Entenda o que está por trás da irritabilidade constante

Todo mundo tem momentos em que é difícil não “sair do sério” e, assim, experimentar um acesso de raiva. Mas quando a irritabilidade se instala, pode ser necessário avaliar se não existe outra motivação para a fúria repetitiva.
Além de comprometer a qualidade de vida e comprometer os relacionamentos, tal manifestação pode ser um sintoma oculto de certos transtornos mentais.
Sinais que geralmente acompanham a irritabilidade
Assim como a ansiedade e o medo, a raiva é um sentimento natural e esperado em qualquer ser humano.
Portanto, esse tipo de agitação pode ser definido como um baixo limite à frustração que faz com que o indivíduo vivencie um descompasso com relação a si e aos demais.
Em um exemplo simples, basta pensar no pai que fica exageradamente irritado com o filho que deixou os brinquedos fora do lugar ou a criança que começa uma birra enorme por ter ouvido um “não” a respeito de uma questão banal (como levar algo do mercado).
A partir de então, são notados traços desagradáveis, incluindo impaciência, intolerância e aumento da agressividade que, se não controlada, pode gerar conflitos e outros reflexos indesejados.
Em muitos momentos, essa emoção se manifesta no corpo, por meio de sinais físicos e psicológicos que incluem:
- tremores;
- suor frio;
- aceleração no batimento cardíaco;
- dificuldade de se concentrar ou organizar ideias;
- dores de cabeça;
- cansaço;
- elevação da pressão sanguínea;
- sensação de calor;
- agitação física.
No longo prazo, isso afeta a percepção individual em relação aos outros e o bem-estar como um todo.
Nesses casos, contar com o Cartão dr.consulta é uma boa medida para ter acesso a psicólogos e psiquiatras com valores reduzidos, além de descontos em outros especialistas e diversos exames.
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Alterações que podem explicar o excesso de raiva
A vida é inconstante e, certamente, períodos de instabilidade contribuem para aumentar certos desequilíbrios emocionais.
É possível apontar ainda mudanças na rotina e alguns desarranjos fisiológicos (em hormônios, por exemplo), como explicação para a impressão de estar próximo a um ataque de nervos. Entram nessa lista:
- a exposição constante as situações estressantes (em casa, no trabalho etc.);
- a falta de sono compatível com as necessidades individuais;
- a fome, que leva à redução da glicemia e faz com que o corpo dispare uma série de reações;
- flutuações hormonais, comuns na menopausa e na tensão pré-menstrual, que atingem o sexo feminino ou deficiências na ação da glândula tireoide;
- dores agudas ou crônicas, que comprometem a qualidade de vida;
- efeitos colaterais de certos medicamentos, sobretudo aqueles utilizados no tratamento de transtornos mentais;
- uso ou abstinência de determinadas substâncias, como álcool, nicotina ou drogas ilícitas.
Na maioria desses casos, o controle da irritabilidade passa por identificar seu gatilho e determinar as medidas para contorná-lo.
Quem está dormindo mal pode investir em medidas de higiene do sono. Já alguém irritado entre as refeições pode contar com algum apoio (de um nutricionista, eventualmente) para organizar melhor lanches e pratos principais.
A irritabilidade em alguns transtornos de saúde mental
Diversas condições psiquiátricas carregam a irritação como parte dos sintomas necessários para compor um diagnóstico, embora muitas vezes esse seja um fator ignorado. Por isso, episódios frequentes de ira podem chamar a atenção para quadros de:
- depressão (cuja tristeza se destaca normalmente, mas que tem na irritabilidade um eventual componente);
- distimia, uma espécie de quadro depressivo persistente, mas com manifestações mais suaves que persistem por meses ou anos;
- transtornos de ansiedade, em que o indivíduo se sente com o “pavio curto”, no limite de uma explosão emocional;
- transtorno afetivo bipolar, principalmente na chamada fase de “mania”, onde há presença de um humor expansivo e frequentemente incapaz de resistir a impulsos e medir consequências;
- determinados transtornos de personalidade (como o borderline e o transtorno explosivo intermitente);
- transtorno de estresse pós-traumático, por meio de uma excitação negativa excessiva diante da percepção de ameaça.
Obviamente, qualquer confirmação do gênero depende da avaliação de profissionais qualificados. Pessoas de todas as idades podem (e devem) procurar psicólogos e/ou psiquiatras sempre que esses e outros incômodos causarem impacto significativo nas demandas cotidianas.
Irritabilidade em crianças e em idosos
Nos públicos dessas faixas etárias, esse tipo de emoção pode jogar luz sobre disfunções que também merecem cuidado específico.
Em crianças (e em adolescentes) o comportamento irritadiço costuma receber o nome de birra ou até mesmo rebeldia. Independente do nome, ela pode ser elemento de quadros como:
- transtorno disruptivo de desregulação do humor, que lembra a depressão em que perfil irritadiço se destaca;
- transtorno desafiador-opositor (TOD), em que a desobediência se torna uma questão relevante pela sua insistência;
- transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que prejudica a concentração e a capacidade de seguir regras;
- transtorno de conduta, em que o jovem assume uma postura antissocial, com ataques de raiva e envolvimento em brigas e outras infrações.
Já nos idosos, a irritabilidade é um traço frequente da evolução da demência. Essa alteração é um dos sintomas neuropsiquiátricos mais comuns. Ela pode se manifestar inclusive em estágios iniciais dos comprometimentos causados por enfermidades como a doença de Alzheimer, cujo foco especializado é responsabilidade do neurologista.
Atitudes e comportamentos para prevenir esse desequilíbrio no dia a dia
Cada indivíduo pode trabalhar a irritação permanente de forma personalizada, com apoio, preferencialmente. Mas algumas recomendações efetivas nesse sentido dizem respeito à:
- ajustes no estilo de vida, favorecendo noites tranquilas de sono, alimentação equilibrada e atividades físicas regulares;
- construção de redes de suporte com amigos e familiares para compartilhar aflições do cotidiano;
- adoção de ferramentas de relaxamento, que vão de um novo passatempo até técnicas de respiração, meditação ou yoga;
- psicoterapia, que pode ser útil para entender os próprios dilemas ou tratar um diagnóstico de transtorno mental.
A tendência a uma inquietação ou exasperação maior ou menor também varia conforme características pessoais, sem que exista nada de anormal geralmente. Logo, é importante considerar que essa expressão pode ser mais comum para alguns, enquanto é rara para outros.
Fontes:
[…] 1. Impaciência e irritabilidade […]
[…] irritabilidade (principalmente em crianças); […]
[…] irritabilidade; […]
[…] irritabilidade; […]
[…] irritabilidade acentuada; […]