Como os sintomas da fibromialgia afetam o corpo e a mente

Os sintomas da fibromialgia são diversos e frequentemente se confundem com os de outras condições de saúde.

Embora não apresente sinais inflamatórios ou deformidades, essa síndrome compromete a qualidade de vida e impacta a rotina de milhões de pessoas. Por isso, compreendê-los é essencial para ajudar na detecção precoce e evitar complicações.

Sintomas da fibromialgia que pedem atenção

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), entre 2% e 3% da população brasileira convive com a fibromialgia, sendo a maioria mulheres entre 30 e 50 anos de idade.

As manifestações influenciam a vida pessoal, profissional e social, pois prejudicam a disposição, a concentração e a produtividade. Além disso, o preconceito em relação às suas características agrava os efeitos emocionais, como reforça o Ministério da Saúde.

Dor é o sintoma mais marcante

A sensação costuma ocorrer em diferentes regiões do corpo, como pescoço, nuca, costas, quadris, joelhos e braços, sem associação com razões clínicas visíveis. A dor tem caráter persistente, tendendo a durar mais de três meses consecutivos e.

Segundo a SBR, ela ocorre por alterações do sistema nervoso central, que aumenta a percepção da dor. 

Assim, estímulos que não seriam exatamente dolorosos geram desconforto intenso em pessoas com fibromialgia. 

Esse fenômeno também explica o motivo pelo qual a condição não é considerada um tipo de artrite e nem causa danos a músculos, tendões ou articulações. 

Fadiga persistente e cansaço extremo

O cansaço físico e mental permanece mesmo após uma noite bem dormida, afetando o trabalho, os estudos e as atividades diárias.

Da mesma forma, a fadiga não melhora com repouso e, em alguns casos, torna-se incapacitante, de acordo com o Ministério da Saúde. 

Essa característica diferencia a fibromialgia de outras enfermidades que apresentam sintomas semelhantes, como hipotireoidismo ou deficiência de vitaminas.

Em casos de suspeita de oscilações hormonais, a consulta com um especialista em Endocrinologia pode auxiliar na investigação de questões metabólicas.

Dificuldades para dormir e impacto no descanso

Uma vez que o sono não reparador é frequente, são comuns casos de insônia, apneia do sono e despertares recorrentes durante a madrugada. 

Em adolescentes diagnosticados com fibromialgia juvenil, por exemplo, os transtornos do sono estão presentes em até 90% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A falta de descanso adequado alimenta um ciclo, intensificando a percepção da dor crônica e aumentando os prejuízos emocionais.

Alterações cognitivas e emocionais

Dificuldade de memória e de concentração, conhecidas como “fibro fog” (névoa mental), interferem na vida escolar, no desempenho profissional, bem como nas interações sociais, explica a SBR. 

Além disso, ansiedade e depressão estão muito associadas, tornando a assistência psicoterapêutica fundamental.

Outros sinais menos comuns

Existem ainda os sintomas considerados menos frequentes, mas igualmente importantes para a identificação, como:

• formigamento em mãos e pés;
• dores de cabeça e enxaquecas;
• desconforto abdominal e presença de síndrome do intestino irritável;
• flutuações de humor, irritabilidade e perda de energia.

Em crianças e adolescentes, pode haver desânimo, dificuldades de aprendizado e maior risco de obesidade devido ao sedentarismo.

Contar com uma assinatura em saúde, como o Cartão dr.consulta, garante consultas com especialistas e exames com valores vantajosos, além de acesso facilitado ao monitoramento de condições.

Como diferenciar os sintomas da fibromialgia de outras condições

O diagnóstico é clínico e depende da avaliação criteriosa do histórico do paciente. Não há testes laboratoriais específicos, mas alguns ajudam a descartar questões semelhantes, como lúpus, artrite reumatoide e patologias da tireoide, incluindo: 

• dosagem de hormônios da tireoide (TSH e T4 livre);
• análise de anticorpos, como FAN, usado na investigação de enfermidades autoimunes;
• exames de imagem, quando necessários, para excluir alterações articulares ou musculares associadas a outras situações reumáticas.

O acompanhamento com o reumatologista é essencial para confirmar o quadro e orientar quanto ao tratamento correto. Somente um especialista é apto a avaliar e determinar o diagnóstico.

Hábitos saudáveis fazem parte dos cuidados

Além dos medicamentos para dor e distúrbios do sono, quando indicados pelo profissional, recomenda-se a prática de exercícios aeróbicos, fisioterapia, técnicas de relaxamento, psicoterapia e orientação nutricional para alívio dos sintomas da fibromialgia.

Segundo o Conselho Regional de Nutrição (3.ª região), escolhas alimentares adequadas melhoram a qualidade de vida, pois comidas in natura são ricas em nutrientes e substâncias anti-inflamatórias.

Peixes como sardinha, sementes como chia e linhaça e alimentos com fibras contribuem para o bem-estar. Por outro lado, ultraprocessados e açúcares devem ser evitados, já que intensificam processos inflamatórios.

Com atenção integral e bons hábitos no dia a dia, é possível transformar a rotina e viver com mais equilíbrio e saúde.

Fontes: 

• Conselho Regional de Nutrição;
• Ministério da Saúde;
• Ministério da Saúde;
• Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo;
• Sociedade Brasileira de Pediatria;
• Sociedade Brasileira de Reumatologia.