Saiba quais são os batimentos cardíacos normais e quando se preocupar

A frequência cardíaca é um dos principais indicadores da saúde do coração e pode variar de acordo com a idade, nível de atividade física e estado emocional.
Monitorá-la é essencial para prevenir condições cardiovasculares e identificar possíveis quadros antes que se tornem graves.
Por que o coração bate
O músculo cardíaco funciona como uma bomba, explica a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), operando em um ciclo contínuo de batidas por minuto (bpm), o que garante a circulação sanguínea adequada para todo o corpo e é conhecido como:
- sístole: nesta fase, o coração se contrai, impulsionando o sangue rico em oxigênio dos pulmões para as artérias;
- diástole: momento de relaxamento, quando o órgão recebe o fluido das veias e o transporta de volta para a eliminação do gás carbônico.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a frequência considerada normal para adultos saudáveis fica entre 50 e 99 bpm. Qualquer alteração nesse ritmo pode indicar disfunções cardíacas, como:
- taquicardia: batimentos acelerados, igual ou superior a 100 bpm;
- bradicardia: em que estão mais lentos que o ideal, inferior a 50 bpm.
Caso sejam identificadas mudanças constantes, especialmente acompanhadas de sintomas como como tontura, cansaço excessivo ou falta de ar, é fundamental procurar o cardiologista.
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Frequência cardíaca na infância e adolescência é diferente
Em bebês e crianças, o coração bate mais rápido, pois está em fase de desenvolvimento. A posição do órgão também muda de maneira progressiva até a fase adulta, o que influencia nas taxas.
De acordo com a SBC, um exame de eletrocardiograma (ECG) só começa, gradativamente, a ter resultados próximos aos de um adulto a partir dos 2 ou 3 anos de idade.
Assim, os valores médios do batimento cardíaco (em bpm) na infância e adolescência são:
- 1 dia de vida: entre 94 e 155;
- 1 a 3 dias: entre 91 e 158;
- 3 a 7 dias: entre 90 e 166;
- 7 a 30 dias: entre 106 e 182;
- 1 a 3 meses: entre 120 e 179;
- 3 a 6 meses: entre 105 e 185;
- 6 a 12 meses: entre 108 e 169;
- 1 a 3 anos: entre 89 e 152;
- 3 a 5 anos: entre 73 e 137;
- 5 a 8 anos: entre 65 e 133;
- 8 a 12 anos: entre 62 e 160;
- 12 a 16 anos: entre 60 e 120.
Essas variações são normais e refletem as mudanças no corpo à medida que ele cresce e se adapta ao ambiente.
Formas de medição dos batimentos cardíacos
O monitoramento pode ser feito de diversas maneiras:
- pressionando levemente os dedos no pulso ou pescoço para contar as batidas durante 60 segundos;
- por dispositivos eletrônicos, como smartwatches e monitores cardíacos, que fazem medições automáticas;
- nos exames de eletrocardiograma e Holter 24 horas, indicados para avaliações mais precisas e detalhadas.
Como mantê-los normais
Algumas práticas e as emoções podem afetar diretamente a frequência cardíaca, provocando arritmias. Envelhecimento, condições prévias ou agudas (como infecções), além do uso de medicamentos também favorecem desordens no ritmo cardíaco, indica a SBC.
Nesse sentido, se o objetivo é manter os batimentos dentro dos padrões, o recomendado é:
- evitar o estresse;
- praticar atividades físicas (cuidando para que não sejam muito intensas, caso haja contraindicação);
- não ingerir cafeína;
- manter enfermidades, como a hipertensão arterial, controladas;
- consumir medicamentos somente com prescrição médica.
Por fim, é importante ressaltar que acompanhar a frequência cardíaca regularmente, principalmente com o auxílio de um cardiologista, pode ajudar a detectar alterações precoces e prevenir complicações cardiovasculares.

Fontes:
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – Arritmias;
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos (2022);
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – Frequência Cardíaca de Repouso para Avaliar Pacientes com Insuficiência Cardíaca: É Tudo o que Precisamos;
- Universidade Federal de Ouro Preto.