O papel essencial da tireoide no organismo humano
Apesar de pequena, a tireoide é fundamental no funcionamento de praticamente todo o corpo, regulando diferentes processos envolvidos no metabolismo ao longo de toda a vida.
Portanto, compreender melhor o seu funcionamento é essencial para identificar precocemente possíveis alterações nas dinâmicas do organismo e buscar o tratamento adequado, quando necessário.
Como é a tireoide e como ela age no corpo
Com o formato semelhante ao de uma borboleta, fica localizada na região frontal do pescoço, logo abaixo da chamada cartilagem tireoideana (popularmente conhecida como pomo de Adão, mais ressaltada nos homens). Seu peso varia entre 15 e 25 gramas em adultos.
Ela é uma glândula endócrina. Isso significa que nela há a produção de hormônios e a liberação se dá diretamente na corrente sanguínea. Os principais são o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina).
O T3, embora liberado em menor volume, é mais potente e responsável pela maior parte dos efeitos diretos envolvidos no funcionamento tireoidiano. Além disso, a estrutura produz a calcitonina, cujo papel atua na regulação dos níveis de cálcio.
O T4, por outro lado, é fabricado em maior quantidade, mas é considerado menos ativo, uma vez que precisa ser processado por células e órgãos para ser aproveitado.
De modo geral, os hormônios tireoidianos ativam e ajustam o metabolismo basal (ou seja, a velocidade com que o corpo utiliza energia para manter suas funções básicas). Eles influenciam diretamente a temperatura corporal, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e o funcionamento do sistema nervoso, entre outros parâmetros.
A fabricação de cada composto é controlada por um sistema complexo. Em resumo, a hipófise, localizada no cérebro, libera o TSH (hormônio tireoestimulante) quando detecta níveis baixos de hormônios tireoidianos no sangue. Esse mecanismo garante que a fabricação seja ajustada conforme as necessidades do organismo.

O que acontece quando a tireoide não funciona direito
Quando a estrutura se altera, os efeitos se estendem por todo o corpo, indo desde aspectos físicos até questões emocionais e cognitivas.
A deficiência pode se manifestar de diferentes formas. As mais comuns englobam o excesso ou os prejuízos do trabalho da glândula, diferenciadas pelo prefixo hipo (de menos) ou hiper (de mais).
As flutuações impactam significativamente a qualidade de vida, afetando a capacidade de trabalho, os relacionamentos sociais e o bem-estar emocional.
Hipotireoidismo
Indica que há fabricação insuficiente de hormônios tireoidianos, fazendo com que o metabolismo corporal desacelere. É o tipo de disfunção mais comum do órgão. Estima-se que entre 2% e 15% da população manifeste a condição, sendo mais frequente entre mulheres, conforme o Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Os sintomas incluem fadiga constante, ganho de peso inexplicável, pele seca, queda de cabelo, constipação intestinal, sensibilidade ao frio, alterações de humor e dificuldades de concentração. Nas mulheres, pode causar irregularidades menstruais e infertilidade
A principal causa é a tireoidite de Hashimoto, uma condição autoimune em que o próprio sistema de defesa ataca a estrutura. Outras causas incluem deficiência de iodo, cirurgias no órgão, tratamento com radiação e uso de determinados medicamentos.
O tratamento consiste na reposição hormonal com levotiroxina (a versão sintética do hormônio), medicamento que deve ser tomado diariamente. Com o acompanhamento médico adequado, a maioria das pessoas consegue manter uma vida normal.
Hipertireoidismo
No sentido oposto, tem como característica a secreção excessiva de hormônios, acelerando o metabolismo anormalmente. Embora menos comum que o hipotireoidismo, pode causar complicações graves se não tratado adequadamente.
Os sintomas incluem perda de peso mesmo com apetite aumentado, batimentos cardíacos acelerados, tremores nas mãos, sudorese excessiva, irritabilidade, ansiedade, dificuldade para dormir e sensibilidade ao calor.
A causa mais frequente é a doença de Graves, também de origem autoimune. Outras explicações incluem nódulos hiperfuncionantes e tireoidite subaguda.
A terapia pode envolver medicamentos antitireoideanos, aplicações de doses de iodo radioativo ou cirurgia, dependendo da causa específica e da gravidade do quadro.

Outras condições capazes de prejudicar a tireoide
Além das alterações decorrentes do hiper e do hipotireoidismo, a glândula pode ser atingida por mais distúrbios que comprometem sua estrutura ou funcionamento. Eles são relativamente menos conhecidos, mas merecem atenção similar.
Nódulos tireoidianos
Formam-se a partir de focos de crescimentos anômalos dentro do órgão, podendo ser únicos ou múltiplos. A maioria é benigna e não causa sintomas, sendo descoberta durante exames de rotina ou por acaso.
Em casos raros, nódulos maiores podem causar sensação de pressão no pescoço, incômodo para engolir ou alterações na voz. Em alguns casos, fabricam hormônios em excesso, levando ao hipertireoidismo.
Tireoidites
São o termo genérico para definir uma grande variedade de quadros inflamatórios a partir de diferentes origens.
A tireoidite de Hashimoto é a forma mais comum desse tipo de inflamação. Se não tratada, pode desencadear hipotireoidismo, como mencionado anteriormente. Segundo a SBEM, a manifestação da condição autoimune é até oito vezes mais comum em mulheres em comparação aos homens.
Já a tireoidite subaguda, frequentemente relacionada a infecções virais ou bacterianas, causa dor intensa no pescoço e pode provocar alterações hormonais temporárias. A terapia de cada versão depende da causa e da intensidade dos sintomas identificados.
Câncer de tireoide
É o tipo de tumor endócrino mais comum e representa parte importante dos quadros oncológicos de cabeça e pescoço.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de tireoide atingiu quase 5 mil pessoas em todo o Brasil em 2022. Para cada homem com o tumor, são quase cinco mulheres diagnosticadas.
De qualquer forma, a maioria dos casos tem bom prognóstico quando diagnosticado precocemente.
Bócio
É o nome dado ao aumento do tamanho da tireoide, que pode ocorrer por diferentes motivos. Pode estar associado tanto ao hipotireoidismo quanto ao hipertireoidismo ou aparecer em situações em que tudo está funcionando normalmente.
As causas incluem deficiência de iodo (mineral essencial ao funcionamento tireoidiano), condições autoimunes, nódulos e fatores genéticos. A abordagem para reversão depende da causa e pode envolver medicamentos ou cirurgia.

Quando desconfiar de alterações na tireoide e procurar ajuda médica
Reconhecer que algo pode estar errado com o órgão é fundamental para buscar o diagnóstico e terapia no momento adequado.
Muitos sintomas são sutis e se desenvolvem gradualmente, podendo ser facilmente confundidos com outras situações do cotidiano. Apesar disso, alguns sinais não devem ser ignorados, especialmente quando persistem por várias semanas ou interferem na rotina diária:
- ganho ou perda significativa sem mudanças na alimentação ou atividade física;
- fadiga constante, na forma de cansaço extremo que não melhora com o repouso adequado;
- mudanças na temperatura corporal, com sensibilidade excessiva ao frio ou ao calor;
- alterações no ritmo cardíaco, com batimentos acelerados ou muito lentos em repouso;
- modificações na pele e cabelo, que causam ressecamento, queda excessiva ou mudanças na textura;
- oscilações de humor, incluindo irritabilidade, ansiedade, depressão ou mudanças emocionais sem causa aparente;
- dificuldades cognitivas, na forma de déficits de memória, concentração ou raciocínio;
- irregularidades menstruais, associadas a alterações no ciclo, ausência de menstruação ou dificuldades para engravidar;
- questões digestivas, que se manifestam na forma de constipação persistente ou diarreia frequente.
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As pessoas mais propensas a ter alterações na tireoide
Nesse contexto, certos grupos apresentam maior risco de desenvolver complicações tireoidianas e devem estar mais atentos aos desequilíbrios:
- mulheres acima dos 35 anos, especialmente durante e após a menopausa;
- aqueles com histórico familiar da condição ou outras questões autoimunes;
- indivíduos que já tiveram cirurgia na região do pescoço ou terapia com radiação;
- portadores de diabetes ou de condições autoimunes;
- grávidas ou puérperas (ou seja, no pós-parto);
- pessoas que fazem uso prolongado de determinados medicamentos.
O endocrinologista é o especialista a ser consultado sempre que houver suspeita de disfunções no órgão. Não é necessário esperar que os sintomas se tornem graves ou incapacitantes.
O diagnóstico precoce permite terapia mais eficaz e previne complicações futuras. Mesmo sintomas leves merecem investigação, pois as disfunções tendem a progredir quando não tratadas adequadamente.
Exames recomendados para acompanhar a saúde da tireoide
Na maioria dos casos, o diagnóstico baseia-se principalmente em exames laboratoriais que avaliam os níveis hormonais no sangue. A avaliação completa pode incluir também exames de imagem e, quando necessário, biópsias. Os principais recursos utilizados incluem:
- dosagem do TSH, em que valores elevados sugerem hipotiroidismo, enquanto valores baixos indicam hipertireoidismo;
- T4 livre e T3 livre, capazes de medir diretamente os níveis dos hormônios fabricados pelo órgão. O T4 livre é mais estável e frequentemente solicitado, enquanto o T3 é especialmente útil no diagnóstico do hipertireoidismo;
- anticorpos antitireoidianos, que identificam condições autoimunes;
- ultrassom da tireoide, que permite avaliar o tamanho, formato e estrutura do órgão, identificando nódulos, cistos ou outras variações anatômicas;
- cintilografia, na qual são usadas substâncias radioativas para avaliar o funcionamento da estrutura e identificar áreas com atividade aumentada ou diminuída;
- biópsia, em que se remove um pequeno fragmento de nódulos no órgão para identificar se há presença de células malignas.
Além de serem usados no diagnóstico inicial, muitos desses exames para a tireoide são utilizados para manter o acompanhamento necessário depois do início da terapia. Isso permite entender se as medidas indicadas estão surtindo efeito ou se necessitam de ajustes.
Fontes:
- Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia;
- Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia;
- Departamento de Tireoide SBEM;
- Instituto Nacional do Câncer;
- Ministério da Saúde;
- National Library of Medicine;
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia;
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia;
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
tireoide topica com dimensoes normais contornos regulares e textura sonica heterogenea pela presenca de imagens nodulares hipeocogenicas regulares parcialmente definidas no terco inferior do lobo direito medindo 0,8x 0.6 cm com focos de calcificacao e sem vascularizacao expressiva ao doppler e outro no lobo esquerdo terco inferior medindo 0,9x 0,5 cm sem calcificacao com discreta vascularizacao central e periferica ao doppler
cisto coloide medindo 0,4 cm a esquerda
meu exame agora o que fazer?
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