Bulimia nervosa: saiba mais sobre esse transtorno alimentar
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os transtornos alimentares são condições psíquicas que promovem alterações nos comportamentos relacionados aos hábitos alimentares e estão ligadas à busca pelo corpo “perfeito”.
São patologias consideradas comuns e acometem 70 milhões de pessoas no mundo, especialmente mulheres na adolescência e início da fase adulta. Entre as principais, estão a anorexia, a compulsão alimentar e a bulimia nervosa — foco deste conteúdo.
Para compreender melhor sobre a bulimia nervosa, quais são seus sinais de alerta, diagnóstico e especialidades envolvidas no tratamento, continue acompanhando.
Afinal, o que é bulimia nervosa?
A bulimia nervosa, segundo o Ministério da Saúde (MS), é um distúrbio alimentar em que o paciente procura por estratégias de emagrecimento rápido com o objetivo de atingir a ideia de “corpo ideal” e está mais presente no público feminino no início da fase adulta.
Entre as estratégias estão:
- indução de vômito;
- uso de laxantes;
- consumo de altas quantidades de cafeína para acelerar o metabolismo;
- práticas de exercícios físicos de maneira exagerada.
Geralmente, essas tentativas para perda de peso estão acompanhadas de episódios de compulsão alimentar, ou seja, quando se come em grande quantidade e rapidamente.
A distorção corporal e a baixa autoestima decorrentes da pressão estética imposta pela sociedade são os principais elementos que contribuem para o desenvolvimento da bulimia nervosa.
Entretanto, essa categoria de condições é bastante complexa e cada paciente pode ter fatores específicos que causam os distúrbios.
Primeiros indícios
É comum que pessoas com essa condição não exponham a situação, mantendo os sintomas para si. Por isso, cabe aos amigos e familiares ficarem atentos aos seguintes comportamentos e indícios:
- ingestão exagerada de alimentos, mas, sem o ganho de peso;
- idas frequentes ao banheiro logo após refeições (podem indicar vômitos autoinduzidos);
- uso de laxantes e diuréticos sem prescrição médica;
- prática de dietas muito restritivas, intercaladas com momentos de compulsão alimentar;
- distúrbios depressivos, de ansiedade, comportamento obsessivo compulsivo e automutilação, por exemplo;
- obsessão com a prática de exercícios físicos;
- isolamento social;
- preocupação constante com o peso.
Percebeu esses comportamentos em alguém? Inicie uma conversa sem julgamento e com base na empatia, mostrando o seu apoio. Além disso, indicar a avaliação de profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, também é fundamental, uma vez que é uma condição psíquica.
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Anorexia e bulimia: qual a diferença?
Outro distúrbio comum, além da bulimia, é a anorexia nervosa.
A principal diferença é que, na segunda, o paciente restringe ao máximo a quantidade de comida que ingere, podendo consumir poucas calorias por dia ou não comer nada, mantendo o jejum por longos períodos.
Assim, a desnutrição é um risco constante, fazendo com que a condição impacte tanto a saúde física quanto a mental.
É válido ressaltar que uma pessoa pode apresentar as duas ao mesmo tempo, como ao manter dietas restritivas, mas, em um momento de compulsão, forçar o vômito. Por isso, o auxílio médico profissional é fundamental.
Tem como prevenir?
Não existe um medicamento ou um hábito que possa prevenir o surgimento da bulimia nervosa ou qualquer outro transtorno alimentar.
Entretanto, os esforços para diminuição dos casos deve ser coletiva, ou seja, de responsabilidade de toda a sociedade, trabalhando para a mudança nas percepções sobre padrão de beleza e corpos desejáveis (associados à magreza) que estimulem a distorção de imagem.
Essa mudança deve existir em todos os âmbitos da nossa vida em comunidade, como nos conteúdos divulgados nas redes sociais, nos programas de TV, na disseminação de dietas sem prescrição nutricional e até nas falas — com críticas quando alguém ganha peso e os elogios em caso de emagrecimento.
Por que diagnosticar e tratar?
A bulimia nervosa não é uma simples vontade de emagrecer. É um distúrbio grave e pode gerar sequelas sérias ao corpo e à mente. Entre os principais, é possível citar:
- refluxo gastroesofágico e indigestão;
- inflação e ruptura do esôfago e estômago;
- úlcera gástrica;
- constipação ou diarreia;
- condições cardiovasculares, como pressão baixa e batimentos cardíacos irregulares;
- osteoporose;
- fadiga;
- erosão dentária;
- sofrimento psíquico extremo a ponto de promover tentativas de suicídio.
Portanto, esse transtorno alimentar merece atenção e deve ser tratado assim que descoberto, por profissionais da saúde mental ou da Odontologia.
O tratamento é multidisciplinar
Psicólogos podem guiar o tratamento da bulimia nervosa, por meio da terapia cognitivo comportamental (TCC), mas também é preciso um conjunto de especialistas para auxiliar na recuperação do paciente.
Saiba alguns deles:
- dentistas: devem estar presentes porque o ácido estomacal presente nos vômitos corroem o esmalte dos dentes e os deixam mais fragilizados;
- nutricionistas: essenciais para tratar uma possível desnutrição e mostrar o caminho de uma alimentação equilibrada;
- otorrinolaringologistas: são os médicos que cuidam da garganta e, por isso, ajudam a tratar qualquer lesão causada pelas tentativas de forçar o vômito;
- gastroenterologistas: os responsáveis nos tratamentos das sequelas deixadas no sistema digestivo.
Outro apoio que não pode faltar é o da família. Portanto, é essencial uma escuta ativa e empática durante o processo de identificação e, posteriormente, na recuperação.
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Fontes:
- Mais de 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum distúrbio alimentar | Ministério da Saúde (MS);
- Anorexia e bulimia: aspectos clínicos e drogas habitualmente usadas no seu tratamento medicamentoso | Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/MS);
- Bulimia nervosa | Secretaria de Estado de Saúde de Goiás;
- Anorexia e bulimia | Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata);
- Anorexia e bulimia | Equipe Adolescentes da Unicamp;
- Transtornos alimentares: uma revisão dos aspectos etiológicos e das principais complicações clínicas | HU Revista;
- Bulimia nervosa | National Eating Disorders Collaboration;
- A influência e os efeitos dos transtornos alimentares na saúde bucal | Research, Society and Development.