Lúpus: 5 fatos que você provavelmente não sabia
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), ou apenas lúpus, é uma das mais de 100 doenças autoimunes conhecidas atualmente – aquelas nas quais o sistema imunológico passa a produzir defesas contra o próprio organismo.
Nessa condição os anticorpos, ao invés de protegerem o corpo, identificam células e órgãos saudáveis como invasores, causando inflamações. Por isso, pode afetar a pele, articulações, além de gerar problemas renais e neurológicos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus atinge mais de 65 mil pessoas no Brasil. Porém, por ser uma condição de difícil diagnóstico, já que nem sempre apresenta sintomas, o número pode ser maior do que esse.
Mesmo pacientes sintomáticos, com alterações dermatológicas e sistêmicas, podem demorar anos para chegar a um reumatologista, profissional responsável pelo diagnóstico e tratamento.
Apesar de não ter cura, o lúpus é uma doença tratável e um acompanhamento adequado ajuda a melhorar os sintomas e a qualidade de vida dos pacientes.
Quais os sintomas do lúpus?
Os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa e, algumas vezes, demoram para aparecer.
Entretanto, de forma geral, os sintomas de lúpus são:
- fadiga;
- febre;
- dor nas articulações;
- rigidez muscular e inchaços;
- vermelhidão na face sobre as bochechas e a ponta do nariz;
- dificuldade para respirar;
- sensibilidade à luz do sol;
- dor de cabeça, confusão mental e perda de memória;
- linfonodos aumentados;
- queda de cabelo;
- feridas na boca;
- desconforto geral.
Essa condição acomete cada paciente de uma maneira. Portanto, nem todo portador de lúpus apresentará todos os sintomas. A avaliação de um profissional da saúde é indispensável para entender cada caso.
Se não tratado, pode causar sequelas graves e até matar. Portanto, o diagnóstico precoce ajuda no controle e auxilia o paciente a ter uma melhor resposta aos tratamentos.
5 fatos que você provavelmente não sabia sobre lúpus
Agora você já sabe o que é o lúpus, mas talvez ainda existam alguns fatos sobre a condição que você desconheça. Confira:
1. Não é uma doença contagiosa
Por não ser uma doença tão conhecida, é comum ter dúvida se o lúpus é transmissível. A resposta é não.
Essa condição não é transmissível de uma pessoa para outra porque se trata do resultado de uma série de processos internos no organismo e é, muitas vezes, congênito.
2. As causas não são conhecidas
O lúpus aparece de maneira independente, assim como a maioria das doenças autoimunes. As causas ainda são desconhecidas, mas existem 4 grupos de fatores de risco que podem ser mencionados:
- genético: a maioria dos casos tem relação com a predisposição genética;
- hormonal: anticoncepcionais com estrogênio podem piorar os sintomas;
- anormalidades imunológicas: as crises podem aparecer quando há quedas na imunidade e por fatores emocionais como alto estresse, por exemplo;
- fatores ambientais: algumas infecções virais e bacterianas, além de exposição solar, tabagismo e uso de medicamentos são também fatores de risco.
3. As manifestações são extremamente variadas
Por existirem vários tipos de lúpus (discoide, neonatal, sistêmico e induzido por drogas), as manifestações da doença também são distintas.
Inclusive, como já mencionado, algumas pessoas podem não apresentar nenhum sintoma, o que pode dificultar a ida a um médico e o diagnóstico precoce.
De maneira geral, os primeiros sinais são dermatológicos e sistêmicos como febre baixa, cansaço, desânimo, perda de peso e apetite, além de dor nas costas. Com o avanço da doença, outros mais específicos aparecem, de acordo com o sistema acometido.
São eles:
Lesões de pele
Manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e nariz, além de lesões por fotossensibilidade (sensibilidade à luz). Os sintomas do lúpus na pele também podem envolver aftas, úlceras orais e queda de cabelo.
Dor articular
Mais de 90% das pessoas podem desenvolver dores nas articulações, com ou sem inchaço, principalmente nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés.
Inclusive, muitos acham que artrite reumatoide pode virar lúpus, o que não é verdade. O que pode acontecer são casos em que as duas doenças existem de forma associada, gerando sintomas parecidos.
Inflamação de membranas
As membranas que recobrem o pulmão (pleura) e coração (pericárdio) podem inflamar de forma leve e assintomática. Dor no peito, dor ao respirar, tosse seca e falta de ar surgem com a piora do quadro.
Inflamação nos rins
Outros órgãos que a doença pode afetar são os rins. Em sua forma mais grave essa inflamação pode levar a problemas como pressão alta, inchaço, urina espumosa e com sangue e até mesmo insuficiência renal.
Alterações neuropsiquiátricas
Além dos sintomas físicos, o lúpus também pode ser responsável por alterações neuropsiquiátricas como convulsões, acidente vascular encefálico, alterações de humor ou comportamento, depressão e alterações dos nervos periféricos.
Alterações nas células do sangue
Também pode haver sinais hematológicos, como anemia e outros distúrbios no sangue, como diminuição de células brancas e diminuição de plaquetas (plaquetopenia).
4. As mulheres são as mais afetadas
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que 1 a cada 1.700 mulheres apresentam lúpus no País.
Dentro desse grupo feminino, as mulheres em idade fértil são as mais numerosas, já que a produção de hormônios, responsáveis por formar os anticorpos, é mais alta nesse período da vida.
Ainda olhando para elas, o lúpus ocorre não apenas por predisposição genética, mas também no período de menarca (primeira menstruação) e da gestação, por estresse emocional ou depressão.
Infecções como citomegalovírus e Epstein-Barr também podem ser gatilhos para o surgimento da condição, que pode piorar com fatores emocionais e exposição ao sol.
As mulheres portadoras do lúpus podem engravidar. No entanto, é preciso um acompanhamento médico rígido, pois a gestação é considerada de risco. É importante ressaltar, inclusive, que nem sempre o bebê também será portador da doença.
5. É imprescindível usar filtro solar com proteção 30 ou mais
Cerca de 30 a 40% das pessoas com lúpus apresentam fotossensibilidade.
Isso porque a exposição solar desencadeia uma reação inflamatória e imunológica no organismo do paciente que pode afetar não só a pele. Sendo assim, o protetor solar para quem tem lúpus é obrigatório.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o produto deve ser de, no mínimo, fator 30 e precisa ser aplicado toda vez que o paciente sai às ruas, mesmo se o dia estiver nublado.
O segredo para evitar crises da doença é impedir o processo inflamatório. Ou seja, não deixar que a pele chegue a um estágio de vermelhidão ou coceira.
Caso a crise se instale, além dos imunossupressores utilizados para controle da doença, é necessário entrar com medicação à base de corticoides. Como o uso dessa classe de medicamentos deve ser moderado, o ideal é sempre se prevenir.
Veja algumas dicas:
- utilizar protetor solar com fator mínimo de proteção número 30 e aplicá-lo a cada duas ou três horas, sempre com antecedência de 30 minutos antes da exposição;
- aplicar o equivalente a uma colher de chá em cada parte do corpo:
- rosto e pescoço;
- frente do tronco e parte de trás do tronco;
- em cada braço;
- na parte da frente das coxas e pernas;
- na parte de trás das coxas e pernas;
- utilizar óculos escuros com 100% de proteção, além de chapéus e roupas leves;
- evitar exposição aos raios UV entre às 10h e 16h;
- praticar atividade física para controlar e estabilizar a doença, de preferência na parte da manhã, até às 10h ou após às 17h.
Como você pode ver, os pacientes com lúpus precisam de atenção e um rápido diagnóstico para serem tratados de maneira adequada. Mas é possível ter qualidade de vida.
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Fontes:
[…] autoimunes, como o lúpus e púrpura trombocitopênica idiopática […]