Confira perguntas e respostas sobre a Cardiopediatria

A atenção à saúde do coração ganha destaque desde o nascimento. Por isso, é na Cardiopediatria que condições cardíacas nessa faixa são acompanhadas com dedicação especial, indo do diagnóstico até o tratamento necessário para prevenção de complicações.

Contudo, uma vez que esse especialista não é tão conhecido, é natural que surjam dúvidas de como e quando ele atua nesse tipo de cuidado.

O que a Cardiopediatria avalia?

O profissional dessa área é responsável por identificar e tratar qualquer perturbação no coração de bebês, crianças e adolescentes.

Isso inclui tanto os diagnósticos presentes desde o nascimento quanto as alterações adquiridas ao longo da infância. Entre os principais quadros normalmente atendidos nessa área estão:

• cardiopatias congênitas;
• variações no ritmo cardíaco (arritmias);
• pressão alta (hipertensão arterial);
• infecções cardíacas;
• colesterol alto (dislipidemia);
• miocardiopatias (como o coração dilatado);
• disfunções valvares;
• doenças reumáticas.

A depender da gravidade, eles afetam o crescimento, o desenvolvimento e a qualidade de vida, exigindo acompanhamento contínuo e orientação individualizada, para que se alcance um patamar adequado de bem-estar.

O que são cardiopatias congênitas?

São alterações na estrutura ou funcionamento do coração, identificadas no nascimento. Sua formação ocorre ainda durante a evolução do feto, variando de casos simples, como pequenos sopros, a situações mais complexas que exigem intervenções logo nos dias iniciais de vida.

Algumas cardiopatias não causam sintomas imediatos, enquanto outras provocam sinais logo após o parto.

O diagnóstico precoce é essencial para definir a necessidade de intervenção. Em alguns quadros congênitos são corrigíveis por meio de cirurgias, permitindo que a criança tenha uma vida normal. Outros são controláveis com medicamentos e acompanhamento médico. Situações que são mais complexas requerem múltiplos procedimentos ao longo da vida.

O Cartão dr.consulta proporciona acesso simplificado a consultas com diversos especialistas, sempre com valores diferenciados. Dentro do mesmo benefício, é possível obter preços melhores em uma lista bem grande de exames.

Adicionalmente, há o apoio de equipes multidisciplinares para esclarecer questões de saúde, incluindo atendimentos de enfermagem.

Quais sinais indicam alterações cardíacas nessa faixa etária?

Os sintomas variam conforme o tipo e a gravidade, mas nem sempre são facilmente reconhecidos. Alguns elementos que merecem atenção permanente incluem:

• cansaço constante;
• dificuldade para ganhar peso;
• respiração rápida ou ofegante;
• suor excessivo;
• infecções respiratórias frequentes;
• episódios de desmaios;
• dor no peito;
• coloração arroxeada nos lábios ou dedos;
• batimentos cardíacos acelerados;
• irritabilidade sem causa aparente;
• sono agitado.

Ao perceber qualquer desses sinais, a consulta com o cardiopediatra pode esclarecer as causas e definir se há necessidade de tratamento.

Vale reforçar que muitos desses sintomas estão associados a situações de emergência, que devem ser abordadas imediatamente.

Como é uma consulta de Cardiopediatria?

O atendimento inicial com esse especialista costuma incluir:

• entrevista com os responsáveis para entender o histórico familiar e os sintomas apresentados;
• avaliação clínica detalhada, incluindo ausculta cardíaca e medição da pressão arterial;
• solicitação de exames para investigação complementar;
• explicação clara sobre os achados e o plano terapêutico.

Em casos de recém-nascidos com sopro cardíaco, por exemplo, o cardiopediatra pode avaliar se a alteração é fisiológica ou exige monitoramento. Para crianças com histórico de desmaios, a investigação busca descartar causas cardíacas mais graves.

Além disso, o profissional indica recomendações essenciais que favorecem a saúde do coração infantil de modo geral.

Quais os exames normalmente solicitados pelo cardiopediatra?

O especialista utiliza recursos específicos para confirmar ou excluir diagnósticos e orientar o tratamento mais adequado. Alguns dos principais deles são:

• eletrocardiograma, que avalia a atividade elétrica e identifica principalmente arritmias;
• ecocardiograma, examina a estrutura e o funcionamento em tempo real;
• ecocardiograma fetal, que permite analisar o coração do bebê ainda durante a gestação;
• raio-X do tórax, que mostra o tamanho e a forma do músculo cardíaco, bem como de possíveis alterações nos pulmões;
• holter de 24 horas, que registra os batimentos continuamente por um dia;
• angiotomografia cardíaca, que capta as artérias e estruturas associadas com auxílio de contraste;
• ressonância magnética, que fornece imagens precisas da anatomia e trabalho do órgão;
• cateterismo, que examina os canais arteriais e cavidades com um cateter inserido por um vaso sanguíneo.

Dependendo do tamanho da criança, as adaptações para cada procedimento serão devidamente explicadas pelo responsável pelo atendimento.

Quais cuidados especiais para crianças com cardiopatias?

O respaldo básico envolve uma combinação de supervisão médica, apoio familiar e respeito às necessidades físicas e emocionais do indivíduo. Entre as principais recomendações para um dia a dia seguro estão:

• uso correto de medicamentos conforme o receituário;
• supervisão médica regular;
• atenção à alimentação e hidratação;
• observação de sintomas de piora;
• orientação escolar sobre limitações específicas (quando exigido);
• suporte emocional para lidar com a condição.

Como deve ser o acompanhamento ao longo da infância e da adolescência

O apoio do cardiopediatra pode ser pontual ou contínuo, dependendo do diagnóstico. Crianças que nasceram com distúrbios cardíacos, operadas ou não, precisam de uma supervisão frequente para garantir o bom funcionamento do coração.

O mesmo vale para adolescentes com pressão alta, colesterol elevado ou diabetes, entre outros desequilíbrios crônicos. Eles também devem ser avaliados periodicamente para prevenção de impactos mais graves na vida adulta.

Com consultas e exames periódicos, é possível acompanhar a evolução da condição e propor ajustes no tratamento, independentemente da situação identificada.

Recomendações para fortalecer a saúde do coração na infância

Além da assistência personalizada dentro da Cardiopediatria sempre que necessário, algumas orientações ajudam a reforçar a saúde cardiovascular:

• alimentação equilibrada, com uma dieta com baixo teor de sódio, açúcar e gorduras, reduzindo riscos cardiovasculares;
• atividade física regular, por meio do incentivo a brincadeiras e outras tarefas motoras, essenciais para fortalecer o sistema cardiovascular e evitar o sedentarismo;
• controle do peso, hipertensão e diabetes ao longo da vida;
• consultas regulares, que permitam a identificação de sinais precoces de alterações no ritmo inclusive quando não há qualquer queixa prévia;
• garantia da vacinação em dia, pois manter a carteira atualizada protege contra infecções que afetam diretamente o bem-estar cardiovascular;
• cuidado com a saúde bucal, pois microrganismos que atacam dentes e gengivas também prejudicam o músculo cardíaco.

Em resumo, a Cardiopediatria desempenha papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento de condições cardíacas já nesses primeiros anos, garantindo um desenvolvimento saudável e seguro, levado também para a vida adulta.

Fontes:

• Johns Hopkins Medicine;
• Revista de Medicina;
• Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul;
• Sociedade Brasileira de Pediatria.