Como prevenir o AVC com 7 recomendações práticas

Adotar ou fortalecer medidas que contribuem para uma vida mais saudável é fundamental para prevenir o AVC, também chamado de acidente vascular cerebral ou derrame. Mas, para isso, é preciso conhecer tal evento.

Mesmo não sendo uma condição diretamente relacionada ao coração, ele está entre os principais quadros de natureza cardiovascular, já que compromete o fluxo de sangue que chega ao sistema nervoso central.

Ao atingir estruturas fundamentais do organismo, esse tipo de incidente pode comprometer a fala, o raciocínio e a mobilidade, exigindo resposta médica rápida.

Possíveis causas e tipos de AVC

Em resumo, ele ocorre quando o fluxo de sangue é interrompido ou é derramado (daí o nome popular) dentro do crânio.

Progressivamente, essa intercorrência leva à morte dos tecidos cerebrais, gerando diferentes sequelas. Segundo o Ministério da Saúde, existem dois tipos acidente vascular:

• o isquêmico, que responde por 85% dos casos e acontece quando um coágulo bloqueia a circulação em um vaso cerebral;
• e o hemorrágico, que ocorre quando há rompimento de um vaso, provocando sangramento no cérebro e representa cerca de 15% de todos os episódios, ainda que normalmente seja mais grave. 

Fatores que aumentam a possibilidade de ter um AVC

Diversos elementos elevam as chances de ocorrência de um derrame cerebral, especialmente aqueles associados aos componentes cotidianos da condição geral de saúde. Entre os mais relevantes estão:

• hipertensão arterial (pressão alta);
• diabetes tipo 2;
• colesterol alto;
• tabagismo (com cigarros, narguilé e derivados);
• uso de substâncias ilícitas;
• registro anterior de condições cardiovasculares;
• sedentarismo.

Como esses traços estão ligados ao estilo de vida, é possível ajustar escolhas para fortalecer a prevenção. No entanto, também existem itens que não podem ser modificados. Os mais preponderantes são:

• predisposição genética;
• histórico familiar;
• envelhecimento natural dos vasos sanguíneos;
• ser do sexo masculino.

Quem se enquadra em uma dessas características deve procurar formas de redobrar o cuidado, inclusive com assistência especializada.

7 recomendações para prevenir o AVC

Reduzir a chance de apresentar um acidente vascular cerebral depende de ajustes em uma série de com ações cotidianas. Entre as mais pertinentes estão:

1. parar de fumar;
2. moderar a (ou, preferencialmente, abster-se da) ingestão de bebidas alcoólicas;
3. controlar a pressão arterial;
4. monitorar os níveis de colesterol;
5. manter uma alimentação saudável;
6. alcançar o peso adequado;
7. praticar atividades físicas com regularidade.

1. Parar de fumar

O cigarro contém substâncias tóxicas que agridem a parede dos vasos sanguíneos. Esses danos favorecem a formação de coágulos e o surgimento de aneurismas, comprometendo o fluxo cerebral.

Além disso, o tabagismo está associado a piora de outros aspectos, como a hipertensão e o aumento do colesterol. 

Parar de fumar promove melhorias na circulação, redução da pressão arterial e recuperação da integridade dos vasos, entre outros benefícios que se prolongam com o passar do tempo. 

2. Moderar a (ou abster-se da) ingestão de bebidas alcoólicas

O uso excessivo de álcool interfere em uma série de fatores de risco, contribuindo para condições que favorecem o AVC.

Mesmo o consumo moderado deve ser avaliado, especialmente em pessoas com tendência a distúrbios cardiovasculares.

Evitar o álcool ou reduzir seu uso de maneira expressiva é uma medida importante para preservar a saúde dos vasos e do cérebro.

E vale lembrar que não há limites seguros de ingestão de bebidas, segundo a Organização Mundial da Saúde.

3. Controlar a pressão arterial

A hipertensão, em especial por longos períodos, aumenta a chance de ruptura dos vasos cerebrais, um dos mecanismos por trás de um AVC.

O manejo do indicador deve incluir medição regular, uso correto de medicamentos prescritos e adoção de um estilo de vida saudável.

O acompanhamento periódico com profissionais de saúde é fundamental para prevenir tais complicações.

4. Monitorar os níveis de colesterol

Essa substância (em especial o LDL) contribui para a formação de placas de gordura que obstruem as artérias (processo chamado de aterosclerose).

No longo prazo, esse quadro afeta a circulação sanguínea e eventualmente desencadeia um AVC isquêmico.

Uma dieta pobre em gorduras saturadas e rica em fibras solúveis, associada à prática de atividades físicas e ao uso de medicamentos quando necessário, ajuda a estabilizar os níveis lipídicos em uma faixa saudável.

5. Manter uma alimentação saudável

Escolhas alimentares equilibradas impactam positivamente na prevenção de várias alterações crônicas. 

Optar por alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, cereais integrais e leguminosas, auxilia no controle da glicemia e do colesterol, como já destacado. Reduzir as porções de sal nas refeições, por sua vez, contribui para evitar a hipertensão.

Seja como for, o suporte de nutricionistas é indicado para personalizar a dieta conforme as necessidades de cada pessoa.

6. Alcançar o peso adequado

O excesso de peso sobrecarrega o sistema cardiovascular, aumenta a resistência à insulina e favorece condições como diabetes e dislipidemia.

Em paralelo, o tecido adiposo em excesso produz substâncias inflamatórias que afetam negativamente os vasos. Portanto, ter um índice de massa corporal (IMC) dentro da faixa ideal reduz significativamente o risco de AVC.

7. Praticar atividades físicas com regularidade

Uma rotina regular de exercícios melhora a circulação, aprimora a capacidade cardíaca e regula a pressão arterial. Movimentar o corpo constantemente reduz ainda os níveis de estresse, um fator que também influencia os eventos vasculares.

Para adultos, a Organização Mundial de Saúde sugere pelo menos 150 minutos semanais de atividades moderadas, respeitando sempre os limites do corpo e com orientação profissional adequada. Mas antes de iniciar qualquer prática, talvez seja indicado realizar um check-up cardiológico. 

Na missão de fortalecer o cuidado preventivo, o Cartão dr.consulta oferece acesso às consultas, exames e atendimentos com diferentes profissionais da saúde de várias especialidades.

Quem assina é incluído em programas de suporte multidisciplinar com orientações sobre o cuidado com condições crônicas, ajudando no controle dessas alterações.

A atenção necessária aos sinais de alerta

Junto da prevenção, identificar rapidamente sinais que sugerem um AVC é essencial para evitar sequelas mais graves. Entre alguns dos sintomas estão:

• dor de cabeça súbita e intensa;
• perda de força em um lado do corpo;
• visão embaçada ou perda visual;
• tontura ou desequilíbrio;
• dificuldade para engolir.

Como forma de orientar qual o momento certo de buscar ajuda, a Sociedade Brasileira de AVC propõe que todos conheçam a sigla S.A.M.U., cuja inicial de cada letra deve ser considerada nesses momentos de emergência:

• S de sorriso, pois a boca pode ficar torta;
• A de abraço, já que um dos braços talvez não se movimente direito;
• M de música, uma vez que a fala fica enrolada ou confusa;
• U de urgência, ressaltando que a procura por ajuda para o atendimento deve ser imediata.

A partir do acolhimento adequado, o médico solicita os procedimentos necessários para a confirmação do quadro e orienta sobre as alternativas mais indicadas para um tratamento eficaz.

Acidentes vasculares também atingem jovens

Apesar de mais frequente em idosos, esse tipo de complicação afeta adultos que ainda não ultrapassaram a faixa etária dos 50 anos.

Estimativas da Sociedade Brasileira de AVC indicam que 2 milhões de pessoas entre 18 e 50 anos passam por esse evento anualmente no mundo.

Estresse, alimentação inadequada, sedentarismo e uso de substâncias nocivas estão entre os fatores que contribuem na explicação desse aumento nos quadros em tais recortes de idade.

Por isso, entender como prevenir o AVC não é algo que possa ser deixado para depois. Monitorar a saúde cardiovascular com consultas e exames, manter uma  vida fisicamente ativa e buscar suporte profissional sempre que necessário são atitudes que ajudam a proteger o sistema cardiovascular e o cérebro.

Fontes:

• Johns Hopkins Medicine;
• Ministério da Saúde;
• Sociedade Brasileira de AVC;
• Sociedade Brasileira de AVC.