Como identificar os principais sintomas físicos da ansiedade

As pessoas com diagnóstico confirmado conseguem reconhecer facilmente os sintomas físicos da ansiedade – o que não ocorre com alguém que não se vê como uma pessoa ansiosa.

É verdade que a ansiedade pode se manifestar de diferentes formas no corpo humano, entretanto, certos sinais são comuns entre a maioria dos pacientes.

Quais são os sintomas físicos da ansiedade

As dores e os sintomas são reações do organismo, apontando que algo não vai bem ou alertando para alterações de saúde. Sob estresse ou em situações de nervosismo, o corpo passa a apresentar reações intensas e inesperadas. 

Ao contrário do que ainda se pensa, a ansiedade não afeta apenas a saúde mental, por isso, a recomendação de observar as reações físicas sentidas nesses momentos, que envolvem geralmente:

1. coração acelerado;
2. tensão muscular;
3. dormência e formigamento.

1 – Coração acelerado

Esse é um dos sintomas físicos da ansiedade mais típicos entre os ansiosos. Durante episódios de estresse ou crises de ansiedade, é normal que a frequência cardíaca aumente.

Aqueles que sofrem com ansiedade costumam descrever a sensação de ter o coração acelerado como se estivesse pulando no peito ou batendo muito rápido. Às vezes, podem sentir palpitações ou até mesmo uma sensação de que o coração vai “saltar”. Isso pode ser muito assustador e facilmente confundido com outras condições cardíacos.

Essa reação é conhecida como resposta de luta ou fuga, que ocorre quando o corpo se prepara para enfrentar ou “fugir de uma ameaça”.

O que causa?

Quando a ansiedade se instala, o corpo libera hormônios como adrenalina e cortisol, que aceleram o coração. O aumento da frequência cardíaca ocorre para garantir que mais sangue e oxigênio sejam enviados aos músculos e órgãos vitais. Assim, o coração bate mais rápido e mais forte, o que pode ser percebido de forma intensa.

O que fazer?

Uma das primeiras ações para controlar o coração acelerado devido à ansiedade é buscar se acalmar.

Técnicas de respiração profunda podem ajudar a reduzir a frequência cardíaca. Além disso, a prática de exercícios físicos regulares também é uma maneira eficaz de regular a frequência do coração a longo prazo.

É importante lembrar que, embora a percepção do coração acelerado possa ser desconfortável e alarmante, geralmente é uma resposta natural ao estresse e pode ser tratada. Reconhecer essa relação entre a percepção do coração acelerado e a ansiedade facilita o entendimento e o alívio dos sintomas relacionados.

2 – Tensão muscular

A tensão muscular é um dos sintomas mais comuns e debilitantes da ansiedade. Quando estressados ou ansiosos, o corpo dos indivíduos tende a ficar em estado de alerta, o que resulta na contração involuntária dos músculos. 

O desconforto e a tensão podem se espalhar por várias áreas, incluindo pescoço, ombros, costas e mandíbula. As dores constantes, rigidez, cãibras e o ato de morder os dentes (conhecido como bruxismo), são outros sinais dessa tensão.

O que causa?

A liberação natural dos hormônios como a adrenalina e o cortisol provoca uma sobrecarga no sistema muscular, aumentando a tensão. Os músculos se contraem como forma de nos preparar para a ação.

O que fazer?

São recomendados técnicas como alongamentos, ioga, e exercícios de respiração profunda. Massagens e terapias manuais também podem proporcionar alívio físico e emocional significativo e imediato.

Manter a rotina de exercícios regulares é uma das indicações básicas dos cardiologistas, reduzir a tensão acumulada no corpo.

3 – Dormência e formigamento

Quase sempre em dupla, a dormência e os formigamentos também são reflexos concretos dos mecanismos de defesa do organismo.

As pessoas descrevem geralmente a sensação de formigamento como pequenas “agulhadas” ou “picadas” na pele. Isso pode acontecer em episódios curtos ou se prolongar por períodos mais longos, dependendo do nível de estresse. É comum que essa sensação apareça em momentos de alta ansiedade, como ao falar em público, enfrentar uma situação nova ou até mesmo durante crises de pânico.

O que causa?

Os mesmos hormônios são responsáveis por afetar diretamente a circulação sanguínea e a oxigenação de certas áreas do corpo.

A dormência ocorre quando a circulação é alterada, resultando em menos fluxo de sangue para regiões específicas. Isso pode levar à sensação de formigamento ou perda de sensibilidade nas mãos e pés, por exemplo.

O que fazer?

Novamente é preciso acalmar os ânimos. Tanto a respiração profunda, quanto a meditação e os exercícios físicos beneficiam a circulação do sangue e reduzem a dormência local.

Caso os sintomas persistam ou sejam acompanhados de outros sinais preocupantes como fraqueza e alterações na fala, é preciso procurar a orientação de um profissional de saúde:

Outros sintomas

Essa condição pode ser evidenciada ainda por outros sintomas como:

• sensação de sufocamento: descrita como se houvesse um “nó na garganta” ou dificuldade em respirar. Técnicas de respiração, como a respiração diafragmática, trazem alívio para essa sensação incômoda;
• suor: a sudorese excessiva, especialmente nas palmas das mãos e nas axilas, pode indicar ansiedade. Com a adrenalina liberada, o corpo aumenta a transpiração;
• condições gastrointestinais: outras manifestações físicas da ansiedade são náuseas, dor de estômago e mudanças no apetite. Fazer exercícios físicos e adotar uma alimentação balanceada é essencial para melhorar a saúde gastrointestinal;
• tontura e vertigem: os quadros de ansiedade também podem causar tontura ou uma sensação de desorientação. Isso está relacionado à hiperventilação, que pode ocorrer em momentos de estresse. Técnicas de controle da respiração são eficazes para combater esse sintoma;
• dores de cabeça tensionais: as dores de cabeça tensionais são frequentemente relatadas por pessoas ansiosas. Esse tipo de dor está ligado à tensão muscular e ao estresse. Manter uma boa hidratação, fazer pausas para relaxar e praticar alongamentos são medidas indicadas para o alívio.

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É grave ou não é?

Pessoas nervosas e ansiosas fixam sua atenção nas reações físicas – o que faz com que pareçam mais graves. Essa percepção pode criar um ciclo vicioso, onde o medo dos sintomas físicos aumenta a intensidade da ansiedade.

É preciso entender que esses sinais são respostas naturais do corpo quando frente às situações adversas. Quando o corpo percebe uma ameaça, seja real ou percebida, ativa o sistema nervoso, gerando reações que muitas vezes se traduzem em sintomas físicos.

Para esses sintomas, é importante tratar a raiz da ansiedade e não apenas os sintomas físicos. 

Saúde física ou mental: o que vem primeiro?

A terapia, meditação e a prática de atividades físicas regularmente são estratégias eficazes para gerenciar a ansiedade e, consequentemente, os vários sintomas físicos associados. Portanto, fazer o acompanhamento psicológico contínuo melhora a ansiedade e seus efeitos no corpo.

Fontes:

• Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Sáúde (BVSMS);
• Manual MSD.