Entenda o que uma dor de barriga pode indicar
Desconfortos na região abdominal estão entre as queixas mais comuns relacionadas à saúde e atingem pessoas de diferentes idades. No geral, a dor de barriga pode variar, abrangendo desde uma sensação leve até episódios mais intensos que comprometem as atividades do dia a dia por longos períodos.
A preocupação com o sintoma faz todo sentido: o abdômen abriga diversos órgãos essenciais para o funcionamento do corpo, incluindo o estômago, os intestinos, o fígado e o pâncreas.
Portanto, compreender o que pode levar a esse incômodo é fundamental para saber como agir e identificar a hora certa de buscar ajuda profissional.
Algumas das principais causas para uma dor de barriga
A grande questão envolvendo tal desarranjo está no fato de que ele pode representar diferentes condições de saúde, o que requer empenho para se chegar a um diagnóstico preciso.
É exatamente por isso que a dor de barriga é o que os médicos chamam de sintoma inespecífico.
De qualquer maneira, os tópicos abaixo indicam algumas razões associadas ao comprometimento:
- acúmulo de gases;
- dificuldade na digestão;
- constipação (intestino preso);
- infecções gastrointestinais;
- síndrome do intestino irritável (SII);
- úlceras ou gastrites;
- intolerâncias alimentares;
- transtornos emocionais.
1. Acúmulo de gases
Uma das explicações mais habituais está relacionada ao acúmulo dessa substância no sistema digestivo.
Apesar de ser um processo natural, pode se tornar problemático quando é exagerado, gerando distensão na região, bem como estufamento e cólicas, frequentemente seguida de flatulência (ou seja, a eliminação através de puns).
Quase sempre, o ar engolido durante as refeições, uma dieta rica em alimentos que fermentam facilmente (como feijão e brócolis, entre outros) e oscilações na flora intestinal contribuem para esse cenário, de acordo com a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.
2. Dificuldade na digestão
Obstáculos no processamento da comida em diferentes estágios também são responsáveis por diversos episódios do gênero. Entre as características desses quadros estão também queimação, náuseas e impressão de peso no estômago.
Fatores como alimentação inadequada, mastigação insuficiente e refeições muito volumosas em curto intervalo de tempo influenciam diretamente na capacidade do organismo de dar conta de tudo isso eficientemente.

3. Constipação (intestino preso)
A dificuldade para evacuar regularmente é, em muitos casos, outro fator que explica a presença de dor abdominal. A falta de idas regulares ao banheiro faz com que as fezes se acumulem no intestino, causando incômodo.
Esse quadro geralmente resulta de baixa ingestão de fibras (com menos de 25 gramas ao dia, como orienta o Ministério da Saúde), consumo insuficiente de água, sedentarismo ou descompassos na rotina.
A perturbação é agravada pelo uso de alguns medicamentos ou surge diante da presença de alguma alteração no organismo que tenha potencial para afetar o trabalho intestinal.
4. Infecções gastrointestinais
Microrganismos como bactérias, vírus e parasitas são capazes de infectar diferentes partes do sistema digestivo, provocando inflamação e, por consequência, dor. Esses quadros são relativamente comuns, causando sintomas intensos em muitos dos casos.
A contaminação pode ocorrer pela ingestão de alimentos ou água contaminados, bem como pelo contato com superfícies infectadas. Além da dor, surgem também diarreia, vômitos, febre e mal-estar geral.
5. Síndrome do intestino irritável
Essa é uma condição crônica que afeta o tecido intestinal sem que haja uma explicação orgânica (ou seja, a alteração perceptível em exames, por exemplo).
Nesse contexto, o indivíduo alterna períodos em que o intestino atua com irregularidade, constantemente acompanhados de dor significativa.
Não é raro que haja uma piora em situações estressantes ou após a ingestão de determinados alimentos ou bebidas. Logo, há impacto considerável sobre a qualidade de vida.
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6. Úlceras ou gastrites
Esses são cenários quase sempre associados à bactéria Helicobacter pylori, conforme destaca a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, ou ao uso prolongado de anti-inflamatórios.
Assim, eles causam lesões na mucosa estomacal (as úlceras) ou inflamação dessa região (a gastrite), fatores que provocam dor, sobretudo, na parte superior do abdômen (a boca do estômago), como esclarece a Federação Brasileira de Gastroenterologia.
A reclamação piora com o jejum ou após as refeições, dependendo do caso específico. Outros traços incluem azia e queimação.
7. Intolerâncias alimentares
A dificuldade de digerir determinados elementos presentes em alimentos ou em bebidas é outra explicação pertinente. As mais comuns dessas limitações envolvem a lactose (presente em leite de origem animal e derivados) e o glúten (encontrado no trigo).
Quando uma pessoa com intolerância consome o ingrediente inadequado, o organismo reage quase imediatamente, com dor, inchaço, gases e alterações intestinais. No caso do glúten, esse é um elemento da chamada doença celíaca, disfunção autoimune que faz com que o corpo crie resistência imunológica à proteína.
Com o diagnóstico correto é possível fazer ajustes na alimentação que eliminam ou reduzem drasticamente os sintomas.
8. Transtornos emocionais
Não é novidade a conexão que o trato digestivo mantém com o sistema nervoso. Assim, estados emocionais alterados podem levar o indivíduo a manifestações físicas.
Em tais circunstâncias, a tensão crônica frequentemente provoca dor, muitas vezes com prejuízo ao apetite e mudanças no funcionamento intestinal.
Tal vínculo explica por que muitas pessoas experimentam desconforto gastrointestinal em momentos de tensão, seja no trabalho, em casa ou em qualquer outro contexto.

Sintomas que devem servir de alerta
Embora a dor de barriga seja comum e muitas vezes vá embora sem que nada precise ser feito, alguns sinais indicam a necessidade de avaliação médica urgente. Entre eles é possível destacar:
- dor intensa e súbita que não passa nem com repouso e parece piorar gradualmente;
- vômito e diarreia, que levam à desidratação;
- presença de sangue nas fezes;
- febre;
- inchaço no ventre que não se dissipa;
- dificuldade para evacuar ou eliminar gases que piora com o passar dos dias.
Se o sintoma for persistente, são notados ainda perda de peso inexplicada, oscilações na regularidade intestinal (a pessoa vai mais ou menos ao banheiro) e comprometimento no sono ou nas atividades diárias.
Como o especialista pode ajudar nessas horas
A consulta com um profissional capacitado é fundamental para identificar a causa exata e definir o tratamento mais adequado. Logo, o gastroenterologista é o especialista mais indicado para investigar condições relacionadas ao sistema digestivo.
Durante a consulta, será realizada uma avaliação detalhada, incluindo histórico médico e hábitos de vida. Dependendo do caso, são solicitados análises de sangue e de fezes, exames de imagem ou mesmo uma endoscopia.
A partir das informações coletadas, o médico consegue determinar a melhor abordagem para lidar com a situação. Muitas vezes, a solução passa pela prescrição de medicamentos. Casos mais complexos podem exigir procedimentos adicionais ou uma série de adaptações no estilo de vida.
Em resumo, a mensagem que precisa ser reforçada é que a dor de barriga é algo comum, mas que não deve ser ignorada quando se torna forte ou repetitiva.
A assistência qualificada é indispensável para identificar a causa e propor o tratamento mais eficaz, garantindo alívio e a prevenção de complicações futuras.
Fontes: