Cuidado em dobro: conheça as doenças causadas pela obesidade
A obesidade é uma condição de saúde séria e que precisa de atenção. De acordo com dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), essa patologia teve um aumento de 72% nos últimos treze anos aqui no Brasil — saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.
O cenário não é diferente quando falamos sobre o mundo todo. Uma pesquisa feita pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e divulgada pela The Lancet, mostra que a condição afeta todo o globo.
O relatório, que reuniu dados de mais de 200 países e considerou o período entre 1990 e 2022, revela que as taxas de obesidade mais que dobraram em 32 anos. Só em 2022, 879 milhões de adultos viviam com esse quadro.
A condição também vem crescendo em crianças em adolescentes. O último ano da pesquisa apontou mais de 159 milhões de casos relacionados à obesidade infantil.
Já para 2025, a OMS estima que 2,3 bilhões de adultos estarão acima do peso no mundo inteiro.
Mais do que uma questão de estética, a condição é considerada uma doença crônica, que age como porta de entrada ou como agravante para outras questões de saúde ainda mais nocivas.
Neste conteúdo, vamos abordar quais as doenças causadas pela obesidade e quais devem ser os primeiros passos para quem busca qualidade de vida e está acima do peso. Continue com a gente para saber mais!
6 principais doenças causadas pela obesidade
Como já mencionado, pessoas obesas podem desenvolver outras condições de saúde devido ao excesso de peso. As principais são:
- diabetes (tipo 2);
- infarto;
- hipertensão;
- apneia ou hipopneia;
- pancreatite aguda;
- Cânceres.
Veja abaixo como essas condições podem impactar sua saúde!
1. Diabetes (tipo 2)
A gordura corporal em excesso atrapalha o trabalho da insulina — que é o hormônio que controla a glicose no sangue. Quando a insulina não funciona bem, o pâncreas precisa produzir mais desse hormônio para tentar manter a glicose em níveis normais.
Com isso, é mais fácil que a capacidade funcional desse órgão se exceda e ele não consiga mais produzir insulina na quantidade necessária e, consequentemente, a glicose fica mais alta, o que causa a diabetes.
2. Infarto
Não é novidade que o excesso de peso e as doenças cardiovasculares estão diretamente interligadas.
Isso se deve ao fato de que a obesidade causa alterações no metabolismo, o que provoca mudanças na estrutura e função cardíaca, além de facilitar o acúmulo de gordura nos órgãos e artérias, e exigir mais esforço do coração para bombear o sangue.
Nesse cenário, o infarto é uma das principais doenças que têm a obesidade como fator de risco.
A condição médica, que ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é interrompido, causando danos ao músculo cardíaco, é uma emergência médica que requer atendimento imediato, pois pode levar a complicações graves, como arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca ou morte súbita.
3. Hipertensão
A hipertensão (pressão alta) é outra condição que tem a obesidade como fator de risco. Isso porque, quando uma pessoa tem excesso de peso, o seu corpo precisa de mais sangue para irrigar os tecidos adiposos (onde é armazenada a gordura) e os órgãos. Isso aumenta o volume de sangue circulante e, consequentemente, a pressão sobre as artérias.
Além disso, a obesidade também pode reduzir os níveis de adiponectina, que é um hormônio produzido pelo tecido adiposo responsável pelo funcionamento do sistema cardiovascular e a regulação da pressão arterial.
4. Apneia ou hipopneia
A apneia e a hipopneia obstrutiva do sono são condições que se caracterizam por episódios repetidos de interrupção ou redução do fluxo de ar durante o sono, causados por um estreitamento ou colapso das vias aéreas superiores.
A relação entre obesidade e a apneia a hipopneia se deve principalmente ao acúmulo de gordura na região do pescoço, que aumenta a pressão sobre as vias aéreas e dificulta a passagem do ar.
5. Pancreatite aguda
A pancreatite e o diabetes estão relacionados já que o pâncreas é responsável pela produção de insulina que, como já mencionado, regula o nível de glicose no sangue.
Com isso, o diabetes pode causar pancreatite porque o nível alto de açúcar no sangue pode danificar o pâncreas e as suas funções, levando ao quadro agudo, caracterizado por um episódio súbito e intenso de dor abdominal, náuseas e vômitos, que geralmente se resolve em dias ou semanas.
6. Cânceres
Pesquisas recentes mostram um aumento cada vez maior de diagnósticos de câncer relacionados à obesidade, sendo a projeção brasileira para 29 mil novos casos em 2025.
De todos os tipos da doença, 13 já são comprovadamente associados ao aumento de peso, como o câncer de mama, próstata, colo de útero, colorretal e fígado.
Além dessas condições de saúde, estudos também sugerem que a obesidade pode ser um fator de risco para outras patologias, como colesterol, asma, osteoartrose, depressão, entre outras.
Como saber se estou obeso?
Uma forma simples de saber se você está obeso é calcular o seu índice de massa corporal (IMC). Esta é uma medida padronizada pela OMS para avaliar o grau de obesidade e o risco de doenças associadas.
O cálculo é feito dividindo o seu o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros), ou seja, multiplicada por 2. É só seguir a fórmula:
IMC= peso (kg) / altura (m) x altura (m).
Segundo a OMS, o índice de massa corporal ideal para adultos é entre 18,5 e 24,9.
Valores acima de 25 kg/m2 indicam sobrepeso, e acima de 30 kg/m2 indicam obesidade.
No entanto, é importante ressaltar que o IMC não leva em conta a distribuição de gordura no corpo, a idade, o sexo ou a massa muscular. Por isso, é importante consultar um endocrinologista ou um nutricionista para uma avaliação mais completa e individualizada da sua condição de saúde.
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Quais as práticas de cuidado que devo ter?
Agora que você já sabe quais as doenças causadas pela obesidade, é hora de se cuidar.
O primeiro passo para iniciar essa jornada de cuidado é a procura por um endocrinologista. Esse especialista consegue fazer as avaliações necessárias sobre seu organismo e condições secundárias que podem estar impactando o seu peso.
É importante também a ajuda de nutricionistas e, muitas vezes, de psicólogos para que o cuidado seja 360° e todos os aspectos sejam tratados.
A equipe do dr.consulta está a sua disposição e pode ser sua aliada neste primeiro passo.
Em paralelo a isso, você pode adotar hábitos saudáveis que farão a diferença no tratamento da obesidade e na sua saúde em geral, como:
- praticar atividades físicas regularmente;
- adotar uma alimentação equilibrada, evitando, principalmente, ultraprocessados;
- beber, em média, 2 litros de água por dia.
Lembre-se que com cuidado (incluindo o próprio) e apoio, é possível tratar a obesidade e ter mais qualidade de vida.
Fontes:
[…] para a saúde cardiovascular, pois, com isso, há um aumento do risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e […]