Síndrome de HELLP durante a gestação. O que isso significa?

A gravidez é um momento especial para a maioria das pessoas e necessita de cuidados para que seja segura para a mãe e o bebê. Isso porque algumas complicações podem colocar em risco tanto o desenvolvimento do feto dentro da barriga da mulher quanto a vida da própria grávida.
Uma delas é a síndrome de HELLP, que pode ter desfechos bastante negativos. O conteúdo a seguir detalha do que se trata esse agravo, quando ele ocorre, seus sintomas e se é possível prevenir o quadro.
O que é a Síndrome de HELLP?
Com o desenrolar do período gestacional, algumas mulheres podem desenvolver as chamadas síndromes hipertensivas, um conjunto de manifestações caracterizado pelo aumento da pressão arterial.
Entre elas, destaca-se a pré-eclâmpsia, caracterizada pela hipertensão arterial (pressão sanguínea igual ou superior a 140/90 mmHg) e proteinúria (presença de proteína na urina maior que 0,3 g a cada 24 horas), indicando um funcionamento anormal dos rins.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a pré-eclâmpsia pode ocorrer a partir da 20ª semana de gestação, tendo a síndrome de HELLP como um agravamento.
O nome vem da abreviação dos termos em inglês e reúne os efeitos da situação no organismo:
- H (hemolytic anemia); hemólise que é a fragmentação das células do sangue;
- EL (elevated liver enzymes): elevação das enzimas hepáticas, indicando lesão no fígado;
- LP (low platelet count): baixa contagem de plaquetas, prejudicando a coagulação sanguínea.
A Febrasgo indica que cerca de 10% dos diagnósticos de síndrome de HELLP ocorrem antes da 27ª semana; 70% entre a 27ª e 37ª semana; e 20% após a 37ª semana.

As causas exatas para a ocorrência dessa complicação obstétrica ainda não são esclarecidas pela ciência, mas algumas hipóteses são estudadas, como:
- históricos de hipertensão arterial, diabetes ou familiares que também tiveram HELLP;
- gravidez muito jovem ou tardia;
- casos de primeira gestação.
Nesse sentido, é sempre importante conversar com o profissional sobre o histórico de saúde para que seja possa avaliar a melhor conduta para o caso.
Com o Cartão dr.consulta, é possível agendar consultas com diferentes especialidades médicas, como obstetras, e exames que podem ajudar a adotar a melhor conduta possível para o tratamento dessa e de outras intercorrências.

Sintomas característicos e diagnóstico
Além do aumento da pressão arterial, outros sinais comuns são:
- dor de cabeça muito forte e que não passa com remédios;
- fadiga e mal-estar;
- visão alterada;
- náuseas e vômitos;
- sangramentos (nasal ou em outras partes do corpo)
- dor na parte alta do abdômen (principalmente central e/ou quadrante direito).
A automedicação nunca é aconselhada por colocar em risco a vida da mulher e do bebê. A identificação clínica deve ser feita por um médico, que deverá avaliar os sinais e solicitará exames complementares, como:
- hemograma completo com diferencial (inclusive plaquetas);
- esfregaço de sangue periférico;
- transaminase hepática;
- bilirrubina.
Uma vez que há confirmação do distúrbio, a medida terapêutica mais comum é considerar os riscos para a gestante e para o bebê em desenvolvimento e antecipar o parto.
Outras recomendações incluem utilizar medicamentos e infusões a fim de compensar as disfunções do organismo materno. Nenhuma dessas ações, no entanto, exclui riscos.
Complicações indesejadas
É importante ressaltar que caso não seja tratada, a situação pode evoluir para outras complicações ainda mais graves, como:
- eclâmpsia;
- insuficiência renal;
- falência cardíaca;
- hemorragias;
- acúmulo de líquido nos pulmões;
- ruptura do fígado.
A evolução do quadro e, consequentemente, o surgimento de sintomas mais críticos, podem levar à morte da mulher.
As complicações também podem afetar o bebê devido ao:
- descolamento prematuro da placenta que pode levar à hemorragia e à falta de oxigênio para o feto;
- parto prematuro, comprometendo o desenvolvimento do recém-nascido e podendo levá-lo à morte.
Diante de qualquer sintoma suspeito, é fundamental buscar atendimento médico imediato para preservar a saúde materna e fetal.
É possível prevenir a Síndrome de HELLP
A melhor maneira de se evitar complicações gestacionais, como a pré-eclâmpsia ou a síndrome de HELLP, é realizando o pré-natal corretamente. Isso significa:
- manter as consultas de rotina com o obstetra;
- realizar os exames necessários;
- tomar as vacinas indicadas para grávidas.
Além disso, existem alguns hábitos benéficos para a gestação como um todo:
- alimentar-se corretamente, de forma equilibrada e nutritiva, ao longo da gestação;
- beber bastante água e evitar a desidratação;
- praticar exercícios físicos, adaptando as atividades às limitações da gravidez;
- não ingerir bebidas alcoólicas ou consumir outras substâncias prejudiciais.
Esse conjunto de práticas ajuda a aumentar a qualidade de vida da gestante e do bebê, além de possibilitar o diagnóstico precoce de possíveis complicações gestacionais e tratá-los a tempo de gerar riscos.
Quem teve a síndrome pode engravidar novamente?
Embora algumas mulheres tenham receio de engravidar mais uma vez, não há nenhum fator biológico que as impeça.
É importante, porém, que elas recebam orientações médicas para que a gravidez seguinte seja bem planejada e segura.
Fontes:
- Agência Brasil;
- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Orientações e Recomendações para Pré-eclâmpsia;
- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Protocolo Síndrome de HELLP;
- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Síndromes Hipertensivas da Gravidez.
[…] síndrome de HELLP: na qual ocorre a destruição das células do sangue, elevação das enzimas do fígado e baixa contagem de plaquetas (responsáveis por atuar na coagulação e cicatrização); […]