Como identificar, tratar e prevenir o câncer de ovário
Silencioso e muitas vezes diagnosticado tardiamente, o câncer de ovário é um dos que mais preocupa especialistas em saúde da mulher.
Por não apresentar sintomas específicos no início, pode evoluir sem ser percebido, dificultando a intervenção necessária e comprometendo o prognóstico.
Assim, informar-se sobre os fatores de risco, exames disponíveis e formas de prevenção é uma medida crucial para ampliar as chances de detecção precoce e o sucesso no tratamento.
O que é o câncer de ovário
Trata-se da terceira neoplasia ginecológica mais comum no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atrás apenas do câncer de útero e de endométrio.
Esse par de órgãos é responsável pela produção de hormônios (o estrogênio e a progesterona), além de liberar mensalmente os óvulos durante o ciclo menstrual.
Quando mutações genéticas ocorrem em uma ou mais células ovarianas (espontaneamente ou por motivos genéticos), elas passam a se multiplicar descontroladamente, dando origem ao tumor.
Os principais tipos são:
- epiteliais: se originam na camada externa e representam cerca de 90% dos casos, segundo a revista Brazilian Journal of Health Review;
- células germinativas: afetam as estruturas celulares que formam os gametas femininos e costumam surgir em pessoas mais jovens;
- estromais: se iniciam naquelas que participam do controle hormonal.
Sintomas possíveis em casos de câncer no ovário
Na fase inicial, pode ser assintomático e dificultar sua percepção. Mas, quando presentes, os sinais mais comuns incluem:
- inchaço abdominal persistente;
- dores na região pélvica;
- alterações urinárias (como vontade frequente de ir ao banheiro);
- dificuldade para comer ou sensação de saciedade rápida;
- sangramentos vaginais anormais;
- fadiga, perda de peso sem causa aparente e desconforto intestinal.
Muitas vezes são confundidos com quadros mais simples, como distúrbios digestivos. Por isso, é fundamental manter os check-ups ginecológicos em dia.
O Cartão dr.consulta é uma alternativa acessível que oferece atendimentos com ginecologistas e exames como ultrassonografia transvaginal e marcadores tumorais com valores especiais.
Além disso, as pacientes também são colocadas em programas de saúde com suporte multidisciplinar, podem tirar dúvidas com profissionais e ainda realizar consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer
Segundo revisão disponível na Brazilian Journal of Health Review, os principais fatores de risco para o câncer de ovário envolvem:
- idade avançada, principalmente após os 50 anos;
- histórico familiar da condição (ou de tumores na mama);
- mutações genéticas, como nos genes BRCA1 e BRCA2;
- obesidade e sedentarismo;
- tabagismo e consumo excessivo de café;
- terapia hormonal de reposição por tempo prolongado.
Mulheres com endometriose – patologia em que a camada que reveste o útero cresce fora do órgão –, sobretudo em formas mais graves, também podem apresentar mais chances de desenvolver determinados tipos da neoplasia, em especial carcinomas de células claras e endometrioide, aponta estudo publicado na revista Research, Society and Development.
Isso pode estar associado a mutações genéticas (nos genes ARID1A, PIK3CA e KRAS), estresse oxidativo e processos inflamatórios persistentes que afetam o ambiente pélvico.
Porém, o risco absoluto ainda é considerado baixo e apenas indica a necessidade de um monitoramento adequado.
Qual exame confirma o câncer de ovário?
Não existe um exame específico para rastreamento populacional do tumor ovariano, mas diante de uma suspeita o médico pode solicitar:
- ultrassonografia transvaginal;
- dosagem do marcador tumoral CA-125 (substância que pode estar aumentada em casos de câncer);
- tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
- biópsia de amostras por laparoscopia (procedimento minimamente invasivo que permite observar e coletar tecidos dos ovários).
A confirmação do diagnóstico depende da análise histológica dessas amostras.
Tratamento não é padrão
Dependendo do tipo e do estágio da enfermidade, bem como do estado de saúde da paciente, o tratamento realizado pode mudar. Ainda assim, os mais utilizados incluem:
- cirurgia: principal alternativa, podendo envolver a remoção de um ou ambos os ovários, trompas de falópio, útero e até estruturas vizinhas, dependendo da extensão do tumor;
- quimioterapia: muito indicada nos estágios mais avançados, pois ajuda a destruir células cancerígenas remanescentes após a operação ou a reduzir o tamanho do tumor antes da intervenção;
- terapias-alvo: medicamentos que atuam em características celulares específicas, com menos impacto nas saudáveis;
- imunoterapia: estimula o sistema imunológico a combater malignidades, sendo mais aplicada em contextos experimentais ou avançados.
É indispensável que a mulher mantenha o acompanhamento regular para checar a resposta terapêutica e identificar possíveis recidivas precocemente.
Efeitos colaterais e cuidados após o tratamento
Embora fundamentais, as abordagens usadas podem causar efeitos colaterais físicos e emocionais. Entre os mais comuns estão:
- queda de cabelo;
- fadiga intensa;
- náuseas e vômitos;
- alterações hormonais, como menopausa precoce;
- infertilidade, dependendo do tipo e da extensão da cirurgia.
Por isso, o suporte multidisciplinar é essencial, envolvendo o médico responsável, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas para garantir uma boa recuperação e mais qualidade de vida.

Prevenção a partir de hábitos saudáveis
Ainda que não seja possível prevenir todos os casos, algumas ações podem reduzir riscos:
- alimentação equilibrada e nutritiva;
- manutenção do peso corporal saudável;
- prática regular de atividade física;
- evitar cigarro e excesso de cafeína;
- realizar consultas ginecológicas periódicas.
Para mulheres com histórico familiar, recomenda-se exames genéticos e um acompanhamento médico especializado.
Por fim, é importante ressaltar que o câncer de ovário é uma condição complexa que exige atenção, especialmente pela dificuldade em identificar seus sintomas nos estágios iniciais.
O diagnóstico precoce ainda é o principal aliado na luta contra esse tipo de tumor. Investir em informação e cuidados contínuos contribui para a proteção da saúde a longo prazo.
Fontes:
[…] de determinados tipos de tumor, principalmente no colo do útero, nos ovários e na […]
[…] câncer de ovário. […]
[…] ginecologista pode questionar sobre o histórico médico e familiar, como casos de câncer de mama, ovários ou endometriose. Esses detalhes são cruciais para uma avaliação completa e direcionamentos […]
[…] ter risco elevado para outros tipos de câncer dependentes de hormônios, como os de endométrio e ovário, especialmente quando há histórico familiar ou uso inadequado de estrogênio […]
[…] a identificação precoce de tumores ovarianos, principalmente em quem tem risco aumentado para câncer, de acordo com um estudo publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e […]