O que é a avaliação neuropsicológica e quando realizá-la

O cérebro humano exerce um papel essencial em diversas atividades do cotidiano. Entre essas funções, destaca-se a cognição — termo utilizado para descrever a capacidade de adquirir, processar e utilizar o conhecimento.
Para compreender como esse mecanismo atua em cada indivíduo, especialistas contam com diferentes técnicas e ferramentas.
Uma das principais é a avaliação neuropsicológica, que tem como objetivo investigar possíveis disfunções de ordem psicológica — incluindo aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais.
Segundo o Instituto de Psicologia da USP, esse procedimento permite uma análise aprofundada do funcionamento do órgão, oferecendo suporte ao diagnóstico de diversos quadros clínicos.
Como funciona a avaliação neuropsicológica
Diferentemente dos exames tradicionais, como os de imagem (ressonância magnética ou tomografia, por exemplo), ele busca entender como o indivíduo está pensando, falando, lidando com dificuldades cotidianas e organizando ideias e lembranças.
O processo é conduzido por psicólogos especializados em neuropsicologia e envolve entrevistas clínicas, aplicação de questionários e realização de testes padronizados, que podem variar conforme o objetivo de cada caso.
De forma geral, o foco é mapear e verificar habilidades como atenção, linguagem, raciocínio lógico, planejamento, entre outras.
Em crianças, por exemplo, é comum o uso da Escala Wechsler de Inteligência (WISC-IV), que examina a memória operacional por meio de tarefas como repetição de dígitos e cálculos mentais.
Já em idosos, instrumentos como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o Teste do Relógio são amplamente utilizados para detectar possíveis sinais de demência ou comprometimento leve das funções mencionadas.

Quando há indicação para a avaliação
Ela pode ser recomendada em uma série de situações clínicas e educacionais. Entre os principais contextos estão:
- dificuldades escolares e de aprendizagem vivenciadas por crianças e adolescentes;
- suspeitas de transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
- alterações comportamentais ou cognitivas em adultos;
- investigações de condições neurológicas, como Doença de Parkinson ou acidente vascular cerebral (AVC);
- reabilitação cognitiva após traumas cranianos.
O Cartão dr.consulta facilita o acesso aos cuidados com a saúde por meio de atendimentos com diferentes especialistas, incluindo psicólogos, e procedimentos com valores vantajosos.
Os pacientes também são incluídos nas Linhas de Cuidados e recebem suporte multidisciplinar e orientações de profissionais, além de consultas on-line e gratuitas de enfermagem.

Avaliação neuropsicológica pode ajudar crianças e idosos
Durante a infância, questões que prejudicam a atenção, memória ou linguagem nem sempre são facilmente percebidas.
Muitas vezes, a criança é rotulada como “distraída” ou “desinteressada”, quando, na verdade, pode estar enfrentando desafios específicos.
Nesses casos, o exame pode ser essencial para o diagnóstico precoce, permitindo abordagens mais eficazes e personalizadas.
De acordo com um estudo publicado na Revista de Psicopedagogia, quanto mais cedo eles são identificados, maiores são as chances de sucesso em estratégias de intervenção, como apoio pedagógico e terapias cognitivas. Isso contribui diretamente para a melhora no desempenho escolar e no bem-estar emocional.
Entre os idosos, a avaliação neuropsicológica desempenha um papel decisivo na detecção de enfermidades neurodegenerativas.
Embora algumas perdas nas funções sejam esperadas com o envelhecimento, como a redução na velocidade do processamento de informações, sinais mais acentuados afetando a orientação temporal e espacial, memória de longo prazo, linguagem ou percepção visual podem indicar condições mais graves, como o Alzheimer.
Assim, a ferramenta se mostra valiosa para indivíduos em diferentes etapas da vida, fornecendo informações fundamentais sobre o funcionamento cerebral e seu impacto nas rotinas diárias.
Ao permitir um diagnóstico mais preciso e o direcionamento de tratamentos adequados, a técnica contribui significativamente para a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.
Fontes: