Psoríase: conheça as causas, sintomas e tratamentos
A psoríase é uma alteração dermatológica relativamente comum, mas ainda cercada de muitos mitos. A falta de conhecimento leva muita gente a crer que ela é contagiosa ou que tem como causa a falta de higiene.
Nada disso é verdade, mas as ideias do tipo frequentemente atrapalham a busca por ajuda, com impactos relevantes sobre a saúde e a qualidade de vida de quem convive com a condição.
Quando devidamente diagnosticada, o quadro conta com tratamentos eficientes, capazes de controlar os sintomas e evitar complicações.
O que é a psoríase
Ela é uma patologia crônica inflamatória que afeta principalmente a pele. Em casos mais graves, pode comprometer também as articulações, ao mesmo tempo em que aumenta o risco de complicações cardiovasculares e alterações de saúde mental.
Na prática, trata-se de uma alteração autoimune, na qual o sistema de defesa do corpo ataca equivocadamente estruturas saudáveis do próprio organismo.
A partir disso, há uma renovação celular acelerada da pele, como resposta ao quadro inflamatório. Isso resulta no acúmulo de células mortas na superfície, formando placas espessas com aspecto descamado que vão e voltam com o tempo.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que no Brasil cerca de 5 milhões de pessoas tenham a disfunção.
De acordo com levantamento feito pelo Instituto Datafolha com 2.008 pessoas em junho de 2025, a psoríase era a queixa crônica de pele mais diagnosticada entre os entrevistados, ao lado da dermatite atópica.
A condição pode surgir em qualquer idade, mas os primeiros sintomas são mais comuns entre os 15 e 20 anos, com um segundo pico mais tarde na vida, entre os 55 e 60 anos, conforme dados disponíveis na Biblioteca Nacional de Medicina Norte-americana, a National Library of Medicine (NIH).

Quais são os principais sintomas da condição?
Os sinais da psoríase variam conforme o tipo e a gravidade do episódio. Os mais característicos concentram manifestações na pele que envolvem a presença de:
- placas avermelhadas cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas, que podem coçar e até sangrar;
- superfície ressecada, com rachaduras;
- sensação de queimação ou dor nas áreas afetadas;
- espessamento e alteração da coloração das unhas, que podem apresentar pequenos furos ou se soltarem.
Junto a tudo isso, alguns casos provocam sintomas que vão além da derme. Entre os mais destacados estão:
- dor e rigidez nas articulações, sinalizando a presença de comprometimento localizado;
- fadiga e mal-estar geral, principalmente durante os períodos de crise;
- impacto emocional significativo, podendo levar à depressão e ansiedade devido a questão estética. Estudo publicado no periódico General Hospital Psychiatry mostra que essas pessoas registram chance uma vez e meia maior de um episódio depressivo, por exemplo.
As áreas mais comumente afetadas são cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombar e unhas. No entanto, incômodos podem aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo palmas das mãos, plantas dos pés e até mesmo na região genital.
Os sintomas tendem a aparecer em ciclos, com períodos de melhora e piora. Fatores como estresse, infecções, mudanças climáticas e alguns medicamentos podem desencadear ou piorar as lesões.

O que diferencia cada tipo de psoríase
Existem várias formas de apresentação do quadro, cada uma com características específicas que orientam o diagnóstico, conforme listado a seguir:
- em placas, o tipo mais comum, como reforça a SBD, causando manchas avermelhadas, prateadas ou esbranquiçadas, secas e que podem sangrar ou doer dependendo da gravidade;
- ungueal, que atinge as unhas dos pés e das mãos ao ponto de deformá-las, deixando-as mais grossas e secas;
- do couro cabeludo, que forma escamas esbranquiçadas localizadas na cabeça, lembrando caspa;
- gutata, desencadeada por infecções bacterianas, provoca pequenas feridas em formato de gotas e mais finas do que as placas.
- invertida, comum em áreas mais úmidas do corpo como axilas, virilhas e regiões genitais.
- pustulosa, além das manchas, surgem, bolhas (com ou sem pus) e sintomas como calafrios, fadiga e coceira intensa.
- eritrodérmica, modo menos comum mas relativamente mais grave que pode acometer mais de 75% do corpo com manchas avermelhadas, geralmente disparadas por queimaduras ou infecções.
- artropática, conhecida por causar lesões na pele e danos às articulações.
O que se sabe sobre as causas dessa alteração
Não existe uma causa explicação, mas sim um conjunto de elementos que contribuem para o desenvolvimento da condição. Entram nessa equação:
- fatores hereditários, uma vez que predisposição genética desempenha papel fundamental. Quando presente em algum familiar, há maiores chances de manifestação de sintomas em algum momento da vida.
- elementos imunológicos, pois ela é considerada um distúrbio autoimune no qual o sistema imunológico identifica erroneamente as células da pele como invasoras
- componentes ambientais, que servem como gatilhos, que incluem infecções, estresse emocional, lesões prévias na pele, medicamentos, mudanças hormonais e clima (tempo seco e sem Sol).
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Como funciona o diagnóstico da psoríase
O processo é essencialmente clínico, baseado na observação das características das lesões e na história de quem procura ajuda. O dermatologista é o especialista mais indicado para conduzir essa avaliação.
Durante a consulta, o profissional examina cuidadosamente a pele, observando:
- localização, tamanho e aparência das lesões;
- presença de descamação característica;
- comprometimento das unhas;
- sinais de inflamação articular.
A dermatoscopia (a observação com uma espécie de lente de aumento) pode ser utilizada para avaliar melhor as características das placas e diferenciar a psoríase de outras condições dermatológicas.
Na maioria dos casos, não são necessários exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Porém, eles podem ser solicitados quando:
- há suspeita de psoríase artropática, exigindo exames de imagem para verificar as articulações;
- é preciso descartar outras condições com apresentação similar;
- há indicação de iniciar tratamentos sistêmicos que requerem monitoramento.
Por fim, uma biópsia é útil quando o diagnóstico permanece incerto após a avaliação clínica. Para isso, uma pequena amostra de pele é coletada e depois analisada em laboratório.
Psoríase tem cura? Quais são as opções de tratamento?
Embora não tenha solução definitiva, a condição pode ser controlada. O objetivo é reduzir a inflamação para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As opções mais utilizadas são:
- tratamentos tópicos, com a prescrição de cremes e pomadas aplicados sobre a pele, sobretudo em casos leves e moderados.
- fototerapia, em que a exposição controlada à radiação ultravioleta atua para amenizar as lesões.
- tratamentos sistêmicos convencionais, com uso de medicamentos ingeridos por via oral.
- terapias biológicas, uma revolução no tratamento dos quadros graves, atuando no bloqueio da resposta inflamatória indevida.
Nessas situações, junto com o dermatologista, o reumatologista pode oferecer o suporte necessário para a indicação da melhor abordagem. Este é o especialista em alterações autoimunes, fundamental no acompanhamento da evolução do quadro.
Seja como for, cuidados complementares e medidas de suporte são fundamentais para o sucesso da terapia. As mais essenciais são:
- garantir a hidratação adequada da pele;
- gerenciar o estresse com o apoio de técnicas de relaxamento;
- manter o peso adequado e praticar atividades físicas;
- evitar gatilhos conhecidos;
- buscar acompanhamento psicológico quando necessário.
A condição, embora seja crônica, não precisa comprometer significativamente a qualidade de vida. Com suporte especializado, diagnóstico correto e tratamento orientado, é possível manter o quadro bem administrado e levar uma vida normal e produtiva.
Fontes
[…] psoríase; […]
Estou com um probleminha na pele, principalmente no rosto, que acho que é psoríase, gostaria muito de fazer uma consulta pra descobrir se realmente é.
Obrigada!
[…] outras alterações dermatológicas, como frieiras, pé de atleta ou psoríase; […]
Gostei da explicação. Apenas gostaria de acrescentar que cuidados nutricionais com alimentos ricos em antioxidantes pode ajudar muito.
[…] psoríase; […]
[…] apresentam sinais de tenossinovite, ainda de acordo com a biblioteca de medicina norte-americana. A psoríase também aparece como fator […]