Caracterizada por valores acima de 140/90 mmHg da pressão arterial (PA), a condição é considerada crônica e gera preocupações por ser a porta de entrada para complicações. Entre elas, o acidente vascular cerebral (AVC), infartos, aneurismas e insuficiência renal e cardíaca.
Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, atualmente, cerca de 45% dos brasileiros entre 30 e 79 anos convivem com ela – o que equivale a aproximadamente 50 milhões de pessoas. Estudos também mostram que a maior prevalência de diagnósticos é entre mulheres.
Todos esses números refletem a importância do acompanhamento médico regular e de saber como prevenir a hipertensão com alguns hábitos simples que garantem a proteção da saúde e uma vida mais saudável.
Entendendo as causas do aumento da PA
As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial explicam que esse quadro clínico é multifatorial. Ou seja, é influenciado por diferentes aspectos, sendo eles fisiológicos (do funcionamento do organismo), comportamentais e/ou relacionados a outras condições de saúde preexistentes. Portanto, os fatores de risco podem incluir:
- herança genética (em 90% dos casos ela é herdada dos pais);
- envelhecimento;
- hábitos de vida prejudiciais (como má alimentação, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool);
- estresse;
- condições de saúde como diabetes e obesidade.
Dicas para prevenir a pressão alta
A prevenção envolve o controle da PA e dos fatores que afetam diretamente a variação dos seus índices. As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial indicam os seguintes cuidados:
1. Monitorar a PA regularmente
A pressão alta muitas vezes se desenvolve de forma silenciosa e sem manifestar sintomas visíveis até atingir níveis mais perigosos.
Quando os sinais ocorrem – geralmente nos momentos de pico – a pessoa costuma sentir dor de cabeça (cefaleia), vômito, falta de ar, agitação, zumbidos, tontura e visão embaçada. Por isso, é necessária uma avaliação constante como parte dos check-ups de saúde para acompanhar as variações da PA e evitar esse cenário.
A medição, que pode ser realizada em casa, no consultório médico ou em um ambiente hospitalar – pelo menos uma vez ao ano – é fundamental para detectar alterações antes que elas possam causar danos.
Se os valores se mostrarem elevados, o médico pode recomendar exames adicionais, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) ou a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), para confirmar o diagnóstico.
Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a exames e consultas com profissionais de diferentes áreas da saúde – incluindo o cardiologista, que é o especialista indicado para cuidar de condições cardiovasculares associadas à elevação da PA.
Além disso, o programa Viva Bem oferece suporte com um time multidisciplinar via WhatsApp para tirar dúvidas sobre o cuidado com a pressão alta, diabetes e colesterol alto (dislipidemia) e realizar consultas de enfermagem on-line.
2. Controlar condições associadas, estresse e peso corporal
Os cuidados corretos e necessários com o diabetes, a obesidade e o colesterol alto são essenciais, considerando que são quadros que andam lado a lado com a hipertensão, potencializando a sua manifestação (e vice-versa).
Qualquer redução de peso, mesmo que modesta, já ajuda a diminuir a pressão arterial em indivíduos diagnosticados peso acima do ideal.
Em paralelo, é recomendado também buscar técnicas de relaxamento no dia a dia, como exercícios de respiração, meditação e momentos de lazer.
Isso porque situações de estresse intenso ou prolongado estimulam a liberação de hormônios que aumentam a frequência cardíaca e estreitam os vasos sanguíneos (elevando a PA).
3. Manter uma alimentação balanceada
Esse é um hábito saudável conhecido e sempre presente nas recomendações para a prevenção de todos os agravos de saúde. Uma dieta equilibrada inclui:
- priorizar itens in natura (frutas, alimentos integrais, verduras), carnes magras e óleos vegetais (azeite de oliva, por exemplo);
- evitar o excesso de sal e de ultraprocessados.
A orientação de um nutricionista pode ajudar a montar um plano alimentar mais adequado às necessidades e preferências de cada paciente.
4. Evitar o tabagismo
O tabaco (consumido em cigarros tradicionais, eletrônicos, narguilés, cachimbo ou charuto) possui substâncias tóxicas que causam o estreitamento e a inflamação das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo.
Além disso, esse hábito acelera o processo de acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), que é um dos principais fatores de risco para complicações cardíacas.
Nesse sentido, evitar o uso de qualquer forma de tabaco e, principalmente, deixar de fumar são passos importantes para manter a pressão arterial em níveis saudáveis.
5. Praticar exercícios
Os benefícios da atividade física são inúmeros para todo o organismo, inclusive para evitar o aumento da PA. Caminhar, nadar, andar de bicicleta e fazer musculação são alguns dos exercícios possíveis que atuam de forma eficaz neste cenário.
Porém, vale ressaltar que, não é só o tipo de atividade que importa, mas também o tempo dedicado a esse momento de autocuidado: os órgãos de saúde indicam pelo menos 150 minutos por semana.
6. Moderar o consumo de álcool
O álcool, por sua vez, promove o enrijecimento das paredes dos vasos sanguíneos, prejudicando a circulação.
Portanto, a redução gradual de sua ingestão, em especial para as pessoas que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas com frequência, gera grandes impactos positivos para o corpo.
7. Cuidados com o café
Embora não esteja diretamente relacionado ao desenvolvimento da hipertensão crônica, sua ingestão deve ser moderada para controlar picos de pressão.
Isso porque a cafeína pode aumentar temporariamente a PA, especialmente em pessoas que não consomem a substância regularmente. O ideal é evitar ou limitar o consumo a uma ou duas xícaras de café por dia.
Adotando essas práticas simples e preventivas no cotidiano, é possível sentir os impactos positivos em todo o corpo, cuidar da saúde no geral e, principalmente, manter a pressão arterial sob controle. Assim, a tranquilidade e a qualidade de vida são garantidas no agora e para o futuro.
Fontes: