Diminuição no desejo sexual? Entenda o que é a falta de libido 

A falta de libido é um problema silencioso que afeta o bem-estar e a qualidade de vida do casal, provocando dificuldades de relacionamento e até mesmo preocupações com a saúde dos parceiros.  

A libido é a manifestação da sexualidade e do desejo sexual, por ser regulada por hormônios, e ter grande influência das emoções, esse desejo pode ser impactado por todas as esferas da vida. 

Quer entender quais as causas, sintomas e tratamentos da falta de libido? Então acompanhe a leitura com a gente! 

Entendendo o que é falta de desejo sexual  

A falta de libido é uma diminuição no impulso sexual que afeta homens e mulheres. Sendo mais frequente nas mulheres, essa queda no desejo acomete entre 15% e 35% das pessoas do sexo feminino, segundo um estudo realizado pela Bayer. 

O hormônio testosterona é o principal responsável pelo desejo sexual. No entanto, outros fatores de grande importância são responsáveis por esse mecanismo, como a saúde física e psicológica da pessoa. 

A falta de libido pode ser classificada como primária ou secundária, sendo, primária quando nunca houve desejo sexual e secundária quando o desejo sexual foi desaparecendo com o tempo.

Homens

No homem, é muito comum que a falta do desejo sexual esteja relacionada à ejaculação precoce e à falta de ereção. Dessa forma, a hora do sexo passa do prazer à provação, causando preocupação e impactando a libido.

Mulheres

Já nas mulheres, o problema pode ser consequência de uma série de outras condições, como a ausência de orgasmo (anorgasmia), vaginismo (contração involuntária dos músculos próximos da vagina), dispareunia (dor intensa durante a relação sexual) e inadequação sexual (níveis diferentes de desejo em relação ao parceiro). 

Além disso, estudos realizados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex, apontaram que, a maioria das mulheres com falta de libido apresentavam aspectos psicológicos e socioculturais ligados ao desinteresse pelo sexo, sendo a monotonia conjugal o principal motivo. 

Somente 13% dos casos tiveram causas predominantemente orgânicas, ou seja, ligados a problemas hormonais, apenas.

A libido feminina está intimamente ligada a uma série de combinações, como autoestima elevada, mente tranquila, bom conhecimento do seu corpo, saúde em dia, além, é claro, do equilíbrio hormonal e da saúde do relacionamento. 

Por isso, é comum que as mulheres apresentem a libido diminuída em períodos de tensão, cansaço, frustração ou menopausa.

No período fértil (fase do ciclo menstrual com maior chances de engravidar), por exemplo, a mulher tem sua libido modificada, justamente pelo hormônio masculino, a testosterona, produzida pelos ovários e suprarrenais. Nesse momento, os seus impulsos sexuais alteram e ela tem mais desejo sexual para que a concepção aconteça.

Além disso, a falta de desejo também pode ser reduzida durante a própria relação sexual. Portanto, também depende de como o casal lida com esse momento e com o relacionamento cotidiano. 

Quais as causas?

Como já dissemos, a falta de libido está relacionada a problemas físicos e psicológicos. Conheça a seguir algumas das principais causas:

1. fatores psicológicos;
2. doença renal crônica;
3. uso de medicamentos;
4. baixo nível de testosterona;
5. faixa etária;
6. hipotiroidismo e diabetes.

1 – Fatores psicológicos 

Depressão, ansiedade, traumas, fadiga, estresse mais agudos do dia a dia e situações de desgaste no relacionamento são alguns dos motivos que provocam a falta de libido. Nesses casos, a perda do desejo sexual é apenas um sintoma de um problema emocional.  

Por isso, é importante buscar ajuda psicológica para entender como lidar com essas situações e, por consequência, melhorar a vida sexual.

2 – Doença renal crônica 

Você sabia que a insuficiência dos rins pode afetar outras funções no corpo, como o apetite sexual? Por isso é tão importante cuidar da saúde de forma geral para que problemas secundários não apareçam. 

3 – Uso de medicamentos 

Alguns medicamentos estão relacionados à diminuição do desejo sexual, como alguns utilizados para o tratamento de depressão, ansiedade ou câncer de próstata avançado. Não acontece com todas as pessoas que usam, mas com uma parcela, a depender do medicamento.

4 – Baixo nível de testosterona  

A testosterona é o principal hormônio sexual masculino. Quando está em baixa quantidade no sangue, pode acarretar não apenas falta de libido, como também fragilidade e perda óssea.

5 – Faixa etária 

A idade também é um fator muito importante. Quando envelhecemos sofremos com a queda da produção dos hormônios que têm relação direta com a falta de libido. 

6 – Hipotireoidismo e diabetes 

O hipotireoidismo é a baixa produção dos hormônios da tireoide. Já o diabetes é a disfunção da produção de insulina, hormônio com origem no pâncreas, que ajuda no controle dos níveis de glicoses no sangue. 

Essas condições podem causar menor lubrificação vaginal, provocando desconforto na relação sexual, e consequentemente, a falta de desejo sexual. 

Nos homens, o diabetes descontrolado também pode levar à disfunção sexual, afetando a libido.

Falta de libido é a mesma coisa que impotência sexual?  

Muita gente se questiona sobre esse assunto, por isso, é importante esclarecer que falta de libido e impotência sexual são coisas distintas. 

As principais diferenças entre essas disfunções são: na falta de libido, normalmente, ocorre o desinteresse pela relação sexual, ou seja, não há o desejo sexual. Já na impotência sexual ou disfunção erétil, o homem sente vontade da relação sexual, mas não consegue completar o ato porque a ereção não acontece de forma satisfatória pra ele. 

Para detectar cada uma delas, é necessária uma avaliação médica, pois somente um profissional pode definir qual dos dois casos é realmente o seu, abrindo espaço para tratamentos corretos.

Como lidar com ela?

Você está diante da falta de libido feminina ou masculina, o que fazer? 

A falta de desejo sexual não é fácil de ser tratada devido à complexidade de fatores intrínsecos e extrínsecos que levam ao diagnóstico. Por isso, é fundamental procurar ajuda médica para entender as causas e o melhor modo de agir. 

Ao passar por uma consulta, os especialistas normalmente avaliam outros aspectos da vida e da saúde para, então, indicar tratamentos multidisciplinares, se for o caso.

Confira algumas dicas para lidar com a falta de libido:

1 – Praticar exercício físico 

Além de melhorar o condicionamento físico, a prática de exercícios, como uma caminhada, por exemplo, aumenta a disposição e a autoestima. 

Fora isso, durante o exercício, o corpo libera hormônios como a adrenalina, noradrenalina e endorfinas que dão energia, prazer e bem-estar, sendo uma prática benéfica para todas as pessoas.

2 – Aumentar a lubrificação íntima 

Uma boa estratégia é colocar um pouquinho de um lubrificante íntimo à base de água na região genital, antes ou durante o contato íntimo, para diminuir um pouco o atrito pele a pele, que pode incomodar alguns casais.

Lubrificantes íntimos e tratamentos a laser podem ajudar a garantir a saúde da mucosa vaginal da mulher, reduzindo desconfortos, caso essa seja a causa. 

3 – Conhecer o próprio corpo

Conhecer quais são as partes do seu corpo mais sensíveis aos toques e carícias pode ajudar na relação sexual. É importante indicar essas zonas de prazer para o parceiro ou parceira, a fim de aumentar a libido antes e durante a relação. 

4 – Procurar ajuda médica  

Atualmente,  a medicina apresenta inúmeros caminhos para ajudar a estimular o desejo sexual. Então, caso a falta de libido se estenda por mais de 6 meses, uma equipe multidisciplinar, com ginecologista, urologistas, psiquiatra e psicólogo, devem ser acionadas.

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Homens e mulheres com disfunção hormonal podem fazer reposição hormonal, após o diagnóstico feito através de exames. 

Após a identificação da falta de libido e diagnosticada a causa, o médico poderá prescrever medicamentos, recomendar a suplementação ou aconselhar um acompanhamento psicológico, como terapia individual ou de casal. 

Nem sempre a falta de libido deve ser problematizada. Cada pessoa deve ser respeitada na sua individualidade e no seu momento.