A gravidez é um período que requer atenção especial à saúde da gestante para garantir o desenvolvimento saudável do bebê.
Por isso, é imprescindível que toda mulher grávida faça o pré-natal e tenha acesso aos exames básicos e complementares, necessários para o acompanhamento adequado da sua saúde e do desenvolvimento da criança.
Neste conteúdo, vamos abordar uma lista com os exames do pré-natal que a futura mamãe deve fazer. Você vai conhecer o objetivo de cada um deles e quando os procedimentos devem ser feitos. Acompanhe!
A importância dos exames no pré-natal
Toda gestante deve fazer, no mínimo, seis consultas de pré-natal ao longo da gravidez, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Estes acompanhamentos, junto a exames, servem para prevenir complicações na gravidez e durante o parto, reduzindo também os riscos de morte materna e infantil.
O ideal, inclusive, é que a mulher busque um acompanhamento médico assim que desejar ter um filho. O especialista em Clínica Geral poderá examiná-la e avaliar sua saúde geral, além de tratar doenças e condições que possam interferir no andamento saudável da gestação — e, se necessário, encaminhá-la para outra especialidade.
Neste período de pré-concepção, a mulher também pode iniciar o uso de ácido fólico — que apesar de não ajudar a engravidar, fortalece o organismo. Ele também é essencial para o bom desenvolvimento do tubo neural e da coluna vertebral do feto nas primeiras semanas de gravidez.
Quando não for possível fazer o pré-natal antes de engravidar, ele deve ter início assim que o resultado do teste der positivo.
Idealmente, as consultas de acompanhamento devem ser realizadas de acordo com o cronograma abaixo:
- até a 28ª semana: uma vez por mês, com intervalo mínimo de 4 semanas entre as consultas;
- da 28ª até a 36ª semana: a cada quinze dias;
- da 36ª até a 41ª semana: semanalmente.
Durante as consultas, o obstetra avalia as alterações no corpo materno, como ganho adequado de peso, controle da pressão arterial e aferição dos batimentos cardíacos e do crescimento do bebê, entre outras medidas.
Por meio dessa avaliação é possível prevenir e tratar doenças perigosas para as gestantes e seus bebês, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional — na mãe — e a malformação cardíaca no feto.
Quais os exames do pré-natal?
Os testes para avaliar a saúde da gestante também seguem um cronograma de acordo com o tempo de gestação. Confira abaixo:
No primeiro trimestre da gravidez
Neste primeiro momento são solicitados os seguintes exames para avaliar a saúde geral da mulher e identificar alguma doença que possa ser transmitida para o feto:
- hemograma;
- tipo sanguíneo e fator Rh;
- coombs indireto;
- glicemia;
- exames sorológicos;
- urina;
- fezes;
- papanicolau;
- ultrassom transvaginal obstétrico;
- ultrassom morfológico de primeiro trimestre.
Vamos explicar qual a importância de cada um nas próximas linhas:
Hemograma
O hemograma verifica todos os compostos do sangue — plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos, etc. — e permite avaliar se a mulher está com anemia ou com alguma infecção.
Tipo sanguíneo e fator Rh
Esse exame identifica o tipo e o fator Rh (se o sangue é positivo ou negativo).
Quando a mulher tem fator Rh negativo e o pai do bebê é fator Rh positivo, ela deve fazer um outro exame: o Coombs Indireto.
Além disso, caso o filho tenha Rh positivo, a mãe com o tipo negativo deverá tomar a vacina imunoglobulina para fator Rh — conhecida como Rhogam ou Matergan:
- durante a gestação, se apresentar sangramentos;
- em até 3 dias após o parto para evitar problemas na próxima gravidez.
Coombs indireto
Como explicado, esse exame só é necessário se a mãe tiver fator Rh negativo e o pai, o tipo contrário já que ele é capaz de identificar se ela está produzindo anticorpo contra o fator Rh positivo — o que pode ser o fator agressor do bebê em desenvolvimento.
Nesse caso, a mulher deve fazer o coombs indireto cerca de 3 vezes ao longo da gestação.
Glicemia
Esse exame mede os níveis de glicose no sangue e é realizado com o objetivo de identificar uma possível diabetes gestacional.
Se não for tratada, a condição pode comprometer a gravidez e trazer sérios riscos para a saúde da mãe e do bebê.
Exames sorológicos
São realizados para detectar a presença de anticorpos que podem indicar algumas doenças, como:
Todas elas representam riscos para a saúde do bebê e podem levar a malformações e aborto. Por isso, é imprescindível diagnosticá-las precocemente, para iniciar o tratamento e evitar a contaminação do feto durante a gravidez ou no parto.
Em alguns casos, não é possível fazer um tratamento intrauterino, apenas o acompanhamento do desenvolvimento — o que é importante para planejar como o bebê será tratado após o nascimento, prevendo possíveis sequelas.
Urina
A infecção urinária na gravidez pode provocar abortos ou levar ao parto prematuro. Por isso, o exame de urina é solicitado logo no primeiro trimestre — e pode ser repetido nos demais, ainda que a mulher não apresente sintomas. Isso porque o quadro de bacteriúria assintomática (a presença de bactérias na urina, mas sem sintomas) é frequente nas gestantes.
Fezes
Este também é um dos exames do pré-natal e seu objetivo é verificar a presença de verminoses — alguns vermes podem aumentar os riscos de anemia materna.
Papanicolau
O obstetra vai avaliar a necessidade de fazer o exame papanicolau (preventivo para o câncer de colo de útero) durante a gestação.
Geralmente, esse exame é feito apenas se a mulher não estiver com seus exames ginecológicos em dia, podendo ser coletado em qualquer fase da gestação.
Ultrassom transvaginal obstétrico
É o primeiro exame de imagem feito no pré-natal para confirmar e avaliar as condições da gravidez. O transvaginal obstétrico também é utilizado para confirmar o tempo gestacional e estimar a data provável do parto.
Ultrassom morfológico do primeiro trimestre
Realizado entre a 11ª e a 14ª semana da gestação, o exame ajuda a analisar a anatomia e tamanho do bebê; verificar os batimentos cardíacos; detectar alterações renais; além de identificar indícios de doenças cromossômicas, como Síndrome de Down e Síndrome de Turner.
No segundo trimestre
Neste momento da gestação, os exames solicitados dependem de outros fatores como a saúde da mãe e resultados anteriores, mas existe um que é necessário independente da situação:
Ultrassom morfológico do segundo trimestre
Feito entre a 20ª e a 24ª semana da gravidez, o ultrassom morfológico 2º trimestre serve para avaliar o desenvolvimento dos órgãos internos e externos do feto, além de conferir se há alguma malformação. Se ainda não deu para ver o sexo do bebê, este é o melhor momento!
Se não houver nenhuma intercorrência que justifique a realização de outros exames, o acompanhamento no segundo trimestre da gravidez será ambulatorial, com foco na pressão arterial e ganho de peso da mãe — além do acompanhamento dos movimentos fetais.
Em alguns casos, o obstetra pode solicitar a repetição dos exames de sangue e urina.
No terceiro trimestre
No terceiro trimestre, todos os exames de sangue solicitados no primeiro trimestre serão repetidos. E mais três vão entrar na lista. Confira:
- urina 24 horas;
- curva glicêmica (teste de tolerância à glicose);
- ultrassom obstétrico.
Vamos explicar qual a importância de cada um abaixo:
Urina 24 horas
É importante para detectar a perda de proteína na urina — sinal de uma possível pré-eclâmpsia — complicação na gravidez marcada pela pressão alta.
Curva glicêmica (teste de tolerância à glicose)
Confirma o diagnóstico de diabetes gestacional. É feito na transição do segundo para o terceiro trimestre.
Ultrassom obstétrico
Esta ultrassonografia obstétrica é feita a partir da 32ª semana de gestação, e é uma preparação para o parto, pois, permite conferir se a posição do bebê e as condições da placenta e do líquido amniótico estão como esperados.
Com o Cartão dr.consulta você pode pagar mais barato nas consultas e exames necessários durante a gestação. Para que toda a sua família cuide da saúde, ainda é possível incluir mais 4 dependentes, sem restrição de idade — eles terão desconto em mais de 60 especialidades e 3.500 exames.
Exames da gravidez de risco
Em algumas condições, a gestação é classificada como uma gravidez de risco, devido a questões de saúde relacionadas a doenças crônicas preexistentes, históricos anteriores de aborto, gravidez tardia ou condições que apareceram após a mulher engravidar, como hipertensão e diabetes gestacional.
Nesses casos, podem ser necessários outros exames mais específicos. Listamos alguns deles:
- biópsia de vilo corial;
- amniocentese;
- fibronectina fetal;
- ecocardiografia fetal;
- perfil biofísico fetal;
Biópsia de vilo corial
É solicitado quando há a suspeita de doença cromossômica no feto, sendo realizado entre a 11ª e a 14ª semana de gestação. A análise é feita a partir de uma amostra da placenta, coletada com uma agulha inserida no abdômen da gestante.
Amniocentese
Assim como a biópsia de vilo corial, esse exame tem o objetivo de investigar doenças genéticas no feto. Porém, no lugar da amostra da placenta, o material coletado é o líquido amniótico.
Esses dois exames podem causar aborto, por isso, são feitos apenas quando realmente necessário.
Fibronectina fetal
Indicado para mulheres com histórico de aborto ou que tenham o útero encurtado, esse exame é realizado entre a 18ª e a 24ª semanas de gestação, para avaliar o risco de parto prematuro.
Ecocardiografia fetal
Solicitado quando há suspeita de doença cardíaca no bebê ou diagnóstico de doença cromossômica.
É indicado ainda para gestantes com histórico de doença cardíaca congênita, que pode ser transmitida para o bebê.
Perfil biofísico fetal
Esse exame avalia a frequência cardíaca e respiratória e os movimentos dos membros do feto. É solicitado após a 28ª semana, se houver suspeita de comprometimento do desenvolvimento do bebê.
Outros cuidados importantes durante a gravidez
Além de realizar os exames do pré-natal e fazer acompanhamento médico com obstetras ou ginecologistas obestétricos, existem alguns cuidados durante a gestação que também ajudarão na saúde e bem-estar da mãe e do bebê. Saiba quais são:
Adote uma alimentação saudável
Priorize frutas, verduras e legumes e evite alimentos ultraprocessados. É importante também respeitar os horários das refeições e beber bastante água.
Um nutricionista poderá te orientar como ter uma alimentação equilibrada de acordo com o seu dia a dia e necessidades nutricionais.
Pratique exercícios físicos
Não fique parada! Movimentar-se é essencial para controlar o peso da mãe, fortalecer os músculos (o que ajuda a carregar o bebê durante os 9 meses) e auxiliar na prevenção ou tratamento de diabetes gestacional.
No entanto, é importante respeitar seus limites e pedir orientação de um profissional sobre quais atividades você pode realizar.
Nada de automedicação
Ninguém deve se automedicar, mas esse alerta é ainda mais importante para quem está grávida, já que algumas substâncias podem fazer mal para o bebê e para a mãe também.
Peça orientações ao profissional de saúde que está acompanhando sua gestação sobre o que tomar em caso de sintomas mais comuns, como enjoo e azia, e procure um atendimento médico caso não esteja bem.
Consulte-se com um pediatra
Um profissional de Pediatra pode te ajudar antes mesmo do nascimento do bebê.
Além de estabelecer uma relação de confiança entre os pais e o médico que irá acompanhar o seu filho, é importante que o pediatra seja informado sobre a saúde do bebê e possíveis intercorrências na gestação — assim ele conseguirá se preparar para criar um cuidado personalizado ao futuro paciente.
A equipe do dr.consulta está à disposição para cuidar de você e da sua família nesse momento tão especial (e depois também). Afinal, saúde e bem-estar são fundamentais para quem busca qualidade de vida.
Fontes: