Chamado de barriga ou ventre, o abdômen está localizado na parte inferior do tronco. É uma região muito importante, pois aloja grande parte dos órgãos internos do corpo humano.
Por essa razão, ao sentir dor é necessário tomar certos cuidados para entender quais motivos podem ser responsáveis pelos desconfortos e se são sinais de preocupação.
O que é a dor abdominal?
A dor abdominal ocorre quando há algum tipo de incômodo na região do ventre. Muitas vezes costuma ser sintoma de uma condição simples, mas, dependendo do tipo, a dor na barriga pode significar algo mais sério.
7 tipos de dores abdominais comuns e o que elas podem indicar
Como o abdômen aloca diferentes músculos e órgãos, dependendo da localização em que a dor se manifesta ela pode indicar uma patologia específica.
Confira os 7 tipos de dores e o que elas, normalmente, podem indicar:
- Dor superior no lado esquerdo: doenças do trato biliar ou hepatite.
- Dor superior no lado direito: doença de Crohn, questões ginecológicas ou causas renais.
- Dor superior no centro: infarto agudo do miocárdio, pneumonia, crise de anemia falciforme ou gastrite.
- Dor inferior no lado esquerdo da barriga: obstrução intestinal, colite, questões ginecológicas (podendo ser uni ou bilateral) ou causas renais.
- Dor inferior no lado direito da barriga: apendicite, doença de Crohn, aumento dos linfonodos no abdômen ou questões ginecológicas.
- Dor na área do umbigo: dispepsia, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), pancreatite ou doença ulcerosa péptica (DUP).
- Dor difusa ou generalizada: lesão de parede abdominal, doença celíaca ou síndrome do intestino irritável, entre outras causas gastrointestinais.
Sinais para ter atenção
Durante a vida é comum sentir incômodo na barriga que naturalmente desaparece. Porém, pode ser algo menos corriqueiro quando:
- a dor for aguda, repentina e intensa;
- acompanhada de outros sintomas como náuseas, febre, dor de cabeça, azia e/ou diarreia;
- persistir por mais de 3 dias.
Na dúvida, procure ajuda de profissionais da saúde para analisar o cenário e dar um diagnóstico adequado.
9 principais causas da dor abdominal
As dores abdominais podem estar ligadas a órgãos do sistema digestivo, imune, endócrino, urinário e reprodutor. Em cada situação a dor se manifesta de maneira diferente e algumas vezes pode haver sintomas adicionais.
As 9 causas mais comuns das dores abdominais são:
1. Gases
Os gases intestinais costumam se originar durante a digestão, quando as bactérias da flora intestinal fazem a quebra de nutrientes e, por consequência, liberam fluidos no interior do órgão.
Em geral, esses gases são eliminados no final da digestão. Porém, quando se acumulam no intestino, podem causar a expansão no interior das paredes do intestino e desconfortos como cólicas.
Para eliminá-los podem ser necessários tratamentos como massagens abdominais, ingestão de chás ou até o uso de medicações prescritas pelos médicos.
2. Má digestão
Outra situação é a má digestão, também conhecida como dispepsia. É comum sentir a barriga inchada e “dura”, às vezes acompanhada de azia, queimação, enjoo, arrotos e gases.
Essa condição é desencadeada por:
- ingestão de alimentos muito gordurosos e de difícil digestão;
- consumo de bebidas alcoólicas em excesso;
- beber muito líquido durante as refeições;
- mastigar alimentos menos que o necessário;
- consumo de alimentos com ingredientes que desencadeiam intolerância ou alergia alimentar.
3. Gastrite
A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago que pode ocorrer de forma aguda, quando surge de forma abrupta e dura pouco, ou crônica, quando evolui aos poucos e tem maior duração.
Seus principais sintomas são dores na parte superior do abdômen, azia, queimação e náuseas.
Pode ser causada por estresse e ansiedade, uso contínuo de medicamentos ácidos ou anti-inflamatórios, consumo excessivo de álcool, tabagismo ou infecção pela bactéria Helicobacter pylori.
Como prevenção, além de evitar esses hábitos, é indicado fazer pequenas refeições durante o dia e manter uma dieta balanceada. Para a gastrite crônica a recomendação é beber menos café, chocolates, sal, alimentos ultraprocessados e frituras.
4. Pedra nos rins
Sentir dor abdominal aguda pode ser um sinal de pedras nos rins, pequenos cristais dentro do órgão que obstruem a uretra e causam uma dor intensa.
É possível se livrar das pedras nos rins bebendo bastante água, controlando a alimentação e utilizando remédios que aliviem as dores. Entretanto, às vezes é preciso fazer intervenção cirúrgica.
5. Pancreatite
O pâncreas tem diferentes funções e é essencial para os sistemas digestivo e endócrino. Quando essa glândula inflama ocorre a chamada pancreatite, que causa dores na região central do abdômen, às vezes com náuseas e vômito.
A razão mais comum para a pancreatite é ingestão de álcool em excesso e por tempo prolongado, mas ela também pode ter causas hereditárias ou metabólicas.
Outros agentes que podem ocasionar a pancreatite são:
- tabagismo;
- ingestão contínua de alimentos gordurosos;
- uso exagerado de medicamentos corticoides e antibióticos.
6. Hepatite
A hepatite é uma infecção no fígado que causa dor no lado esquerdo do abdômen. Ela tem alguns subtipos e boa parte das ocorrências são virais, transmitidos por meio de água e alimentos contaminados, drogas injetáveis e relações sexuais sem proteção.
Já os casos não virais são causados pelo uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de fármacos e pelo acúmulo de gordura no fígado.
Há diferentes tipos de tratamento de acordo com o tipo de hepatite, os quais devem ser prescritos por um médico especialista. O mais importante é evitar a automedicação, pois isso pode ocasionar no agravamento, já que todos os medicamentos são metabolizados pelo fígado.
7. Infecção urinária
A infecção urinária pode se originar tanto na bexiga quanto nos rins e é geralmente causada por bactérias da flora fecal que chegam ao sistema urinário. É mais corriqueira nas mulheres, graças à proximidade entre o ânus e a uretra e o menor comprimento do canal.
Nesse caso é comum a presença de queimação na uretra e dificuldade ao urinar. O tratamento é por meio do uso de antibióticos, especialmente para evitar que a infecção se espalhe.
8. Dores relacionadas ao sistema reprodutor
O sistema reprodutor fica alocado na região inferior do abdômen e, especialmente em pessoas com útero, sempre que há alguma complicação em um desses órgãos do sistema reprodutor, isso pode gerar dores agudas nessa parte da barriga.
Um exemplo é o cisto no ovário, que surge quando os folículos ovarianos crescem mais que o normal, formando uma bolha de líquido. No geral, essa condição não apresenta sintomas, mas em certas situações pode acabar evoluindo e gerando dor.
Já a endometriose afeta 1 em cada 10 mulheres e acontece quando as células do endométrio (tecido que reveste essa região) crescem e migram para fora do útero, desencadeando dores fortes durante a menstruação e em outras ocasiões, como durante a relação sexual e ao urinar.
A gravidez ectópica, aquela em que o óvulo fecundado se instala fora do útero, também pode desencadear dor na parte de baixo da barriga
Em todos esses casos é possível amenizar as dores e até mesmo fazer tratamentos para diminuir o quadro. Para isso, entretanto, é essencial o acompanhamento ginecológico.
9. Apendicite
A apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão linfático que fica anexado ao intestino grosso. Normalmente, a dor no abdômen é intensa e aguda, começando na região do umbigo e se espalhando pelo lado direito da barriga, muitas vezes acompanhada de febre e enjoo.
Não existe cura para a apendicite, sendo fundamental o atendimento hospitalar emergencial, já que é uma condição que pode levar a óbito se não diagnosticada e tratada rapidamente.
Um bom diagnóstico é essencial!
As dores abdominais podem ser ocasionadas por diferentes questões de saúde e se manifestar em diversas partes do abdômen.
Por isso, ao sentir qualquer sintoma persistente, um clínico geral deve ser acionado para encaminhamentos mais assertivos: para o gastroenterologista – no caso de infecções ligadas ao sistema digestivo -, para o urologista, se o diagnóstico for de pedras nos rins ou infecção urinária, por exemplo, ou para o ginecologista, para quadros relacionados ao sistema reprodutor feminino.
Alguns exames que podem ser solicitados são:
Em casos mais severos, também pode ser necessária a realização de uma tomografia computadorizada de abdômen superior e pelve.
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Fontes: