam a minimizar o risco acumulado ao longo da vida. As principais delas dependem de:
- hábitos de vida saudáveis, incluindo alimentação balanceada;
- atividades físicas regulares, que colaboram para evitar o excesso de peso, estimulam o sistema nervoso e melhoram a função motora;
- controle da exposição a substâncias tóxicas como pesticidas e solventes;
- proteção contra complicações metabólicas e cardiovasculares;
- acompanhamento médico regular em todas as fases da vida.
Em resumo, a doença de Parkinson representa um desafio significativo. Nesse cenário, o acompanhamento multidisciplinar, a orientação personalizada e o apoio familiar são elementos essenciais para enfrentar a jornada que começa com o diagnóstico da condição.
Fontes:
- Associação Brasil Parkinson;
- Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional;
- Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares;
- JAMA Network Open;
- Johns Hopkins Medicine;
- Ministério da Saúde;
- Ministério da Saúde;
- Movement Disorders;
- National Library of Medicine;
- Neurology;
- Organização Mundial da Saúde;
- Organização Mundial da Saúde;
- Organização Mundial da Saúde;
- Parkinsonism & Related Disorders;
- Revista Brasileira de Enfermagem.
sou portador de parkinson dessde 2007, estou morando agora na praia grande a uns 08 anos;.
gostaria de saber de onde de onde é essa clinica o nome do DR. e se voces atendm pela CABESP, a nossa caixa.
ou seja, a CAIXA DE BENEFICENÇIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANESPA.
GRATO E FICO NO AGUARDO.
ANOTONIO VITOR DA CUNHA – 13.98877.2555 E 13.98878.2555
Obrigada, gostei, pois tenho uma irmã que está com a mão esquerda tremendo, não é sempre.gostariade saber se o tremor é nas duas ou pode ser só em uma das mão
O conteudo foi muito util
Ficamos felizes que tenha gostado José!
Boa tarde, meu esposo tem os sintomas, já efetuamos vários exames como RM , ultrassonografia das carotidas, de sangue, ultramiografia entre outros, porém passamos por uma situação horrível e isso nos abalou muito, ele tb foi diagnosticado com ansiedade severa. Agradeço atenção.
[…] protetores, como serotonina e dopamina, a meditação ajuda a prevenir condições como Alzheimer e Parkinson, conhecidas como provocarem falhas cognitivas (falta de memória) e motoras (tremedeira), […]