Impactos da distorção da autoimagem sobre a saúde

A autoimagem é o retrato interno que cada pessoa constrói de si mesma. Ela é uma combinação complexa de percepções a respeito do corpo, de habilidades, da personalidade e de valores individuais.
Mais do que autoestima (ou vaidade), esse reflexo influencia profundamente a saúde emocional, os relacionamentos e até os hábitos de cuidado.
Portanto, compreender e cultivar uma visão positiva sobre o próprio “eu” é um componente fundamental do bem-estar integral.
O processo de construção da autoimagem
Desde a infância até a idade adulta, a percepção de si é um delicado equilíbrio entre experiências pessoais e influências externas.
Os primeiros anos de vida são especialmente importantes, pois as crianças tendem a absorver como verdade muito daquilo que é transmitido pelos pais, professores e colegas.
Nesse sentido, alguém que sofre muita pressão dos responsáveis, ou é exposto a um contexto em que o bullying é uma questão contínua, estabelece uma impressão ruim sobre si mesmo.
Na adolescência, fase em que as transformações corporais e psicológicas são mais intensas, a pressão social e os padrões de beleza veiculados pela mídia criam distorções significativas no modo como os jovens (principalmente do sexo feminino) se visualizam.
Assim, ostentar certos itens (como uma roupa, um celular) ou fazer parte de determinados grupos se transforma em uma diferenciação – ou modo de inclusão em que o indivíduo não se sobressai negativamente diante dos demais.
Com o passar dos anos, eventos como mudanças de peso, envelhecimento ou condições de saúde podem desafiar a autoimagem estabelecida. É comum que, sem uma base sólida de autoconfiança, essas transições levem a sentimentos de inadequação.
O desafio, em todas as faixas etárias, é compor um retrato de si que seja capaz de vislumbrar limitações sem perder de vista as qualidades e potencialidades.

Diferença entre autoimagem e autoestima
Embora intimamente conectados, os dois conceitos têm significados distintos. Como já destacado, o primeiro está relacionado à forma como uma pessoa se vê, envolvendo elementos físicos, comportamentais, afetivos e sociais.
Já o segundo está associado ao valor que se atribui, refletindo na maneira como ela se sente e se posiciona diante dos desafios.
Logo, uma autoimagem negativa compromete a autoestima, dificulta trocas interpessoais e, eventualmente, impede a concretização de objetivos, enquanto uma versão positiva favorece uma visão mais equilibrada e construtiva de si.
Para evitar que isso aconteça, ou resgatar a pessoa desse processo, a assinatura do Cartão dr.consulta facilita o atendimento com psicólogos e psiquiatras, sempre com preços diferenciados e toda a comodidade necessária.
Para ampliar a qualidade do atendimento, o programa Cuidar da Mente propicia o suporte com um time multidisciplinar para tirar dúvidas e fornecer orientações personalizadas sobre saúde mental.

A influência da autoimagem na saúde mental
A forma como alguém se enxerga tem impacto sobre o bem-estar psíquico. Isso contribui para o desenvolvimento de questões emocionais sensíveis, prejudicando relações em todos os âmbitos. Entre as principais consequências estão:
- baixa autoestima, que afeta a confiança e a segurança para enfrentar desafios;
- insegurança de diferentes naturezas, levando ao medo de rejeição ou ao sentimento de inferioridade;
- isolamento social, provocado pela dificuldade de se conectar com os demais;
- dificuldades profissionais, em virtude da falta de autoconfiança e temor da exposição;
- transtornos de saúde mental de diferentes naturezas, em especial quando há uma distorção da imagem construída;
- ansiedade e sintomas depressivos, entre outras complicações de saúde mental.
Por outro lado, uma autoimagem positiva favorece o equilíbrio emocional, para uma maior tolerância a frustrações e melhora da qualidade de vida como um todo.
Sinais de uma autoimagem desequilibrada
De modo natural, é esperado que qualquer um reconheça seus traços sem supervalorizar defeitos ou menosprezar atributos. Se esse balanço se rompe, alguns elementos podem indicar a necessidade de atenção:
- autocrítica além da conta, em que há tendência de focar apenas em supostas falhas, ignorando elementos positivos;
- comparação constante, em que se mede o próprio potencial exclusivamente tendo terceiros como “régua”;
- tentativa de evitar situações de sociabilidade;
- descuido com a saúde;
- desenvolvimento de comportamentos compulsivos por insatisfação com a própria imagem;
- outros sintomas físicos, como alterações no sono, apetite ou energia relacionados à autopercepção frágil.
Delimitar esses sinais é um passo inicial para buscar assistência qualificada e agir por uma relação mais saudável consigo. Afinal, a autoimagem não é imutável – por meio de medidas apropriadas é possível transformá-la positivamente.
Distúrbios de autoimagem
O chamado transtorno dismórfico corporal é uma condição de saúde mental em que o indivíduo se enxerga diferente da realidade.
Ele se manifesta principalmente por meio da preocupação excessiva com o visual, em que se procura corrigir cada “imperfeição” vista, inclusive quando ela não existe ou é muito menor do que se imagina.
À medida que se aprofunda, esse conjunto de sinais impacta negativamente a autoestima e afeta o convívio no trabalho, na escola e com amigos e familiares.
Além disso, é frequente que o atingido se submeta a cada vez mais procedimentos estéticos, muitos deles arriscados. Em determinadas circunstâncias, o quadro eventualmente está associado a um transtorno alimentar.
Quase sempre o diagnóstico e o tratamento dessa disfunção dependem da ajuda de psicólogos e de psiquiatras. Eles indicarão a terapia com medicamentos e sessões de psicoterapia, que precisam ser mantidos pelo tempo suficiente para consolidar uma resposta satisfatória.
No longo prazo, a expectativa é de que essas formas de suporte ajudem no ajuste da lente com a qual se vê, fazendo com que o dano de uma percepção distorcida seja reduzido.
Passo a passo para começar a cultivar uma autoimagem positiva
Independentemente de qualquer coisa, algumas abordagens se mostram particularmente eficazes para aprimorar tal aspecto:
- tratar a si com a compreensão que se ofereceria aos demais;
- reconhecer que imperfeições são humanas e que a valorização individual não se resume à aparência física;
- investir no autocuidado com atitudes diárias que promovem o bem-estar físico e mental, incluindo a manutenção de uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e a garantia de momentos de lazer e de relaxamento;
- reduzir o contato com padrões irreais, sobretudo para evitar comparações prejudiciais, algo bastante presente nas redes sociais;
- desenvolver habilidades, fomentar relacionamentos significativos e engajar-se em atividades com propósito para elaborar uma personalidade mais resiliente;
- valorizar individualidades e pontos fortes para reforçar uma autoimagem mais gentil;
- procurar amparo profissional quando sentir que é necessário ou for alertado por pessoas próximas.
Construir uma autoimagem positiva não significa ignorar características que se deseja mudar ou aperfeiçoar, mas sim promover uma relação mais compassiva e realista. É um desafio que combina autoconhecimento, aceitação das particularidades e investimento no crescimento pessoal nas áreas que realmente importam para cada indivíduo.
Fontes:
[…] Nenhuma pessoa trans precisa passar por qualquer tipo de transição para ser reconhecida como tal. Esse processo é opcional e a autodeclaração é a única “formalidade” necessária, ou seja, o próprio reconhecimento e autoimagem. […]
[…] Como estou me vendo? Entenda a distorção de autoimagem […]
[…] e qualificações. Esse sentimento não está necessariamente ligado à realidade, mas sim a uma autoimagem distorcida, que faz com que a pessoa atribua seu sucesso à sorte, ao acaso ou ao esforço de terceiros, e […]