Causas da glicose alta e formas de controle

A glicose alta é um fator que chama a atenção pelos riscos que gera para a saúde, especialmente em pacientes diagnosticados com diabetes tipo 1 ou 2. Nesses indivíduos, a elevação da concentração de açúcar tem consequências potencialmente graves.
Por isso, é importante entender as circunstâncias em que esse número pode aumentar, assim como compreender as ferramentas disponíveis para monitorá-lo.
O papel da glicose no organismo
A glicose é um açúcar que é a primeira fonte energética em todas as células do corpo humano. Em outras palavras, sua presença é uma espécie de combustível pronto para ser utilizado.
Ao mencionar que a glicose (também chamada de glucose ou dextrose) é um açúcar, isso não se refere somente ao ingrediente que adoça o café ou faz parte de sobremesas.
Diversos carboidratos, presentes em pães, massas, legumes e frutas, ao serem consumidos passam por processos de conversão em glicose. Isso acontece para garantir o aproveitamento máximo da substância.
O que significa ter hiperglicemia
Após mastigar e engolir um alimento, o metabolismo humano garante que cada elemento seja dividido na menor unidade possível energia. Em seguida, tudo é encaminhado para a corrente sanguínea, onde as células acessam o estoque disponível e trabalham em suas funções.
O mecanismo depende de um hormônio essencial para funcionar adequadamente: a insulina. Produzida pelo pâncreas, ela sinaliza para cada célula que existe glicose para ser aproveitada.
No entanto, em algumas pessoas, isso pode não acontecer por duas questões principais:
- houve perda da capacidade de produzir insulina;
- a sensibilidade do corpo para aproveitar a ação desse hormônio diminui significativamente.
De modo simplificado, é o que ocorre em situações como diabetes tipo 1 e tipo 2, respectivamente.
A hiperglicemia é o principal componente dessa disfunção de saúde, que atinge aproximadamente 20 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Eventualmente, outras alterações explicam uma disparada pontual, como as disfunções hormonais e metabólicas, bem como o uso de determinados medicamentos. Contudo, nesses casos, a alteração tende a ser temporária.
Exames para medir a glicose no corpo
Em ocasiões normais, a presença de açúcar no fluxo sanguíneo varia de 70 mg/dl a 99 mg/dl (miligramas por decilitro de sangue). Esses são números esperados quando não houve consumo de nenhum alimento dentro de determinado intervalo.
Após uma refeição, ocorre um pico em duas ou três horas, fazendo com que o indicador atinja um ponto máximo. Para o cálculo de todos esses indicadores em circunstâncias variadas, existem diversos exames disponíveis:
- glicemia em jejum, que requer a retirada do sangue após um período de pelo menos oito horas sem alimentação;
- glicemia pós-prandial, em que a coleta é realizada em até duas horas após comer;
- teste oral de tolerância à glicose (TOTG), que analisa a disponibilidade após um intervalo de jejum e depois da ingestão de uma dose de 75 gramas de um líquido extremamente doce (teste preponderante no diagnóstico da diabetes gestacional);
- hemoglobina glicada (HbA1c), que investiga a concentração do elemento em células sanguíneas, permitindo a visualização de oscilações em um espaço de meses.
Os valores de referência devem sempre ser avaliados pelo médico responsável pela solicitação. Um endocrinologista é bastante indicado para isso.
Mas o resultado de um único exame não é suficiente para atestar a presença de diabetes, comumente associada à níveis elevados de glicose. A Sociedade Brasileira de Diabetes estabelece que é necessário considerar:
- glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl;
- hemoglobina glicada HbA1c maior ou igual a 6,5%;
- glicemia na curva glicêmica em uma hora maior ou igual a 209 mg/dl ou em duas horas maior ou igual a 200 mg/dl.
Testes instantâneos de glicemia
Os exames mencionados anteriormente são laboratoriais. Ou seja, dependem da coleta de material em uma clínica especializada, que envia a amostra para análise em um espaço com equipamentos e profissionais destinados a tal finalidade.
Para quem convive com esses picos, ou já tem um diagnóstico de diabetes, existem recursos que podem ser utilizados continuamente com mais praticidade, inclusive em casa. Os mais populares são:
- glicemia capilar, no qual uma gota de sangue da ponta do dedo é colocada em uma fita reagente conectada a um aparelho que faz a leitura em poucos minutos;
- glicemia intersticial, que examina a oferta de açúcar no líquido entre as células através de um dispositivo fixado à pele, que pode ser lido com um sensor específico. Dispensa as picadas no dedo, mas pode ter um custo maior.
Também com a devida orientação médica, ambas as abordagens são valiosas para o acompanhamento necessário.
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Possíveis sinais e sintomas de um aumento do açúcar no sangue
As crises de glicose alta são um dos contratempos mais comuns em pacientes com diabetes. Elas recebem o nome de hiperglicemia e são estabelecidas acima de 126 mg/dl.
Tal desajuste é normalmente derivado da aplicação incorreta da insulina ou dos medicamentos para administrar a glicemia alta.
Uso de determinadas substâncias (remédios, álcool etc.), alterações na rotina alimentar e outras disfunções de saúde (muitas temporárias) também podem explicar a subida repentina do número. Alguns dos alertas que o corpo emite frente a tal eventualidade são:
- sede e fome em excesso;
- hálito com odor adocicado;
- idas repetidas ao banheiro para urinar;
- dores de cabeça;
- visão borrada;
- fadiga.
Contudo, a maioria dos episódios é silenciosa. Sinais sugestivos só tendem a aparecer quando os níveis de açúcar ultrapassam patamares bem altos, em torno de 250 mg/dl.
Nesse estágio, surgem queixas adicionais, como náuseas, vômitos, respiração acelerada e até mesmo perda de consciência (desmaios), associadas a complicações sérias (cetoacidose diabética e danos oftalmológicos e renais, para citar alguns)
Os cuidados necessários na prevenção de um episódio de hiperglicemia
Uma crise hiperglicêmica (sobretudo em pessoas com diabetes) exige intervenção imediata. Essa é uma emergência, em que se deve agir para que o nível elevado de açúcar no sangue seja corrigido. Aplicações de insulina devidamente prescritas costumam ser a opção mais utilizada.
No cotidiano, os diabéticos devem seguir rigorosamente as recomendações para o controle da enfermidade crônica. Essas orientações são bastante eficientes em deixar tudo dentro do esperado. As medidas mais relevantes incluem:
- seguir o tratamento (com medicamentos ou insulina) conforme a prescrição médica;
- realizar o monitoramento da glicemia, o que auxilia na identificação de picos inesperados de maneira mais ágil e permite ajustes nas terapias;
- estar atento a sinais e sintomas de um desequilíbrio do açúcar no sangue;
- manter o cuidado com a alimentação, considerando que determinados alimentos contribuem mais para a glicose alta;
- dedicar pelo menos um período do dia à prática de exercícios físicos, que têm impacto positivo em várias dimensões do bem-estar.
Em resumo, a glicose alta merece atenção especial, pois pode indicar tanto o diagnóstico inicial de diabetes quanto uma possível complicação entre pessoas que já convivem com a condição, tornando o acompanhamento capacitado regular e a realização de exames periódicos fundamentais.
Fontes:
[…] essa compensação por maior demanda da substância não surge, observa-se a disparada dos níveis de glicose no sangue, caracterizando o diabetes gestacional. Alguns itens que contribuem para isso […]