Entenda melhor os diferentes tipos de depressão

As características de cada um dos tipos de depressão mostram como essa é uma complicação de saúde mental complexa, capaz de afetar indivíduos de todas as idades, gêneros e circunstâncias de vida.
Portanto, compreender essas variações é crucial para um diagnóstico preciso e para a implementação de estratégias terapêuticas eficazes, uma vez que a condição evolui ao longo do tempo, demandando correções no tratamento até que a recuperação seja plena.
Os 8 principais tipos de depressão
- transtorno depressivo maior;
- transtorno depressivo persistente;
- depressão bipolar;
- depressão psicótica;
- transtorno afetivo sazonal;
- depressão perinatal;
- depressão refratária;
1 – Transtorno depressivo maior
Esse é o nome geralmente dado aos episódios “convencionais”, normalmente diagnosticados na maioria da população.
Resumidamente, o transtorno depressivo maior é caracterizado por sintomas intensos que persistem por no mínimo duas semanas e interferem na vida diária. Entre os traços mais comuns desse desequilíbrio estão:
- tristeza persistente;
- perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas;
- insônia ou sonolência;
- mudanças no apetite (perda ou ganho de peso);
- fadiga extrema;
- dificuldade de concentração, sentimento de culpa ou inutilidade;
- em circunstâncias com gravidade elevada, pensamentos recorrentes de morte ou de suicídio.
Tal circunstância é desencadeada pela união de componentes genéticos, bioquímicos, ambientais ou psicológicos, que são difíceis de delimitar com precisão. O tratamento costumeiramente combina psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos antidepressivos.
No mais, ajustes no estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e o fortalecimento de redes de suporte social, são fundamentais para a retomada da sanidade mental.
2 – Transtorno depressivo persistente
Conhecido como distimia, essa é uma forma crônica de depressão. Embora seja menos intensa, se faz presente por longos períodos, durando dois anos ou mais.
Pessoas com esse quadro experimentam desânimo, baixa autoestima, incapacidade de sentir prazer em situações cotidianas e uma sensação geral de inadequação.
Um transtorno depressivo persistente é de difícil identificação, pois seus sintomas não são tão evidentes e são confundidos com traços de personalidade ou com uma tristeza natural.
No entanto, ele tem um impacto significativo na qualidade de vida, afetando relacionamentos, produtividade no trabalho e conexões sociais. Novamente, a reabilitação passa pelas sessões de atendimento psicológico e, possivelmente, o uso de antidepressivos.
3 – Depressão bipolar
Esse tipo faz parte do transtorno afetivo bipolar (TAB), marcado por oscilações acentuadas de humor.
Pessoas com TAB alternam episódios depressivos que duram semanas ou meses e situações de mania. Durante os períodos de queda de ânimo, o cenário é semelhante aos da depressão maior, incluindo desânimo considerável, falta de energia e desesperança.
Já os intervalos de mania disparam euforia, aumento exagerado do ânimo, impulsividade, comportamentos de risco e uma redução na necessidade de sono.
Esse “sobe e desce” no comportamento é desgastante e prejudicial para a vida pessoal e profissional. O tratamento depende principalmente do uso de estabilizadores de humor, prescritos mediante acompanhamento psiquiátrico regular para monitorar a evolução.
4 – Depressão psicótica
Essa manifestação combina os sintomas típicos com traços psicóticos, como delírios e alucinações. Tais queixas estão relacionadas a percepção de culpa, inutilidade e desamparo. Assim, o indivíduo eventualmente acredita que é responsável por uma tragédia ou que está sendo perseguido.
Frequentemente, essas manifestações requerem intervenção profissional imediata, uma vez que a psicose aumenta a possibilidade de ações autodestrutivas.
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5 – Transtorno afetivo sazonal
Depressão que ocorre em padrões específicos de tempo, sobretudo nos meses de outono e de inverno, quando a luz solar é mais escassa. Diante disso, ela é mais comum em partes do planeta onde os dias nas estações mais frias são mais curtos, o que não acontece no Brasil.
Acredita-se que a redução da exposição à iluminação natural afete os níveis de serotonina e de outros neurotransmissores e hormônios pertinentes no organismo, colaborando para a alteração.
Os sintomas mais destacados são: cansaço excessivo, ganho de peso, irritabilidade e uma tendência a se isolar socialmente.
Eles tendem a desaparecer na primavera e no verão, à medida que a luminosidade natural retorna. O tratamento demanda terapias com luz (fototerapia), que utiliza lâmpadas especiais para simular o Sol, além de dieta equilibrada e prática de exercícios físicos.
6 – Depressão perinatal

Afeta mulheres na gravidez e/ou após o parto, causando tristeza profunda, ansiedade, exaustão e dificuldade de criar vínculo com o bebê. Outros sinais englobam humor irritadiço, alterações no sono e apetite, fadiga e, em casos graves, pensamentos destrutivos, inclusive em relação à criança.
Fatores como mudanças hormonais, pouco tempo para dormir, estresse e falta de apoio diante do volume de demandas da maternidade contribuem para o adoecimento.
Contornar a depressão perinatal depende da psicoterapia e, quando necessário, antidepressivos receitados pelo psiquiatra. O suporte de família e de amigos é essencial para a recuperação. Sem intervenção, ela prejudica o desenvolvimento infantil e traz complicações duradouras para a mãe.
7 – Depressão refratária
Como o nome sugere, é definida pela persistência da alteração apesar do uso de antidepressivos e outras abordagens terapêuticas.
A supervisão psiquiátrica permite ajustar a medicação e explorar novas opções terapêuticas. Além disso, o amparo psicológico auxilia quem é atendido a lidar com os desafios percebidos.
Tal tipo de depressão é particularmente desafiadora, exigindo alternativas devidamente supervisionadas por profissionais qualificados. Entre algumas delas estão a estimulação magnética transcraniana ou a eletroconvulsoterapia.
8 – Transtorno depressivo devido a outra condição médica
Determinadas condições, tais como disfunções neurológicas, hormonais ou infecciosas, desencadeiam formas de depressão. Esses diagnósticos exigem uma investigação detalhada, envolvendo exames laboratoriais e de imagem para tentar entender o que de fato está provocando a queixa.
Por consequência, enfrentar essa causa de base é indispensável para aliviar os sintomas da depressão. Em outras palavras, alguém com comprometimento da tireoide que sente os reflexos no ânimo precisa corrigir esse aspecto para reverter a situação indesejada.
O momento adequado para buscar ajuda especializada
É claro que isso varia de caso a caso, mas de modo amplo é recomendável procurar orientação especializada se o comprometimento:
- persiste por mais de duas semanas;
- interfere significativamente nas atividades diárias;
- causa desconforto intenso;
- Inclui pensamentos repetitivos capazes de colocar em risco a própria integridade física ou a dos outros.
Procurar assistência não representa um sinal de fraqueza. Com a orientação apropriada, a maioria das pessoas consegue recuperar sua qualidade de vida e bem-estar emocional.
Fontes: