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Causas, sintomas, tratamento e prevenção da hipertensão arterial

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À medida que o sangue circula pelas artérias é exercida uma pressão contra a parede desses tipos de vasos sanguíneos, cuja principal função é o transporte de sangue rico em oxigênio pelo corpo. 

Quando essa tensão elevada se torna contínua, é caracterizada a hipertensão arterial – uma condição que pode levar a complicações graves de saúde se não for controlada.

Valores de referência para a pressão alta

Recentemente, foram veiculadas algumas informações de que uma nova diretriz europeia alterou os valores referenciais anteriormente considerados para a pressão alta (PA). 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), os critérios para o diagnóstico da condição não mudaram. A novidade apresentada pelos pesquisadores europeus está na classificação da PA, sendo:

A SBH explica que essa mudança tem como objetivo apontar a pressão alta como um quadro contínuo e com risco cardiovascular mesmo em níveis baixos. 

Até a publicação dessa nova recomendação, porém, a entidade indica que sejam seguidas as orientações das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (DBHA) lançadas em 2021. O documento elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia considera:

É importante lembrar que a pressão arterial varia ao longo do dia e que sua medição é a única forma de diagnóstico – que deve se basear em alterações registradas em pelo menos duas aferições diferentes, realizadas na ausência de uso de remédios anti-hipertensivos.

O Ministério da Saúde indica que pessoas acima de 20 anos confiram a PA pelo menos uma vez ao ano. Segundo as DBHA, qualquer profissional de saúde capacitado pode realizar essa verificação – que pode ser feita em casa também, com o auxílio de dispositivos eletrônicos. 

Existem ainda exames feitos em laboratório, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), que contribuem para o monitoramento.

Para quem tem dúvidas sobre possíveis quadros de hipertensão, ter acesso ao Cartão dr.consulta pode ser uma excelente forma de receber o apoio de especialistas, como o cardiologista.

Quem recebe o diagnóstico pode ainda aderir ao programa Viva Bem, que oferece suporte e orientações sobre o cuidado com hipertensão, diabetes e colesterol alto (dislipidemia).

Paciente nem sempre tem sintomas

Um dos desafios do rastreio e controle da pressão alta está no fato de que ela pode ser assintomática na maioria das pessoas. Ainda assim, a SBH indica alguns sinais que o corpo manifesta em casos mais preocupantes ou prolongados, quando não tratados:

Existem casos de manifestações como cefaleia, sangramento do nariz, tontura, rubor facial e cansaço que, embora muitas vezes sejam associados à condição hipertensiva, nem sempre tem a condição como causa. 

Hipertensão é uma condição multifatorial

Isso significa que não há uma causa única, mas sim um conjunto de fatores fisiológicos (do funcionamento do organismo), comportamentais e condições associadas que favorecem a pressão alta, como explicam as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. São eles:

  1. genética (cerca de 30% a 50% dos casos são hereditários);
  2. idade (segundo a SBH, mais de 50% das pessoas acima de 60 anos têm pressão alta);
  3. sexo biológico (mais comuns em homens mais jovens, e em mulheres acima dos 60 anos);
  4. etnia (sabe-se que a ocorrência é maior em negros. No Brasil, porém, essa prevelência não é significativa);
  5. sobrepeso e obesidade;
  6. ingestão em excesso de sódio (encontrado em alimentos e no sal de cozinha);
  7. sedentarismo;
  8. diabetes;
  9. estresse;
  10. hipotireoidismo e hipertireoidismo (redução e aumento da produção de hormônios da tireoide, respectivamente);
  11. colesterol alto;
  12. consumo de álcool;
  13. tabagismo;
  14. apneia obstrutiva do sono;
  15. síndrome de Cushing (condição metabólica provocada por altos níveis de cortisol por longo período);
  16. fatores socioeconômicos (dificuldade de acesso e adesão a uma dieta saudável);
  17. uso de determinados medicamentos (antidepressivos, descongestionantes nasais e anti-inflamatórios) e substâncias ilícitas.

Embora esses fatores aumentem a possibilidade de quadros hipertensivos, vale lembrar que qualquer pessoa pode ser afetada, sem que nenhum grupo populacional esteja isento. Por isso, é importante monitorar e investigar o quadro.

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Eventos que colocam o paciente em risco

A elevação da pressão arterial preocupa pelas chances aumentadas de complicações como acidente vascular cerebral (AVC), infarto, aneurisma e insuficiência renal e cardíaca – condições que prejudicam o funcionamento do corpo e podem levar ao óbito.

Existe ainda o perigo da chamada hipertensão gestacional, caracterizada pela elevação da pressão da gestante para valores acima de 140/90 mmHg. 

Conforme explica a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), as síndromes hipertensivas, em especial a pré-eclâmpsia, oferecem prejuízos à saúde da gestante e do feto. 

Prevenção e controle da PA 

O Ministério da Saúde e a DBHA recomendam a adoção de hábitos que contribuem para manter a pressão em níveis considerados ideais. Entre eles:

Quando necessário, o tratamento da hipertensão também pode incluir medicamentos específicos, mas é importante lembrar que apenas o médico deve prescrever esses remédios. A automedicação é desaconselhada e implica em riscos.

Embora a hipertensão não tenha cura, ela pode ser controlada, proporcionando uma vida longa e com qualidade para quem adota essas práticas.

Fontes:

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