Falta de apetite em adultos: 10 principais causas

Sentir fome, mas não conseguir comer. Ter vontade, mas ser vencido pela náusea. Perceber a saciedade antes mesmo de começar a refeição. A falta de apetite em adultos pode ser passageira, mas também tende a ser o reflexo de algo maior, físico, mental ou até social.
Quando se torna frequente, é essencial investigar o que está acontecendo. Isso porque o jejum involuntário e prolongado leva a desequilíbrios nutricionais e compromete a energia e a imunidade do corpo.
Por isso, é fundamental entender os principais motivos da inapetência, identificar sinais de alerta e saber quando procurar auxílio profissional para garantir uma boa saúde, em qualquer fase da vida.
O que significa a falta de apetite?
O termo técnico é hiporexia (diminuição anormal do apetite) ou anorexia (quando há ausência completa da sensação de fome). É importante destacar que isso não se refere à anorexia nervosa, que é um transtorno alimentar.
Muitas vezes, a sensação de saciedade precoce, a ânsia ou até o simples desinteresse por comida são sinais de alerta que não devem ser ignorados.
Não consigo comer: o que pode ser?
Quando uma pessoa sente necessidade alimentar, mas não consegue se nutrir direito, o organismo sinaliza que há um desequilíbrio. Por isso, o estômago reage com náusea, enjoo ou dores (incluindo de cabeça).
E, nesses casos, compreender as razões da falta de apetite em adultos é essencial para traçar um plano de cuidado adequado e com as orientações médicas devidas.

As 10 possíveis causas da falta de apetite em adultos
Uma vez ou outra, essa condição pode acontecer. No entanto, a questão é preocupante quando isso se torna mais recorrente e as pessoas pulam as refeições, comem em intervalos maiores ou até por dias seguidos.
Entre os principais motivos, estão:
- distúrbios alimentares;
- doenças agudas;
- alterações no trato gastrointestinal;
- doenças crônicas;
- saúde emocional e mental;
- uso de medicamentos;
- consumo de álcool, de drogas e de outras substâncias;
- alterações hormonais;
- envelhecimento natural;
- ritmo biológico.
1. Distúrbios alimentares
Estima-se que mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com algum tipo da condição, sendo a anorexia nervosa a mais frequente.
O quadro é um dos motivos mais comuns para a falta de apetite de adulto. O transtorno tende a ser ignorado por muitas pessoas. Normalmente, isso ocorre porque desconhecem sua gravidade e seus sintomas de forma ampla.
Ele é caracterizado principalmente pelo desinteresse pela comida, distorção do corpo e obsessão pela perda de peso, e tem o risco de levar à depressão e a outros sintomas mais severos.
Quem tem anorexia se enxerga acima do peso e geralmente deixa de se nutrir como uma forma de recuperar a sua autoestima – que é bem baixa.
Outro comportamento comum é vomitar após a ingestão de qualquer alimento para evitar as novas calorias. Com isso, o corpo vai ficando mais fraco e o mal-estar passa a ser maior.
Como todo distúrbio nervoso, a anorexia tem que ter um diagnóstico preciso e tratamentos específicos. Outra condição é o fastio, termo popular para descrever a aversão intensa à comida, geralmente relacionada a fatores emocionais ou físicos.
2. Doenças agudas
A falta de fome acompanha quase todas as condições agudas como infecções e viroses, incluindo gripes, gastroenterites e infecções urinárias. Além disso, outras doenças infectocontagiosas como HIV, tuberculose e hepatites também reduzem a vontade de comer.
Portanto, é mais uma razão para procurar um médico o quanto antes e fazer uma consulta presencial, ou passar por uma consulta online.
Em alguns casos, a condição persiste mesmo após o tratamento. Diante disso, é fundamental investigar se ele foi realizado de maneira adequada ou se a permanência dos sintomas trata-se de uma consequência de elementos emocionais.
3. Alterações no trato gastrointestinal
A inapetência pode também estar relacionada a algo que afete diretamente o sistema digestivo, por exemplo:
- gastrite e úlcera gástrica;
- refluxo gastroesofágico;
- síndrome do intestino irritável;
- doença de Crohn;
- câncer gástrico ou intestinal;
- constipação intestinal.
Essas condições causam desconfortos como dor abdominal, saciedade precoce, distensão abdominal e náuseas, atrapalhando assim, as refeições.
4. Doenças crônicas e autoimunes
Quadros clínicos duradouros também estão nessa lista. São exemplos:
- insuficiência cardíaca;
- câncer;
- doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- condições cardíacas;
- distúrbios neurológicos.
Tudo isso, provoca o desinteresse por comida que, dependendo do caso, tem chance de ser uma condição temporária. Os sintomas costumam ser efeito colateral de um medicamento usado no tratamento, por exemplo.
Para chegar a essa conclusão, o médico, com apoio do nutricionista, deve fazer uma avaliação criteriosa que, eventualmente, exige uma dieta especial.
5. Saúde emocional e mental
As instabilidades emocionais também fazem com que as pessoas tenham os hábitos alimentares alterados. Estresse, ansiedade e tristeza profunda reduzem ou aumentam o desejo de consumir alimentos.
Muitas vezes, é um sintoma passageiro. Entretanto, se persistir, deve ser tratado o mais rápido possível.
A terapia é uma das recomendações médicas. Afinal, o psicólogo é quem ajudará o paciente a se conhecer melhor e entender as implicações da falta de apetite para a saúde.
Em situações mais graves, é preciso procurar um psiquiatra para receitar algum remédio para auxiliar no tratamento.
6. Uso de medicamentos
Pacientes que se tratam com remédios de uso contínuo, como fluoxetina, quinidina, hidralazina e digoxina, também se encaixam nesse quadro.
A falta de fome surge como um efeito colateral temporário. No entanto, é preciso se atentar para a frequência com que isso acontece.
Ao identificar qualquer sintoma que não existia antes, é necessário procurar um médico, que é o profissional habilitado para esse diagnóstico.
A partir da análise, a recomendação é diminuir a dose do medicamento ou alterar a medicação.
7. Consumo de álcool, de drogas e de outras substâncias
O consumo regular de bebidas alcoólicas (dependendo do tipo e da quantidade ingerida) e de outras drogas, além do hábito de fumar, reduzem a vontade de comer.
Na maioria dos casos, tratar o vício já restabelece a disposição em se alimentar. No entanto, um tratamento terapêutico é importante, visto que esses hábitos geralmente estão ligados a causas emocionais e os pacientes em tratamento têm risco de ter recaídas.
A falta de apetite em adultos nestas situações é ainda mais prejudicial à saúde e bem-estar social.
8. Alterações hormonais
Menopausa, gravidez e alterações no ciclo menstrual também modificam o apetite, seja por questões hormonais ou pela presença de náuseas e enjoos, principalmente pela manhã.
Durante a gestação, por exemplo, o aumento da produção de hormônios como estrogênio e progesterona costuma desencadear náuseas, enjoos e repulsa a certos alimentos, especialmente no até o primeiro trimestre.
Já na menopausa, além de provocar queda hormonal e sintomas como calor excessivo, insônia e irritabilidade, também interfere nos hábitos alimentares.
9. Envelhecimento natural
Com o avanço da idade, é comum observar inapetência devido a perda de dentes, dificuldades de mastigação ou deglutição (capacidade de engolir), uso de medicamentos e até solidão.
Essa condição é chamada de anorexia do envelhecimento, que exige atenção especial para evitar desnutrição.
Um geriatra é capaz de avaliar o porquê da inapetência, propor ajustes nutricionais e indicar tratamentos adequados para preservar a saúde e a qualidade de vida nessa fase da vida.
10. Ritmo biológico
Ficar longos períodos em jejum, pular refeições, fazer dietas restritivas ou não ter uma rotina alimentar desregula o ritmo de saciedade do organismo. Além disso, sedentarismo e baixa ingestão de água contribuem para a inapetência, pois afetam o metabolismo.
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Quando a falta de apetite em adultos é preocupante?
O jejum por muito tempo não é indicado. Mesmo as dietas mais restritivas tendem a ser balanceadas para suprir ou repor o que o organismo precisa.
Alguns sinais de alerta, incluem:
- perda de peso não intencional;
- fadiga frequente e fraqueza;
- enjoos e náuseas constantes;
- sensação de estômago “cheio” mesmo em jejum;
- alterações intestinais (constipação ou diarreia);
- febre ou calafrios sem causa aparente.
Portanto, o mais importante é não encarar o quadro como algo natural. É preciso cuidar da saúde em todos os momentos da vida e atuar até de forma preventiva para evitar complicações no futuro.
O que fazer quando não consegue comer?
O primeiro passo é tentar observar as mudanças. Idealmente, uma pessoa adulta deve manter no mínimo três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. Se essa rotina está descontrolada, compromete facilmente a sua saúde.
A recomendação dos nutricionistas também é se alimentar a cada duas ou três horas e em porções menores, mas nunca deixar de se nutrir.
Outras dicas simples podem contribuir para uma melhor experiência alimentar:
- consultar um médico;
- evitar consumir alimentos gordurosos e com alto teor calórico;
- priorizar alimentos ricos em proteínas e nutrientes;
- praticar atividades físicas leves;
- cuidar da hidratação;
- criar uma rotina agradável, que estimule a vontade de comer e com horários definidos para se alimentar;
- investir em temperos naturais para refinar mais o paladar;
- não tomar nenhum medicamento ou vitaminas sem indicação médica.
Em resumo, é importante lembrar que a energia obtida a partir das refeições balanceadas é combustível para o organismo funcionar perfeitamente.
Logo, a falta de apetite em adultos (assim como em idosos ou em crianças) torna o corpo mais fraco e vulnerável a viroses ou outras condições.
Fontes: