Comer antes de dormir atrapalha o sono e o metabolismo
O hábito de comer antes de dormir está no centro de muitas discussões sobre bem-estar, metabolismo e qualidade do sono.
Embora seja comum fazer um lanche noturno ou até realizar uma refeição completa antes de se deitar, esse comportamento pode interferir em diversas funções do organismo.
A relação entre alimentação noturna e o funcionamento do corpo
Durante a noite, o organismo reduz a atividade metabólica, ou seja, tem sim hora certa de comer. Esse é um momento de recuperação fisiológica, quando funções como digestão, liberação hormonal e regeneração celular operam em um ritmo mais lento.
Portanto, alimentar-se nesse período exige o redirecionamento da disposição do organismo a processos que deveriam estar reduzidos, causando desequilíbrios.
Quais são os riscos de comer antes de dormir?
Para virar energia, os alimentos passam por diversos processos biológicos e metabólicos. Essa é a razão pela qual o organismo precisa funcionar perfeitamente, promovendo desempenho máximo e favorecendo pessoas que desejam emagrecer por meio da aceleração do metabolismo.
Controle glicêmico e digestão
Diversos estudos mostram que jantares tardios estão associados ao aumento da glicemia, à produção reduzida de insulina e à maior chance de acúmulo de gordura abdominal, conforme publicado no site da National Geographic. Esses efeitos ocorrem porque o corpo não está mais em seu estado ideal para metabolizar a refeição.
A termogênese pós-prandial (processo em que o organismo consome energia para digerir a comida) interfere na temperatura corporal e dificulta a indução do sono. Ou seja, dormir em um estado de alerta digestivo também aumenta a probabilidade de refluxo e desconforto na região.

Riscos cardiovasculares
Outra situação preocupante é a de que indivíduos com o hábito de comer antes de dormir estão mais propensos às condições cardiovasculares, como a hipertensão, devido à alteração do fluxo sanguíneo causada pelos altos níveis de sódio, glicose e colesterol.
Além disso, conforme esclarece a Sociedade Brasileira de Endoscopia e Endoscopia Digestiva, comer e se deitar pode causar a doença do refluxo. Como complicação pode ocorrer esofagite (inflamação do esôfago), engasgos e até mesmo apneia, mais um fator de risco para o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Aumento do peso e acúmulo de gordura
Comer e ir dormir logo em seguida favorece o armazenamento, principalmente quando há excesso calórico. O organismo, que deveria estar gastando reservas durante o dia, passa a acumulá-las à noite.
Essa prática repetida contribui para o desenvolvimento de sobrepeso e aumento da circunferência abdominal, um dos marcadores associados ao risco cardiovascular.
A alimentação noturna rica em gordura, açúcar e sódio também interfere nos níveis de colesterol e pressão arterial.
É por isso que contar com suporte especializado é fundamental. O Cartão dr.consulta foi criado para oferecer um cuidado completo, conectando o paciente a uma trilha personalizada de saúde com acompanhamento contínuo, orientação com enfermeiros e especialistas, além dos melhores recursos para o bem-estar.

Melhor horário para fazer a última refeição do dia
Uma das recomendações mais aceitas entre os especialistas, publicada no International Journal of Environmental Research and Public Health, é que ela aconteça de duas a quatro horas antes de dormir.
Esse intervalo permite que o sistema digestivo realize seu trabalho sem comprometer o início e a continuidade do repouso.
Jantares realizados após as 21h, por exemplo, especialmente quando ricos em gorduras ou carboidratos simples, são mais difíceis de metabolizar. Por sua vez, a digestão incompleta favorece o aumento da acidez estomacal, a sensação de peso no abdômen e os despertares noturnos.
O ideal é adaptar a rotina diária para que o jantar ou lanche noturno ocorra com antecedência, respeitando o tempo necessário para a função digestiva.
De toda forma, para preservar a qualidade do sono, o recomendado é evitar a ingestão de certos alimentos e bebidas muito próximo da hora de dormir:
- frituras;
- carnes com excesso de gordura;
- ultraprocessados e ricos em açúcar;
- bebidas alcoólicas;
- refrigerantes e qualquer bebida com cafeína;
- pratos muito condimentados ou apimentados.
Esses itens exigem um esforço maior do trato digestivo, além de aumentar o risco de refluxo e desconforto abdominal.
Por isso, é fundamental um acompanhamento com especialista para que o profissional recomende uma dieta diária de acordo com aspectos individuais, considerando possíveis deficiências nutricionais ou diagnósticos específicos.
Quando o lanche noturno é bem-vindo
Apesar de haver riscos, há momentos em que comer antes de dormir é necessário, principalmente em casos nos quais a pessoa não se alimentou corretamente ao longo do dia ou apresenta condições específicas, como hipoglicemia.
O importante nesses casos é fazer escolhas adequadas. Lanches leves, compostos por alimentos de fácil digestão e com propriedades que favorecem o relaxamento, são ideais, por exemplo:
- frutas como banana e kiwi;
- leite morno;
- chás naturais sem cafeína;
- pequenas porções de oleaginosas, como amendoim e nozes, por exemplo.
Eles contêm substâncias como triptofano e magnésio, que auxiliam o corpo a relaxar. O cuidado principal está na quantidade e no intervalo.
Quando procurar ajuda médica?
Sintomas frequentes como dispepsia, azia, sono fragmentado ou sensação de peso no estômago costumam estar ligados à rotina alimentar noturna.
Nesses casos, o acompanhamento com um gastroenterologista é indicado. Afinal, esse profissional investigará o funcionamento do trato digestivo e poderá propor intervenções adequadas.
Por fim, estabelecer uma rotina alimentar equilibrada durante o dia é uma das formas mais eficazes de reduzir a necessidade de comer próximo da hora de dormir.
Manter horários fixos para o café da manhã, almoço e jantar ajuda a controlar a fome, a saciedade, bem como os níveis de energia.
A prática de se alimentar a cada três horas, embora nem sempre necessária para todos os perfis, favorece o metabolismo e evita episódios de compulsão noturna. Ela permite que o corpo utilize os nutrientes de maneira mais eficiente e reduz os estímulos que levam a refeições volumosas no fim do dia.
Fontes:
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