Como funciona o ciclo menstrual e a relação com a saúde geral
É um processo natural e cíclico que ocorre no corpo das mulheres, sendo essencial para a saúde reprodutiva.
Com duração média de 28 dias, o ciclo menstrual é resultado de mudanças hormonais, uterinas e ovarianas que preparam o organismo para uma possível gravidez. Ele se inicia no primeiro dia da menstruação e termina no dia anterior ao próximo fluxo.
Entender todo o processo é importante para reconhecer os sinais de cada fase, identificar alterações e possíveis desequilíbrios, bem como planejar ações relacionadas à saúde, fertilidade e bem-estar.
As quatro fases do ciclo menstrual
Cada uma tem características e sintomas distintos que se apresentam ao longo do mês, conforme descrito em publicação da Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São elas:
Fase menstrual
Corresponde aos primeiros dias (entre três e sete). Nesse momento, a ausência de fecundação leva à queda acentuada dos níveis de progesterona e estrogênio, ocasionando uma vasoconstrição dos vasos sanguíneos que irrigam o endométrio.
Essa redução induz a necrose das células endometriais e leva à descamação desse tecido, o que traz o conhecido sangramento, conforme descrito na publicação da Revista de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Pode vir acompanhada de cólicas, cansaço, irritabilidade e distúrbios no sono.
Fase folicular
Inicia-se junto com a menstruação e dura até a ovulação, comumente provocando o aumento da libido e leve dor pélvica.
Nesse momento, o hormônio folículo-estimulante (FSH) prepara o útero para uma possível gestação impulsionando o crescimento de folículos (pequenas bolsas que abrigam os óvulos) nos ovários.
Um deles se torna dominante, amadurece e libera estrogênio para regular o muco cervical e facilitar a mobilidade dos espermatozoides até o útero. Além disso, estimula o espessamento do endométrio, criando um ambiente propício para a implantação do óvulo fecundado.
Ovulação
Ocorre por volta do 14º dia e é chamando de período fértil, no qual há maior chance de a gravidez acontecer.
É quando o folículo dominante se rompe e libera o óvulo, que segue para as trompas uterinas. O processo é estimulado por um pico do hormônio luteinizante (LH) e pode gerar cólicas, cansaço e irritabilidade.
Fase lútea
Logo após a ovulação, o corpo lúteo secreta progesterona e estrógeno, mantendo o endométrio espesso pela ação hormonal para receber o embrião. Se não houver fecundação, ele degenera e o ciclo menstrual recomeça. Dura aproximadamente 14 dias, podendo ocasionar inchaço, dores de cabeça e alterações de humor.

Ciclos menstruais fora da média de 28 dias
Algumas mulheres podem passar pelas fases em um tempo significativamente mais curto ou mais longo (21 a 38 dias). A menstruação irregular costuma indicar desequilíbrio hormonal ou patologias.
Essas variações podem ser influenciadas por:
- fatores genéticos;
- estilo de vida (como estresse ou mudanças na rotina);
- uso de anticoncepcionais;
- distúrbios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- outras condições, como disfunções da tireoide ou hiperprolactinemia.
Padrões muito diferentes da média podem dificultar o reconhecimento do período fértil e aumentar os desafios para quem deseja engravidar ou evitar a gestação.
Assim, alterações importantes, como dores ou sangramentos intensos e menstruações com duração superior a sete dias devem ser analisadas por um especialista em Ginecologia.
Embora associados a modificações metabólicas e efeitos colaterais, os anticoncepcionais podem ser prescritos para tratar os distúrbios menstruais em alguns casos, conforme destacado em revisão publicada na Revista Femina, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
O acompanhamento com um profissional de saúde é essencial, principalmente para investigar as causas, avaliar a necessidade de testes complementares e orientar os manejos.
O Cartão dr.consulta pode ajudar nesse cuidado, possibilitando o atendimento com ginecologistas e exames com valores vantajosos, além de programas de saúde e consultas on-line e gratuitas de enfermagem.

Efeitos da tensão pré-menstrual (TPM) na qualidade de vida
Durante a fase lútea, é comum o surgimento de sintomas físicos e emocionais relacionados à tensão pré-menstrual (TPM).
A flutuação dos níveis de estrogênio e progesterona ao longo do ciclo menstrual afeta regiões cerebrais responsáveis pela regulação do humor, como o hipotálamo e o sistema límbico, de acordo com publicação na Revista de Medicina.
Por isso, pode influenciar a ação de neurotransmissores como a serotonina, associada ao bem-estar, explicando manifestações como irritabilidade, tristeza ou ansiedade.
A intensidade varia entre as pessoas, e, em quadros mais intensos, pode caracterizar o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), condição que exige diagnóstico clínico e acompanhamento médico e terapêutico.
Porém, vale ressaltar que esses efeitos não estão ligados apenas a fatores hormonais, mas também a questões sociais, comportamentais e ao estilo de vida, segundo estudo da Revista Pensar a Prática, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Como manter o bem-estar durante o ciclo menstrual
Além de compreender as próprias fases, é importante adotar medidas que ajudam o corpo a se adaptar às variações e manter o equilíbrio hormonal, como:
- usar calendário menstrual ou aplicativos para identificar padrões sintomáticos;
- incluir vegetais, frutas e cereais integrais na dieta;
- consumir alimentos ricos em magnésio e vitamina B6 (auxiliam na redução de inchaço, fadiga e alterações de humor);
- realizar exercícios moderados regularmente (para a liberação de endorfinas, que promovem sensação de bem-estar);
- priorizar o sono de qualidade e momentos de descanso;
- buscar técnicas de relaxamento como meditação, respiração profunda ou alongamento.
Cuidar da saúde durante o ciclo menstrual é um processo contínuo que envolve atenção às mudanças do corpo, hábitos saudáveis e acompanhamento profissional quando necessário. Dessa forma, é possível diminuir os impactos físicos e emocionais e promover mais qualidade de vida.
Fontes:
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[…] ciclos menstruais curtos (menos de 24 dias); […]
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[…] descompensação é particularmente significativa devido ao papel do estrogênio e progesterona no ciclo menstrual, gravidez e menopausa. Hormônios como estrogênio e progesterona desempenham papéis cruciais […]
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