Físico, mental e social: os 8 tipos de saúde para focar

Qual a primeira coisa que passa na sua cabeça quando falamos em saúde? É provável que sua resposta seja relacionada à saúde física, como a ausência de dores ou doenças ou com o corpo em pleno funcionamento.

Porém, essa é apenas uma das muitas esferas do bem-estar! 

Há diferentes tipos de saúdes e, mesmo que não sejam tão aparentes quanto a física, cada uma tem sua particularidade e afeta a maneira como vivemos e nos relacionamos, seja com outras pessoas ou com nós mesmos.

Antes de mais nada, o que é saúde?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Ou seja, é o equilíbrio entre várias áreas da vida.

A OMS, inclusive, cita 3 principais vertentes (física, mental e social), que são diretamente interligadas. Ao mesmo tempo, elas têm influência e impacto direto nos demais aspectos que determinam uma vida saudável. 

Os 8 tipos de saúde

Para entender como cuidar do bem-estar de maneira equilibrada, antes é necessário entender quais são as esferas que interferem na qualidade de vida. Cada um se relaciona a um aspecto das nossas vidas e tem suas próprias características.

1. Saúde física

A saúde física está diretamente ligada à capacidade do organismo de funcionar corretamente, com todos os órgãos e sistemas desempenhando suas funções. 

Um dos pilares para isso é ter uma alimentação saudável. Segundo o Ministério da Saúde (MS), uma boa alimentação implica em manter uma dieta equilibrada, rica em fibras, vitaminas e minerais, a partir do consumo de frutas, verduras e legumes. 

Outro fator que influencia positivamente a saúde física é a prática de exercícios físicos. Ao adotar esse hábito regularmente, é possível ter benefícios, como a diminuição do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes entre outras. Além de melhorar a qualidade do sono

2. Saúde mental

Nos últimos anos, esse tema vem sendo cada vez mais debatido e tem ganhado espaço quando se fala de cuidados com a saúde. 

Embora muitas pessoas associem esse conceito apenas a transtornos mentais, a saúde mental vai muito além: ela tem a ver com como nos sentimos e como conduzimos nossas questões pessoais.

Uma das principais maneiras para manter o psicológico saudável é, se possível, buscar algum tipo de terapia com profissionais como psicólogos, por exemplo.

Em alguns casos também pode ser necessário contar com a ajuda de psiquiatras. Conforme o diagnóstico, eles poderão receitar medicações que auxiliam no tratamento de determinadas condições como a ansiedade e a depressão, por exemplo.

3. Saúde social

Entre todos os tipos de saúde, essa é a menos debatida. A saúde social é a maneira como nos relacionamos com outras pessoas, a qualidade e o equilíbrio dessas relações.

A pandemia de Covid-19 é, novamente, um exemplo de como essa saúde pode influenciar o bem-estar, principalmente, mental. 

Em um momento de isolamento e de menos contato, houve um aumento de cerca de 25% nos casos de transtornos mentais em todo o mundo, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Manter boas relações entre familiares, amigos, namorados ou cônjuges e também em ambientes como trabalho, faculdade e escola é a principal medida para cuidar da saúde social. 

4. Saúde financeira

Como o nome indica, a saúde financeira está relacionada à forma como lidamos com nossas finanças: quanto dinheiro ganhamos, como utilizamos e quanto conseguimos economizar. 

Além de ter influência em nosso dia a dia, também afeta a maneira como nos relacionamos com o mundo, podendo ter efeito na saúde mental.

Anualmente, a Federação Brasileira de Bancos publica o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB). De acordo com a pesquisa de 2022 estima-se que a maioria das pessoas no País se encontra com equilíbrio financeiro no limite, quando a quantidade de dinheiro que entra é praticamente igual ao valor que sai, aumentando o risco de endividamento.

Por isso, para manter-se saudável financeiramente é essencial ter um controle de tudo o que entra e sai da conta por meio de planilhas ou, até mesmo, anotações em cadernos.

O próximo passo é tentar separar uma quantia todos os meses e economizá-la. A ideia não é guardar, por exemplo, R$ 100,00 todo mês e sim entender qual valor faz sentido para o contexto da sua família.

5. Saúde intelectual

A saúde intelectual tem relação com os conhecimentos que adquirimos com leituras, filmes e séries, fazendo cursos e passeios ou brincando com jogos como quebra-cabeças, xadrez, palavras-cruzadas, jogos de tabuleiro ou eletrônicos.

Ter interesse por assuntos que não têm relação com o trabalho ou atividades cotidianas é um  exercício para cuidar desse tipo de saúde. Alguns exemplos são costurar, pintar e cozinhar.

Ao praticar esses novos conhecimentos, você estimula o cérebro, podendo prevenir e retardar o aparecimento de patologias como a doença de Alzheimer, por exemplo.

6. Saúde ocupacional

A saúde ocupacional se preocupa com o bem-estar físico e mental ao exercer a profissão.

Para quem realiza trabalhos que requerem esforço físico, utilizar os equipamentos de proteção (EPIs) corretos e tomar cuidados previstos nas Normas Reguladoras do Ministério do Trabalho e Previdência são formas de prevenir acidentes e evitar danos permanentes ao corpo.

Já no caso de cargos que exigem muito tempo sentado, é importante garantir a ergonomia (posição correta da tela, do teclado, do mouse, da cadeira, etc.), movimentar as pernas e fazer alongamentos para favorecer a circulação. 

Outra dica é aproveitar o horário de almoço e outras pausas para caminhar. 

Além de questões físicas, a saúde ocupacional também se preocupa com questões mentais e emocionais que podem ser afetadas por uma sobrecarga de tarefas ou por um ambiente de trabalho pouco acolhedor. 

Por essa razão, a síndrome de Burnout (um estresse acumulado relacionado à pressão do trabalho) passou a ser considerada pela OMS como uma doença ocupacional. 

7. Saúde espiritual

A saúde espiritual diz respeito ao conjunto de valores e propósitos que guiam nossos pensamentos e ações. Ela está geralmente relacionada à crença em algo superior que norteia o sentido da vida.

De todos os tipos de saúde, esse é um dos mais pessoais, já que cada um tem seus próprios preceitos. Porém, é possível buscar a fé por meio da meditação, sendo positivo e cuidando da natureza.

É importante lembrar que cultivar a saúde espiritual, independente da religião, é direito, previsto por Lei, de todos os cidadãos brasileiros.

8. Saúde sexual

A saúde sexual e se refere à possibilidade de expressar a sexualidade e desejos sexuais sem risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), ser vítima de discriminação ou violência. 

Poder viver a orientação sexual, escolher manter relações íntimas, optar por ter ou não filhos e ter acesso a informações sobre o assunto são direitos que promovem esse tipo de saúde, além de estarem previstos na Constituição Federal.

Como conciliar todas elas? 

Com tantos tipos de saúde, será que é possível cuidar de todas ao mesmo tempo? A resposta é sim! 

De acordo com um estudo publicado pelo McKinsey Health Institute, todas estão interligadas de alguma forma, e, ao praticarmos cuidados diários com o corpo e a mente, podemos harmonizá-las.

Assim, os principais cuidados são:

• praticar exercícios físicos;
• cuidar da alimentação;
• dormir bem; 
• manter um bom relacionamento com as pessoas ao seu redor;
• adotar técnicas de meditação para autoconhecimento pessoal e espiritual;
• fazer terapia, se possível;
• realizar acompanhamento médico periódico.

A mudança de hábito pode ser a chave

Assim como bons hábitos têm um impacto positivo, os maus podem ter uma influência negativa e causar malefícios em mais de um dos tipos de saúde. 

É por isso que manter uma boa saúde começa pela mudança da rotina, algo que requer comprometimento e que nem sempre é um processo simples. 

E como posso mudar de forma prática? 

Eleger pequenas mudanças e aumentá-las gradualmente até alcançar a meta é uma forma de simples de transformar a rotina. 

Por exemplo, se o objetivo for diminuir a quantidade do consumo de doces, um começo pode ser cortar o açúcar um dia por semana e ir aumentando progressivamente.

Lembre-se que o equilíbrio é necessário durante esse processo.

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Fontes:

• Ministério da Educação e Cultura (MEC)
• Ministério da Saúde (MS) | O que significa ter saúde?
• Biblioteca Virtual de Saúde (MS) | Alimentação saudável
• Associação Brasileira de Psicologia da Saúde (ABPS)
• Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
• Federação Brasileira de Bancos | I-SFB
• Ministério do Trabalho e Previdência (MTPS)
• Ministério da Saúde (MS) | Cadernos de Atenção Básica (2013)