O que é o outubro rosa e como essa data pode te ajudar?
Todos os anos, no mês de outubro, intensificam-se as comunicações direcionadas para os cuidados com a saúde feminina. Praticada mundialmente, a campanha de Outubro Rosa tem ganhado cada vez mais atenção.
Seu principal objetivo é conscientizar sobre o câncer de colo do útero e o câncer de mama que, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo tipo de neoplasia (presença de tumores cancerígenos) mais comum entre as mulheres brasileiras.
Porém, não é só isso. Neste conteúdo, vamos te contar a história deste movimento, os temas que ele envolve e muito mais. Acompanhe.
Mas o que é o Outubro Rosa?
A campanha é mais completa do que muitas pessoas imaginam, uma vez que ela envolve o câncer de mama — que afeta mulheres e homens — e o câncer de colo de útero.
O movimento é internacional e cada país desenvolve suas atividades de acordo com as maiores necessidades locais para combater as duas doenças.
Geralmente, são tratados os temas de prevenção dos tumores, a importância da realização dos exames preventivos, como são detectados e as chances de cura quando a identificação é feita de forma precoce.
Outubro Rosa no Brasil e no mundo
Mas, afinal, quando o câncer de mama e de colo de útero passou a ter mais atenção por meio da campanha Outubro Rosa?
O marco inicial foi o ano de 1997, com a Fundação Susan G. Komen for the Cure (localizada nos Estados Unidos), que promoveu uma corrida de rua para conscientizar sobre a data e distribuiu os tão famosos laços rosas conhecidos até hoje.
Aos poucos, as ações foram se espalhando pelo mundo e, em 2002, o monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista e o Obelisco do Ibirapuera (SP) iluminaram-se de rosa, o que é considerado o primeiro ato da campanha em solo brasileiro.
Já em 2008, o movimento ganhou mais força e várias cidades do país aderiram a ele, com ações em instituições públicas e privadas.
Dez anos depois, em 2018, foi sancionada a Lei nº 13.733/18, que instituiu o “Mês de conscientização sobre o câncer de mama – Outubro Rosa”. Nela, existe a sugestão para que empresas iluminem seus prédios, façam palestras e eventos educativos, além da divulgação na mídia.
Por que é uma campanha importante?
Agora que você sabe a história do que é Outubro Rosa, a sua relevância fica um pouco mais clara, certo? O destaque é justificado, infelizmente, pelos números alarmantes: segundo o Inca, são mais de 73 mil novos casos de câncer de mama comprovados, por ano, no Brasil.
As mulheres são as mais afetadas, mas 1% da população masculina também costuma ser atingida. O câncer de colo de útero também precisa de destaque, com cerca de 17 mil novos diagnósticos anuais em nosso país.
E você sabe o que essas duas patologias têm em comum? Podem ser evitadas ou identificadas de forma precoce, o que ajuda na eficácia do tratamento.
É por isso que médicos ginecologistas e mastologistas precisam estar sempre na lista de consultas de check-up periódico. Eles são os grandes aliados para ajudar no combate a esses tumores malignos.
O câncer de mama
O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos – ou seja, gerar a chamada “metástase”.
É motivada por alterações genéticas diretamente relacionadas à biologia celular e que podem ser estimuladas por fatores ambientais.
Existem vários tipos de nódulos, alguns com rápido desenvolvimento, enquanto outros crescem lentamente. O que os difere é a localização do tumor que, normalmente, se instala com mais frequência nos ductos (canais por onde o leite percorre) e mais raramente nos lóbulos (responsáveis por secretar o leite).
Os sintomas e os grupos de risco
É fundamental conhecer bem os sintomas do câncer de mama para entender quando buscar ajuda médica rapidamente. Portanto, mulheres e homens precisam ficar atentos aos seguintes sinais:
- nódulo palpável na mama;
- saída de secreção pelo mamilo;
- pele avermelhada e com aspecto de casca de laranja nos seios;
- inchaço em parte ou em toda a mama;
- inversão do mamilo;
- nódulos nas axilas;
- feridas;
- dor na mama ou no mamilo.
Além disso, também precisamos entender quais são os fatores que aumentam os riscos de desenvolver essa enfermidade:
- ser mulher (lembre-se que o câncer de mama também afeta os homens, mas em uma taxa de apenas de 1%);
- má alimentação;
- obesidade;
- sedentarismo;
- tabagismo;
- consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- primeira menstruação antes dos 12 anos;
- gravidez após os 30 anos;
- menopausa depois dos 55 anos;
- não ter filhos ou não amamentá-los;
- uso de pílulas anticoncepcionais combinadas (estrogênio e progesterona).
Essas idades relatadas, como em menstruação precoce ou menopausa tardia, influenciam nos níveis de risco por deixarem as mulheres mais expostas aos hormônios reprodutivos femininos – estrogênio e progesterona – que podem aumentar as chances da multiplicação desordenada das células nas mamas.
É hereditário?
Uma dúvida bastante comum sobre o câncer de mama e que sempre aparece nas campanhas de Outubro Rosa é se a doença é hereditária. A resposta é que pode ser, mas isso representa apenas cerca de 10% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
As pessoas que precisam estar atentas a hereditariedade são aquelas que possuem familiares próximos (como mãe e irmãs) que desenvolveram câncer de mama e/ou de ovário antes dos 50 anos de idade ou algum parente homem que teve nódulos nas mamas.
Como é o diagnóstico?
A constatação dessa patologia pode ser feita de algumas maneiras:
1 – Autoexame de mama
Quando você pensa em o que é Outubro Rosa, provavelmente o autoexame das mamas já vem em mente, certo?
Esse cuidado é importante para que mulheres e homens conheçam o próprio corpo e percebam quando há algo estranho. Todavia, não contribui com a sinalização precoce, pois o ideal é identificar o nódulo nos estágios iniciais, quando ainda não é palpável.
Apesar disso, ele ajuda na busca de possíveis alterações que surgem ao longo do desenvolvimento da doença. Ou seja, é o primeiro passo na detecção e deve ser feito individualmente.
Para realizá-lo, basta seguir três passos:
- observar as mamas em frente ao espelho;
- palpar as mamas de pé;
- repetir a palpação deitada.
Pode ser realizado todos os meses, entre o 3º e o 5º dia depois da menstruação, quando as mamas estão mais flácidas e indolores. No caso de mulheres que não menstruam mais, pode-se escolher uma data fixa.
Caso sinta qualquer nódulo, ou note alterações na pele da mama, aumento de uma delas ou vermelhidão e alterações da cor, procure um ginecologista para que ele faça a palpação e solicite exames complementares.
2 – Mamografia
A mamografia é o mais indicado para o diagnóstico precoce de câncer de mama. Ela utiliza baixa radiação para gerar imagens detalhadas e com alta resolução das estruturas internas das mamas.
É possível identificar lesões, nódulos, assimetrias, ainda que não haja sinais aparentes. É recomendado para mulheres a partir dos 40 anos de idade e deve ser realizado anualmente, mesmo sem sintomas.
Caso haja histórico familiar que justifique, o procedimento poderá ser feito em pessoas mais jovens e intervalos mais frequentes, conforme orientação médica.
Para pacientes com maiores riscos, o médico pode solicitar também uma ultrassonografia das mamas, que possui ainda mais sensibilidade e consegue mostrar imagens mais precisas do tecido mamário, principalmente em seios densos.
Existem tipos?
Sim, a digital e a convencional. A diferença entre elas é que a primeira faz uso do computador, e a segunda não. A mamografia pode gerar um desconforto mínimo e pontual, mas não deve, em hipótese alguma, machucar a mulher.
O especialista que auxilia nesses procedimentos costuma ser o mastologista, que é o responsável pela saúde das glândulas mamárias. Ele deve ser procurado tanto para os check-ups de rotina quanto nas situações em que é encontrado um nódulo.
Ultrassonografia da mama
O ultrassom da mama permite detectar lesões, especialmente nas mamas mais jovens e densas. Com esse exame é possível visualizar nódulos, cistos, secreções nos mamilos, espessamento do tecido mamário e outras alterações.
É feito por meio de um transdutor, ou seja, um dispositivo portátil acoplado na máquina, encostado nas mamas da paciente, que gera imagens.
No geral, é solicitado para pacientes:
- que tenham percebido alteração palpável nas mamas;
- que tenham alterações presentes na mamografia;
- que possuem histórico familiar de câncer de mama;
- que não podem realizar exames com radiação ionizante, como gestantes.
Outras possibilidades
Além dos mencionados, existem outros testes que complementam o diagnóstico de câncer de mama, como a biópsia das mamas.
Uma vez detectado nódulos suspeitos, o médico pode solicitar a retirada de um pequeno fragmento de tecido para análise histológica, a fim de saber se o tumor é maligno ou benigno e outras características mais específicas.
O exame clínico, feito em consulta com ginecologista ou mastologista, também é fundamental. Nele, o médico apalpa as mamas e as axilas para verificar alterações.
Outro procedimento comum são os exames de sangue, com análise dos marcadores tumorais.
Sempre que tiver um cisto é câncer?
A boa notícia é que, apesar de muito comum, nem todas as alterações nas mamas são câncer. 75% dos nódulos são benignos e, apesar de assustarem, não apresentam risco para a saúde.
Um caso bastante comum é o fibroadenoma, por exemplo, que pode aparecer em mulheres de qualquer idade, sendo mais comum entre os 20 e 50 anos.
Mas lembre-se, mesmo que um cisto benigno não aumente as chances de um câncer, não se descuide. Atente-se ao formato e tamanho dos nódulos. O ideal é que eles não mudem de tamanho e formato ao longo dos anos.
Como é o tratamento?
É válido mencionar que quanto mais cedo os procedimentos tratamentos começarem, maiores são as chances de cura. Geralmente, se inicia com a cirurgia de eliminação do nódulo que pode necessitar, ou não, da retirada de todo o seio (mastectomia).
Além disso, há a possibilidade de prescrições de sessões de quimioterapia e radioterapia, a fim de eliminar qualquer célula cancerígena que possa ter restado e impedir que elas migrem para outros órgãos.
Uma outra alternativa de tratamento é a hormonioterapia, que interrompe o fluxo de hormônios reprodutores para que eles não “alimentem” os nódulos malignos.
Vale lembrar que cada pessoa poderá ter uma recomendação médica diferente para tratar a doença, de acordo com as características do tumor.
Além disso, é importante que a paciente busque suporte, conforto e apoio de seus familiares, amigos e de uma equipe médica multidisciplinar, envolvendo desde oncologistas até psicólogos.
O câncer de colo de útero
Quando pensamos sobre o que é Outubro Rosa, estamos também nos referindo ao câncer de colo de útero.
Trata-se de lesões cancerígenas na parte mais baixa do órgão, localizada ao final da vagina. Acomete principalmente mulheres com mais de 25 anos e, antes de tornar-se maligno, o tumor passa por uma fase de pré-malignidade durante anos, classificada em graus I, II, III e IV.
O que causa?
A principal causa é a infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), uma doença sexualmente transmissível. Apesar de existir mais de 100 tipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao tumor.
Os fatores de risco para o câncer de colo de útero são:
- início precoce da atividade sexual;
- prática sexual não segura;
- não realizar o exame de papanicolau com regularidade;
- histórico familiar;
- tabagismo;
- má higiene íntima (que aumenta as chances de contrair o HPV);
- uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, como explica o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Sintomas e diagnóstico
Nas fases iniciais, essa patologia nem sempre apresenta sintomas. Porém, quando aparecem, costumam ser:
- sangramento vaginal que não é menstruação (inclusive após a menopausa ou depois das relações sexuais);
- dores abdominais;
- menstruação intensa;
- dor durante o sexo;
- corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro (embora na maior parte dos casos o mau cheiro sinalize infecção vaginal por bactéria);
- massa palpável no colo de útero;
- hemorragias;
- obstrução das vias urinárias e intestinais.
O diagnóstico de câncer de colo de útero é feito pelo ginecologista, com apoio do exame papanicolau e da colposcopia, quando necessário.
Na fase assintomática da doença, detecta-se a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas. No entanto, o resultado definitivo depende de uma biópsia.
Colpocitologia oncótica (Papanicolau)
O exame citopatológico de papanicolau é o primeiro passo para detecção, como mencionado. Ele busca alterações nas células e é feito através do esfregaço cervicovaginal – uma espécie de cotonete que coleta um pouco de secreção do colo de útero.
É indolor, simples e rápido. Não é recomendado ter relações sexuais ou utilizar medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização. Também é importante que não haja sinais de menstruação, já que o sangue pode alterar o resultado.
O papanicolau pode igualmente auxiliar na identificação de outras infecções e toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve realizá-lo todos os anos, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos.
Além disso, outros testes que podem ser solicitados são:
- colposcopia: se assemelha ao papanicolau, mas é capaz de realizar uma biópsia mais aprofundada das células do colo do útero;
- tomografia computadorizada: é indicada quando há suspeita da doença, a fim de obter mais imagens do órgão.
O médico ginecologista é quem auxilia as mulheres na prevenção e diagnóstico do câncer de colo de útero. Com o Cartão dr.consulta as consultas e exames ginecológicos podem ser feitos com desconto.
Como é o tratamento?
Quando o médico identifica lesões pré-cancerígenas, é possível realizar uma pequena cirurgia ambulatorial para a retirada dessas células que podem se tornar malignas. É por esse motivo que os exames preventivos são tão importantes.
Já quando o câncer está presente, é necessário iniciar as sessões de quimioterapia e radioterapia para eliminar as lesões. Caso ele se espalhe para outros órgãos da pelve, também podem ser indicadas cirurgias para a retirada dos tumores.
Prevenção do câncer de mama e de colo de útero
Para o câncer de mama, os especialistas alertam que cerca de 30% dos tumores podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como:
- praticar atividade física;
- manter o peso corporal adequado por meio de uma dieta equilibrada e saudável;
- evitar bebidas alcoólicas e o tabagismo.
Enquanto isso, para o câncer de colo de útero, além de visitar um ginecologista com frequência para realização dos exames de papanicolau periodicamente, a vacina do HPV é uma medida preventiva essencial, disponível para toda a população brasileira.
Notou algo suspeito? Procure o ginecologista ou o mastologista
Entendendo profundamente o que é Outubro Rosa, está mais nítido sobre a importância de não restringir os cuidados com a sua saúde apenas durante essa época, não é mesmo? É necessário ter atenção à sua saúde e de sua família o ano inteiro!
Ao sentir qualquer incômodo, procure o ginecologista ou mastologista. Também não atrase os seus check-ups rotineiros. Lembre-se, por fim, que você tem o Cartão dr.consulta para facilitar os seus atendimentos e exames não só neste mês, mas sempre que precisar.
Fontes:
- Outubro Rosa: prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama | Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/MS);
- Outubro Rosa – Mês de Conscientização sobre Câncer de Mama | Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/MS);
- Tratamentos do Câncer de Colo de Útero | Oncoguia;
- Tratamento para câncer de colo de útero por estágio | Oncoguia;
- Tratamento do câncer de mama | Ministério de Saúde (MS).
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