A ansiedade é uma resposta natural do organismo para se preparar e reagir a situações de risco ou desafio.
No entanto, é essencial saber diferenciar uma simples preocupação, geralmente muito comum e temporária, de um quadro ansioso, que pode ser mais complexo e demandar atenção especial.
Isso porque a ansiedade, quando em excesso, deixa de ser uma reação normal para se tornar algo prejudicial ao corpo e à mente, impactando negativamente na qualidade de vida e no bem-estar do indivíduo.
Por isso, entender as diferenças e os sinais é o primeiro passo para lidar com essa questão de forma saudável e eficaz.
Diferença entre preocupação e ansiedade
Pensar antecipadamente sobre um assunto ou situação é uma forma da mente demonstrar preocupação. Segundo o Psychology Tools, essa manifestação pode ocorrer de duas maneiras principais:
- concreta: refere-se a situações reais e já vivenciadas que precisam ser resolvidas, como dificuldades financeiras, problemas de saúde ou cobranças no trabalho;
- hipotética: envolve situações que ainda não ocorreram, mas causam tensão e preocupação. Exemplos incluem imaginar a possibilidade de perder um familiar ou o medo de que alguma coisa saia do controle em uma entrevista de emprego.
Embora a preocupação seja uma parte normal da vida, ela exige atenção quando interfere na qualidade de vida e evolui para um estado ansioso.
A ansiedade é classificada como uma condição mental, de acordo com a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), e é caracterizada por sintomas como:
- tensões musculares e dores no corpo;
- inquietação e incapacidade de relaxar;
- dificuldade de concentração e para dormir;
- cansaço sem motivo aparente;
- sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer;
- medo extremo de algum objeto ou situação em particular;
- falta de controle sobre os pensamentos, imagens mentais ou mesmo atitudes, que acabam se repetindo independentemente da vontade.
Quando procurar ajuda profissional
Se as crises de ansiedade estiverem afetando significativamente a vida da pessoa, é fundamental buscar ajuda de um especialista. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, que pode ser complementada com medicamentos prescritos por um psiquiatra, quando necessário.
O Cartão dr.consulta permite o acesso a diferentes exames e profissionais da saúde – como psicólogos e psiquiatras. Com ele, o paciente também pode fazer uso do programa Cuidar da Mente, que oferece suporte e orientações sobre saúde mental e bem-estar com um time multidisciplinar.
Fatores que contribuem para a ansiedade
Os gatilhos para que uma pessoa fique ansiosa podem variar. Entretanto, alguns hábitos e situações específicas estão diretamente relacionados ao aumento do risco de desenvolver a condição. Entre eles:
Alimentação inadequada
Um estudo publicado no The British Medical Journal revelou que cerca de 48% dos casos de ansiedade estão associados a uma dieta rica em alimentos ultraprocessados.
Isso acontece porque o consumo excessivo pode provocar outros fatores que aumentam o estresse emocional, como deficiência nutricional, alteração nas respostas imunológicas, hormonais e químicas, comportamentos alimentares (por exemplo, a compulsão), entre outros.
Sedentarismo
A ausência de exercícios físicos aumenta o risco de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, também por causa de possíveis reações físicas, biológicas ou emocionais.
De acordo com o Jornal da USP, a prática regular de atividade física reduz os riscos de condições relacionadas ao humor, incluindo o Alzheimer.
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
A OMS alerta que o consumo de álcool está associado a mais de 200 enfermidades e lesões devido aos seus impactos no organismo.
Entre elas, estão os transtornos mentais e comportamentais, como ansiedade e dependência química, além de condições como a cirrose hepática e as cardiovasculares.
Cafeína
Enquanto doses moderadas de cafeína podem melhorar o estado de alerta, o consumo excessivo pode levar a sintomas de ansiedade, incluindo nervosismo e irritabilidade, informa estudo da Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação.
Como aliviar os sintomas da ansiedade no dia a dia
De acordo com especialistas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, algumas medidas simples podem ajudar a amenizar o estado ansioso, como:
- praticar meditação;
- dormir bem;
- fazer exercícios de respiração controlada;
- identificar os gatilhos para a ansiedade;
- evitar o consumo de cafeína e demais estimulantes;
- manter uma alimentação saudável e sem ultraprocessados;
- praticar atividades físicas regularmente;
- compartilhar os sentimentos com alguém – seja um amigo, um familiar ou mesmo um profissional de saúde.
Fontes