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Como a saúde mental impacta o bem-estar físico (e vice-versa)

dr.consulta - mulher correndo com o semblante de felicidade e boa saúde mental.

A preocupação com o estado psicológico tem tomado conta das rodas de conversa e dos atendimentos profissionais. Essa apreensão faz todo sentido com o cenário atual da saúde mental no mundo. 

Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que quase 1 bilhão de pessoas convivem com algum tipo de transtorno.

No Brasil, por exemplo, o Ministério da Saúde aponta que ao menos 16 milhões de brasileiros têm depressão.

E por mais que a saúde mental esteja muito relacionada ao mal-estar psicológico, ela também afeta outros aspectos do organismo. 

O conteúdo a seguir explica como essas condições impactam na disposição física do corpo e quais dicas ajudam a manter a qualidade de vida.

O que é saúde mental

Pela definição da OMS, o termo se refere a “um estado de bem-estar em que o indivíduo realiza suas capacidades, supera o estresse normal da vida, trabalha de forma produtiva e frutífera e contribui de alguma forma para a sua comunidade”.

Nesse sentido, a saúde mental é considerada como parte da saúde geral e como um direito básico fundamental. Ou seja: cuidar da mente é tomar conta do corpo como um todo.

Em situações de desequilíbrio, ocorrem os chamados transtornos mentais – uma variedade de condições caracterizadas por pensamentos, emoções e comportamentos negativos.

Entre eles, a OMS destaca:

Existem ainda outros distúrbios que merecem atenção, como a depressão, a fobia social, o borderline, o obsessivo-compulsivo, entre outros.

Lembrando que tanto o diagnóstico quanto o tratamento dessas condições devem ser sempre feitos por um profissional de saúde, como o psiquiatra ou o psicólogo.

Com o Cartão dr.consulta, é possível acessar diferentes exames e especialidades médicas, além do programa Saúde Mental, no qual é oferecido suporte e orientações que contribuem para o bem-estar do paciente.

Dor crônica e sua relação com depressão e ansiedade

Como visto, os cuidados com a saúde mental estão diretamente relacionados à atenção com o corpo como um todo. Pesquisas científicas produzidas nos últimos anos comprovam esse vínculo.

Uma delas, publicada no periódico Brazilian Journal of Health Review, mostrou como existe uma forte associação entre casos de dor crônica (que persiste após três meses) e transtornos psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade.

O estudo em questão consistiu em uma revisão da literatura de artigos (publicados em inglês e português) no qual se observou uma retroalimentação das condições e uma consequente redução da qualidade de vida, extensão dos custos com saúde e aumento de pensamentos e tentativas de ameaça à vida.

Saúde intestinal e mental estão conectadas

Nos últimos tempos, a comunidade científica tem voltado sua atenção para o chamado eixo intestino-cérebro. 

Segundo artigo publicado na revista Debates em Psiquiatria, da Associação Brasileira de Psiquiatra, a descoberta da comunicação bidirecional entre essas duas estruturas do corpo tem traçado novas perspectivas sobre o papel da microbiota (um conjunto de 1 a 5 mil microrganismos que vivem no intestino) na regulação das emoções.

Conforme explica o estudo, quando essa microbiota intestinal está em desequilíbrio, pode ocorrer um desencadeamento de efeitos negativos no sistema nervoso, contribuindo para alterações de humor, ansiedade e depressão

E o contrário também é válido: o estresse e outros transtornos mentais podem prejudicar a saúde intestinal, afetando a função digestiva e a composição microbiana. 

Este vínculo demonstra que o bem-estar digestivo e mental estão diretamente ligados. Quando um não está bem, o outro também desanda?.

Outros impactos

Sabe-se também que a saúde mental está intimamente relacionada com a saúde cardiovascular. Quando em desequilíbrio, pode potencializar o risco de infarto do miocárdio e de acidente vascular cerebral (AVC).

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Como cuidar do bem-estar mental e físico

Para garantir que corpo e mente estejam bem, é fundamental adotar algumas medidas no dia a dia que fazem toda a diferença. 

Ainda assim, por medo ou vergonha, o assunto é cercado de preconceitos e nem sempre recebe a atenção devida. 

Pensando nisso, campanhas, como o Janeiro Branco, tem como objetivo a conscientização da importância dos cuidados com a saúde mental.

Caso a pessoa sinta algum sintoma de depressão ou de ansiedade, como falta de energia, cansaço excessivo, preocupação constante, batimentos cardíacos acelerados, sentimento de tristeza que não passa, entre outros, é fundamental buscar ajuda profissional de psicólogos ou se consultar com o psiquiatra.

Além do acompanhamento de um especialista, a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo para que a saúde mental seja preservada é que a pessoa mantenha uma rotina que contemple:

  1. a prática regular de atividades físicas, meditação, mindfulness, yoga e outras atividades relaxantes;
  2. uma alimentação saudável;
  3. a higiene do sono;
  4. relacionamentos com a família e amigos;
  5. o contato com a natureza;
  6. atividades que estimulem o pensamento rápido e outras habilidades cognitivas.

Além disso, é essencial evitar o excesso de telas (smartphones, tablets, computadores e outros), uma vez que a exposição, especialmente em crianças, potencializa as chances de depressão e piora a saúde mental.

Ademais, a falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional também pode desencadear a síndrome de burnout, no qual a pessoa vivencia um esgotamento físico e mental relacionado, especialmente, com o estresse, excesso de demandas, pressão e responsabilidades.

Se não tratada corretamente, o burnout pode gerar outros transtornos, como a ansiedade ou a depressão. Por isso, é essencial saber balancear o tempo e a dedicação ao trabalho com o lazer e a vida pessoal.

É preciso estar atento à saúde mental de adolescentes

Dos quase 1 bilhão de pessoas que convivem com algum tipo de transtorno mental, 14% são adolescentes. 

Fatores como bullying, pressão escolar, uso de dispositivos eletrônicos, racismo, perda de pessoas queridas (luto), conflitos familiares, além da recente pandemia de COVID-19, são as principais causas para o desenvolvimento das condições mentais.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, metade de todos os transtornos começam por volta dos 14 anos – sendo que a maioria não é detectada e tratada.

Além do surgimento dos quadros de saúde, é preciso estar atento para outro dado alarmante: o suicídio entre jovens. 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) aponta que essa é a terceira principal causa de morte entre pessoas de 15 a 19 anos. 

Por isso, a recomendação para mudar esse triste cenário é:

Com todas essas medidas, é possível cuidar da saúde mental e evitar que o organismo como um todo seja impactado.

Fontes:

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